Mitra e Jesus na formação da Igreja Romana 1

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Autor Dante Bolivar Rigon

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 01/05/2012 14:25:41


                          Continuando nosso estudo, deparemos com umas importante passagem na fundação da religião ocidental contemporânea.                                  

                                                MITRA E JESUS NA FORMAÇÃO DA IGREJA ROMANA

- Essas pessoas renascidas poderiam ser os fundadores da seita dos essênios?

- Também! Não só os essênios, como diversas outras filosofias, tanto orientais como ocidentais. O Nascimento de Jesus foi previsto por inúmeras correntes filosóficas e religiosas, tanto gregas como egípcias, babilônicas, indianas e outras por nós desconhecidas. Tanto é verdade, que no seu nascimento foram os magos orientais que vieram homenagear, não a criança que nascia, mas a nova era que com ela iniciava.

- Com isso deduz-se que os hebreus não foram os únicos a profetizar o nascimento de Jesus. Haverá outros indícios mais antigos?

- Certa vez, há questão de poucos anos, li em uma revista especializada que quando foi aberta a pirâmide de Gisé, no corredor que leva à câmara principal havia uma série de inscrições e datas, sendo uma delas provavelmente referente ao nascimento de Jesus. A data seria 04 de outubro do ano que corresponderia ao 64 do calendário Juliano. Logicamente a descoberta não foi confirmada, mas também não foi desmentida. Se realmente essa referência existe, e como as outras demarcam acontecimentos de relevância para o planeta, só podemos concluir que os construtores do monumento sabiam com tal antecedência o nascimento, não apenas de um homem, mas de uma nova etapa nos caminhos tortuosos da humanidade.

- Voltando ao mitrismo, quais as particularidades que determinaram o traço de união entre as antigas religiões pagãs e o cristianismo?

- Podemos definir dois pontos, um convergente e outro divergente, mas ambos de real importância para essa aproximação: o mitrismo era uma religião baseada na trindade Deus Pai, deus filho e deusa mãe. O Deus Pai era o deus maior, eterno, onipresente e onisciente. A Deusa Mãe era a mãe da natureza, senhora absoluta da terra, da fertilidade, do amor. E o Deus filho era o fruto dessa união, e fez-se homem vindo à Terra para trazer as leis maiores editadas por seus  pais. Como Jesus, Mitra era o filho único de Deus, nasceu de uma humana virgem que foi fecundada por seu Pai Divino. Os humanos não o entendendo o sacrificaram, pois suas idéias contrariavam os interesses belicosos e selvagens da época. O ponto divergente era que o cristianismo pregava a igualdade perante Deus e a Lei, ao passo que o mitrismo aceitava as diferenças de classe conforme a capacidade individual. Seria como se o cristianismo tendesse ao socialismo e o mitrismo à república.

- O que aconteceu à humanidade ocidental com a influência dessas duas correntes de opinião?

- É realmente interessante o espírito humano quando se vê forçado a tomar uma atitude para manter a própria sobrevivência. O mitrismo, que inicialmente foi cultuado secretamente pelas classes dominadoras romanas, inclusive pelos imperadores, tornou-se uma força tão poderosa como o próprio Império. Através dos tempos, passou a ser manuseado por sacerdotes inescrupulosos, que na sombra do anonimato ditavam suas vontades, as quais eram prontamente obedecidas. Como não havia mentes de ordem superior a supervisionar os princípios norteadores da doutrina, passaram a cultuar Mitra como o Deus homem, filho único do Deus supremo, e seus sacerdotes eram seus verdadeiros representantes na Terra, podendo ligar ou desligar os destinos dos homens em nome de Deus. Mitra não seria mais um homem que em nome da Vida viera trazer revelações substanciosas da Lei Maior, mas o próprio filho de Deus feito homem, e que após sua morte ressuscitou e foi conduzido aos céus pelos demônios (espíritos) à sua disposição.

- Sem querer interromper, pelo que se deduz, Mitra e Jesus eram basicamente idênticos no nascimento e na morte, e vieram com objetivos parecidos. O que fez com que a filosofia de um determinasse princípios nitidamente republicanos ao passo que do outro apontasse tendências socialistas?

- Possivelmente essa diferença deve-se ao fato de Mitra ter nascido e desenvolvido sua proposta em uma terra em que as castas eram escravizantes, determinando que se alguém nascesse em determinada camada social, jamais poderia desligar-se dela. No mundo em que viveu, apesar de ser aceita e conhecida a vida após a morte assim como a reencarnação, o indivíduo era simplesmente impedido de evoluir dentro de seu povo, sendo forçado a manter-se na mesma condição em que viveram seus pais, avós, bisavós e assim por diante. Sua proposta era de que todos tivessem oportunidades iguais, e conforme a capacidade individual pudesse evoluir. Se nascesse em uma casta inferior, poderia subir até onde atingisse sua capacidade, e se estivesse em uma superior, poderia regredir se não tivesse condições de manter-se na que lhe proporcionara o nascimento. Foi essa a ideia que aterrorizou as classes dominadoras, determinando que Mitra fosse executado antes que suas ideias tomassem forma no seio do povo humilde, e este se rebelasse e partisse para uma revolução sangrenta e de proporções catastróficas.

Jesus, nascido na Galiléia dominada por Roma, trazia a mensagem da humildade, da tolerância, do amor fraterno e do perdão irrestrito. Eram os dois pratos da balança que se completavam embora díspares. No mundo de Mitra, o povo era humilde e escravizado por si mesmo, impedido de evoluir pela tradição que o mantinha há milênios nessa auto-escravidão; no mundo de Cristo, havia os dominadores e os dominados, não pela tradição, mas pela força da espada e da intransigência humana.

- Segundo essa ideia, os patrícios romanos aceitaram o mitrismo por lhes ser familiar e não colidir com seu modus vivendi. Se o cristianismo fosse levado às terras palmilhadas por Mitra seria aceito da mesma forma?

- Não é tão simples assim! Na verdade, a principal sentença mítrica que combinava com o pensamento romano, foi o republicanismo. Estando Roma sempre oscilando entre o Império e a República, a proposta reforçava o pensamento patrício, que por natureza e tradição pendia para esse tipo de governo. A outra foi a possibilidade da existência das diversas classes sociais, inclusive a escrava, sem atentar contra as leis de Deus. Estava assim anulada, pelo menos em parte, as diretrizes de igualdade pregadas pelo cristianismo. Eram duas forças políticas a digladiarem-se, tendo como peões Mitra e Jesus, ambos filhos únicos de Deus, nascidos homens para reinarem nos corações dos mortais, cada um com suas propostas celestiais.

- Foi nessa época que o cristianismo passou a desvirtuar-se, perdendo sua principal característica que eram os ensinamentos evangélicos?

                                                                                                                      continua

 


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