Nossa relação com Deus
Atualizado dia 11/8/2006 4:50:32 PM em Espiritualidadepor Valter Cichini Junior
Numa primeira referência, lá nos tempos do Velho Testamento, temos um Deus mau e vingativo. Basta que façamos algo errado e lá vem o Carrasco Divino para nos punir, um deslize e a Ira Divina se instala sobre nossas cabeças. Ande fora da linha e arcará com as conseqüências de contrariar o que Deus determinou como correto.
Nessa fase realizamos os mais diversos sacrifícios, tanto animal como humano, para agradá-Lo ou acalmá-Lo, sempre preocupados com o que “Ele” vai pensar de nós e, também, preocupados com a eterna Vigilância Divina que impera sobre nós.
Desta forma, vamos imaginar a seguinte cena: Deus criando coisas pouco importantes, algo como um Buraco Negro aqui, um Multiverso ali e outras coisas pequenas e irrelevantes. Nesse momento, um pequeno ser no planetinha Terra, que gira em torno daquele Solzinho, lá num braço da Via Láctea resolve fazer algo que O desagrade. Nesse momento Ele pára tudo e vira sua Fúria Divina contra esse habitante do planeta azul.
Passado algum tempo, nossa crença foi se modificando e aí Deus passou a ser um “Cara Legal”. Basta pedir perdão sinceramente, se arrepender de coração e não importa o que tenhamos feito, Ele é um cara bom e vai nos perdoar independente de nossa atitude.
Esse tipo de postura torna as coisas muito fáceis, nós tomamos determinadas atitudes, mesmo sabendo que está errado e depois nos arrependemos e pedimos perdão para O Cara Bom e fica tudo certo, afinal, perdoar é divino. Então, podemos ter inveja aqui, trapacear acolá, prejudicar um outro que nos incomoda e assim por diante, (isso só para citar as questões mais simples do comportamento humano).
Notem que nas duas situações projetamos em Deus adjetivos humanos, tais como mau, vingativo, bom e assim por diante.
Tem uma outra visão de Deus que considero mais coerente e mais adequada, e que não necessariamente seja a mais correta, mas na minha visão atual é o que mais se enquadra.
Existe “algo” que interage com tudo, que permeia tudo, que “mantêm” a harmonia de tudo. Esse algo não tem uma personalidade ou qualquer adjetivo que possamos colocar. Procuramos descrevê-lo em palavras, pois essa é a forma de tentar transmitir o que imaginamos que Ele seja, mas nada que dissermos pode realmente descrevê-lo e por falta de um nome melhor vou chamá-lo simplesmente de Deus.
Esse Deus “criou” as regras do Universo em que vivemos e não ficará nos punindo ou nos beneficiando pelas nossas atitudes, as regras estão aí e tudo será conseqüência das nossas ações, não porque nossas atitudes foram boas ou más, mas simplesmente por conseqüência natural. Algo como: Se dei um passo à frente, por simples conseqüência estarei um passo distante de antes.
Com isso paramos de culpar tudo pelas nossas dificuldades e trazemos a questão para dentro de nós. Se tivermos um problema ele deve ser resolvido internamente e é isso que nos fará crescer realmente como seres humanos.
O fato de trabalharmos nossas dificuldades, medos, ansiedades, expectativas e tudo mais internamente faz com que encaremos o que precisa ser resolvido sem culpar esse ou aquele, obrigando-nos a admitir nossas falhas.
É claro que podemos obter ajuda externa para encarar e resolver nossas dificuldades, mas esta apenas AJUDA e não resolve nossos problemas por nós. A única forma de nos resolvermos e crescermos é trabalhar as nossas questões de dentro para fora, promovendo mudanças internas e aí sim refletindo no externo, por simples conseqüência e não por sermos bonzinhos e legais.
Paz e Luz
Valter Cichini Jr.
Projeto Simbologia
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Texto revisado por Cris
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