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Mediunidade: Descobrir como a usar é um desafio. Escolher aprender e saber quem somos, também.

Atualizado dia 5/15/2017 8:19:35 AM em Espiritualidade
por Ana Rodrigues


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O que é a Mediunidade?

A Mediunidade é uma capacidade que o ser humano possui assim como a inteligência, ou outras capacidades cognitivas. O conceito foi criado por Allan Kardec, que a meu ver, teve o papel social ocidental de desmistificar fenómenos que até à época, apesar de naturais foram desvirtuados, direi assim, pela religião e estado. Como durante séculos um dos objectivos foi manter a ignorância, era crucial esconder a verdade, isto é, factos, fossem explicáveis ou não pela ciência da época.

Esses fenómenos existem desde os primórdios da humanidade, o que podemos considerar como algo que faz parte do ser humano e nem sempre foi considerado natural ou desenvolvido em seu benefício. O conceito esteve sempre ligado ao Espiritismo, cuja criacção é de Allan Kardec, para designar os que tinham a faculdade mais desenvolvida e ajudavam seres desencarnados a serem doutrinados, ou em determinados momentos “vivem” vidas anteriores (aquilo que hoje se designa por regressão e cujo impulsionador da terapia foi o Dr. Brian Weiss), e também para a transmissão de mensagens, e que actualmente é referenciado como canalização.

Devido às diferentes formas como os médiuns estabelecem essa comunicação, Kardec criou uma classificação, como por exemplo: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos, médiuns auditivos, médiuns videntes, médiuns curadores e psicógrafos. A forma como se expressa, cada vez é menos relevante, pelo simples facto de que o relevante é a pessoa beneficiar com essa capacidade. Ainda existe muita ignorância quanto a esta capacidade e é confundida com “bruxaria”. No entanto, ela existe em muitos seres humanos. Tal qual a telepatia, outra capacidade que as pessoas vivem sem ter consciência.

Partilho um pouco da minha experiência própria e desse modo é provável que ajude a esclarecer aquilo que muitos vivem e nem sempre tiveram a maior ajuda. O meu percurso é ligeiramente diferente do da maioria das pessoas que conheci até hoje. A maior parte delas foi porque era médium de incorporação, e precisava trabalhar isso de modo a sentir menos as consequências no seu dia-a-dia. No entanto, Kardec trouxe algum esclarecimento que nem sempre vi ser usado nos Centros Espíritas e aconselharem as pessoas. Vi muitas pessoas continuarem ignorantes quanto ao fenómeno em si e como poderiam vivê-lo de outras formas.

Como dizia… a maior parte das pessoas descobriu que sentia seres desencarnados, ouvia coisas, viveram situações um pouco radicais, de forma a não poderem mais esquivar-se de algo que existe. Então, sentiram-se obrigadas a saber um pouco mais; outras tentaram encontrar uma forma de “sofrer” isso de modo mais ligeiro, escondendo aquilo que ainda hoje é considerado como “anormal” ou doença. Conheci, e conheço, pessoas que são tratadas como se fossem psicóticas, quando a questão não é essa, A ciência já tem algumas pistas, no entanto, ainda é pouco esclarecedora, e na internet nem sempre a informação é filtrada.

Ora, ao partilhar-vos a minha experiência, desejo com isso, trazer uma mais-valia. Desde que me lembro que sou “gente” que sempre acreditei num “Deus”. Esse conceito não me foi dado em casa, pelo facto de que os meus pais decidiram não nos baptizar (a mim e meus irmãos), por acharem que era uma decisão pessoal, nossa. Logo, sempre acreditei nalgo que na sociedade era designado por Deus. Na minha adolescência a minha mãe abraçou, de repente, o Espiritismo de Allan Kardec, e como boa matriarca, introduziu-nos a essa doutrina. Havia conceitos que eu aceitei e concordei e outros não. Hoje, posso dizer que sempre fui sensitiva sem ter consciência disso. Ao estudar psicologia e filosofia no liceu (hoje designado escola secundária), coloquei em causa tudo o que sentia e tinha aprendido como humana, nesta vida.

A partir dos meus 16/17 anos construí a minha verdade, que até hoje tem sido um processo em movimento, o que considero maravilhoso, uma vez que as minhas capacidades têm-se desenvolvido de forma natural e focada. Nunca vivi, como a maioria das pessoas que conheci “ataques” nem situações dramáticas. Talvez devido ao meu percurso e ter aprendido que podemos usar, desenvolver, viver essa capacidade de forma consciente, e natural, sem medos, e também sem dogmatismos. Provavelmente, a minha atitude de ter sempre na mesma proporção as perspectivas científica e espiritual, de questionar os testemunhos e teorias de outros seres humanos, e escutado a minha intuição, me tem ajudado a criar a minha verdade.

Ao longo dos anos, que ajudo outras pessoas, sempre num contexto holístico (apesar de só há alguns anos ter acesso a esse conhecimento) fui estudando, recolhendo dados, observando quem chegava e com isso criei as minhas próprias ferramentas, o meu método. Não fico colada a nenhuma teoria por si só; acredito que todas as ferramentas são úteis e têm uma funcionalidade. Ser um ser empático tem-me ajudado muito neste processo, pelo facto de ser capaz de sentir o que o outro sente, sem ter propriamente vivido o que o outro vive. Cheguei muitas vezes à conclusão de que as pessoas que se agarram só a uma visão, acabam por descurar outros aspectos e isso não as ajuda. Nós somos humanos e isso a psicologia é uma optima ferramenta para ajudar a esclarecer, explicar fenómenos que não precisam ser explicáveis por uma “espiritualidade”, quando o vi fazer, e isso não traz tranquilidade. Outras vezes, determinados rituais e crenças bloqueiam as pessoas, por crerem que só daquela forma se “salvam”. Não fico cansada quando ajudo outras pessoas, como vejo muitos terapeutas queixarem-se, ou por serem “mata-borrões” como outros mencionam, pelo simples facto de que as pessoas geralmente, usam a sua própria energia para ajudar o próximo ou não estarem devidamente protegidos. A minha energia é para mim, a energia a usar é a da Fonte, daí sermos um canal.

Como eu vivo a minha faculdade? De forma natural, sem necessidade de saber quem me traz mensagens, ter consciência de que sou um ser que estou aqui temporariamente, e que o corpo humano me traz limitações; e sei que nunca estou só. Acredito que a nossa mente (poder pessoal) tem muita força e que existem várias maneiras de isso ser vivido. Se acredito que sou um ser cósmico, estou sempre ligada ao Universo e por isso, tenho capacidades características dele.

Como se manifesta? Umas vezes, com imagens, outras com mensagens, outras quando estou a fazer algo e me surgem “pensamentos”, algumas vezes, de forma psicográfica, outras que desconheço como por exemplo, virem ter comigo e falaram de algo, que de repente, eu já sabia, como se já estivesse “dentro” de mim, sem ter muita consciência disso. É um fenómeno que o aceitei como natural, como fazendo parte de mim, aquilo que eu chamo “sentir”. Também quando “trato” das dores das pessoas ou alivio-as.

Sou um ser energético como todos os seres humanos. Da mesma forma que uns têm talentos diferentes uns dos outros, esta capacidade está desenvolvida de forma diferente em cada um de vós. Descobrir como a usar é um desafio. Escolher aprender e saber quem somos, também.

Ana Guerra
escrita sem acordo ortográfico

Texto Revisado

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