Mitra e Jesus na formação da Igreja Romana Final
Atualizado dia 15/05/2012 18:00:00 em Espiritualidadepor Dante Bolivar Rigon
- Com muito bons olhos! Os maiores da espiritualidade tinham como meta implantar o novo currículo naquele momento, mas não lhes era permitido forçar uma ideia em toda a sua pureza e profundidade, pois a humanidade não estava à altura de entendê-la. O primeiro instante foi a presença dos professores siderais liderados por Jesus, implantando e difundindo a mensagem curricular. Terminada a tarefa, retiraram-se do mundo da forma densa, deixando, como já foi lembrado, aos filhos da Terra adaptá-la conforme sua capacidade de assimilação. O segundo momento foi a adaptação e acomodação dessas diretrizes por esses mesmos alunos. Por isso, tanto o cristianismo como o mitrismo cumpriram conjuntamente as determinações preliminares, pois os antigos deuses com suas filosofias já superadas estavam sendo irremediavelmente destronados e uma nova era se iniciava para a humanidade a luz do Evangelho, se bem que ainda um tanto distorcido e enxovalhado pelos interesses imediatistas e muitas vezes escusos, mas que aos poucos iriam evoluir à sombra dele, acabando por atingir mais cedo ou mais tarde a meta proposta.
- Como continuou essa adaptação, e quais foram os resultados conseguidos?
- Esse período, de aproximadamente cento e cinquenta anos, permitiu que a humanidade estabilizasse a ideia sobre o tema implantado, e descartasse definitivamente as influências ancestrais, embora mantendo-as como aprendizado adquirido, pois os conceitos básicos anteriores serviriam como alicerce do novo estágio. Na verdade, não houve uma mudança estanque, mas a continuação do aprendizado, pois a evolução dos filhos da Vida é contínua e ininterrupta. Depois de vencido esse estágio letivo que poderemos definir comparativamente como sendo o segundo ano primário do espírito aluno, os organizadores siderais, baseados no aprendizado e assimilação dos novos princípios norteadores introduziram o que chamaríamos de organização tática. Havia necessidade de implantar uma estrutura que desse sustentação a essa nova matéria curricular, pois sem um corpo coordenador e diretivo a tendência natural tenderia a completa desarticulação descaracterizando o objetivo primordial da proposta.
- Segundo essa diretiva necessariamente os mesmos mestres da espiritualidade retornariam para dar curso à programação?
- Não necessariamente! Há uma certa tendência, inclusive no Espiritismo, em crer-se que apenas alguns poucos luminares estão disponíveis para auxiliar a humanidade. Quando o Dr. Bezerra de Menezes passou a coordenar determinada equipe médica espiritual passou a ser solicitado em toda a parte como sendo o único expoente na medicina transcendental brasileira. Na época em estudo havia milhares de espíritos que ansiosos para auxiliar e progredir se colocavam à disposição dos mestres siderais solicitando oportunidades de trabalho, mas para a implantação dessa nova etapa curricular o tipo de liderança deveria ser outra, pois havia necessidade de um comando central, único e autoritário. Não seriam missionários do amor e da tolerância, mas líderes políticos e administradores capazes e ávidos pelo poder que dariam estrutura e solidez à nova doutrina. Tanto o mitrismo como o cristianismo, correndo paralelo no seio do povo comum e da elite, haviam-se firmado indelevelmente. Seria difícil ou mesmo impossível que um ou outro assumisse a liderança absoluta destronando seu rival, e o próprio estado sentia-se desprotegido e ameaçado por essas duas forças já incontroláveis, que sem comando e livres desarticulavam as pretensões imperiais adentrando as pessoas pelo sentimento e pela razão, quando a lógica determinava o império da lei e da força. Seria necessário anulá-las ou enquadrá-las nos princípios da ordem e da lei. Enfraquecidos no poder da espada e ameaçados pelo próprio gigantismo os donos do poder viram como única alternativa a união dessas duas correntes filosófico-religiosas em uma só estrutura, podendo através dela retomar as rédeas do comando, da ordem e da disciplina, reestruturando as bases de sustentação do governo em decadência. Surgiu então a Igreja Católica Apostólica Romana, mais como salvadora do Império que propriamente como seguidora dos ensinamentos evangélicos.
- Então, o nascimento da Igreja Católica deu-se com a fusão das duas correntes filosóficas?
- Perfeitamente! Havia princípios já arraigados na população, que sobrepostos definiam com justeza impressionante particularidades idênticas entre os dois líderes divinos: ambos eram filhos únicos de Deus, nasceram de uma virgem, foram assassinados pelos líderes de suas terras que não aceitaram suas idéias revolucionárias, ressuscitaram ao terceiro dia e foram levados para o céu pelos anjos no caso de Jesus, ou pelos espíritos, ou demônios, no caso de Mitra. Pregavam o amor, a tolerância e a fé em um Deus único, eterno, onisciente e infinitamente bom, e vieram para a salvação dos homens. O resto seriam detalhes, pois a humanidade da época não entendia a magistral doutrina por eles transmitida.
- Porque foi colocado Jesus como líder religioso e não Mitra, ou mesmo Jesus e Mitra juntos?
- O cristianismo era cultuado em todas as populações do mundo conhecido dominado por Roma, ao passo que Mitra reinava apenas nas classes mais abastadas, embora Cristo também as adentrasse se bem que em menores proporções. A ideia da elite romana foi fundir as duas correntes filosóficas em uma só mantendo em seu bojo as duas propostas direcionando os ensinamentos aos patrícios ou à plebe conforme as conveniências. Embora Jesus se posicionasse como o chefe da Igreja em formação, Mitra seria sempre o líder incontestável. E assim, todos os dignitários da nova religião usariam o título de cristãos, mas como submissão manteriam sobre suas cabeças a "Mitra" símbolo do verdadeiro poder e a data de nascimento do deus homem seria 25 de dezembro, data comemorada pelo nascimento de Mitra.
- Foi então nessa época que os evangelhos foram modificados para se adaptarem à nova proposta?
- Perfeitamente! A partir desse momento, a humanidade ocidental deveria ser dirigida por uma única corrente político-filosófico-religiosa, cuja sede seria Roma, e o chefe supremo dessa "Igreja" nomeado através de voto secreto pelos donos do poder. Esse Império Religioso, apesar dos altos e baixos normais em qualquer atividade humana evoluiu de tal forma que conseguiu manter-se acima até de Reis e Imperadores épicos por um período não inferior a mil e quinhentos anos... E o Evangelho, com sua sublime mensagem e pureza, ficou hibernando à espera que a humanidade crescesse e amadurecesse, para que desperta lhe sorvesse o precioso néctar da Vida proposto por Jesus...
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