Mente vazia, oficina divina!
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 24/02/2014 16:42:40
No oriente, é muito comum haver mosteiros abrigando monges que vivem em isolamento, segundo eles, para buscar um contato com o divino que reside em cada um de nós. Conta a história que certa vez, uma forte tempestade cercava um desses mosteiros. Rajadas de vento superpotentes colocavam em risco a integridade física do mosteiro e, a vida dos monges. Os monges estavam todos em pânico, enquanto o mestre - ah, um mestre nunca perde a oportunidade de ensinar seus discípulos - sentou-se em posição de meditação em visível estado de paz. Um dos monges ficou intrigado com a serenidade de seu mestre e o questionou: "Mestre! O que você está fazendo aí sentado? Todos nós estamos correndo risco de vida, você não está com medo?". Neste momento, o mestre levanta-se, pega uma espada que estava nas proximidades, coloca no pescoço do monge e pergunta: "E você, está com medo agora?". O discípulo responde tranquilamente: "Claro que não mestre! Eu sei que você é muito sábio, você nos ama profundamente e sei que jamais faria algo que pudesse nos prejudicar". O mestre abaixa a sua espada e conclui: "Então você entendeu a lição. É por isso que eu não estou com medo da tempestade. Eu sei que a existência tem um amor profundo e verdadeiro por todos nós e jamais vai nos prejudicar! Mesmo que nós morrermos, qual o problema? Talvez este seja nosso derradeiro momento, então devemos partir com alegria!".
Este é um tipo de conhecimento que vai à contramão de tudo aquilo que aprendemos aqui no ocidente. Nossa visão foi moldada desde cedo para praticarmos o julgamento. Aprendemos de um modo muito limitado os conceitos de "certo e errado", de “bonito ou feio”, de “divino ou diabólico”. Vivemos em um oceano de dualidades contraditórias. Sempre insistiram que devemos ter fé, pois com a fé alcançaremos nossos objetivos e que a fé é o instrumento para que Deus ceda aos nossos caprichos. Mas ninguém nunca nos disse que talvez aquilo que "queremos" não é exatamente aquilo que "precisamos". Creio que um dos segredos seja esvaziar a nossa mente de conceitos, desejos e ambições, e prestarmos mais atenção naquilo que a vida nos traz. Devemos convir que a existência é muito mais sábia que nós. Ela sim sabe exatamente o que precisamos. Mesmo que seja um processo doloroso, quem foi que disse que isso é negativo? Se nós não somos capazes de agradecer à vida pelas oportunidades de crescimento que ela nos apresenta, a falha está em nós e não na vida. Não culpe a vida pelas suas angústias. A angústia reside na nossa incapacidade de ver o lado positivo de cada situação. A amargura reside em nosso íntimo unicamente pela nossa incapacidade de retribuir todo o amor e generosidade que a vida tem por nós e por nosso processo de aprendizado. Quando você tiver de passar por momentos difíceis, por favor, tenha a bondade de passar por isso com gratidão e amor. Mas jamais culpe a vida! Você vai ver que a natureza é capaz de surpreender com a beleza de uma flor que nasce em condições desfavoráveis, em meio a pedras e rochas, e se você não puder apreciar isso, a responsabilidade é unicamente sua.
"Se você é positivo, então, nada é negativo para você. Se você for negativo, então, tudo será negativo para você. Você é a fonte de tudo o que existe à sua volta; você é o criador de seu próprio mundo." – Osho.
Leandro Severgnini
Avaliação: 5 | Votos: 4
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
