Nosso papel na Criação
Atualizado dia 21/01/2016 15:22:55 em Espiritualidadepor Rodrigo Durante
Há, no entanto, uma dúvida constante nas pessoas pois tentamos preencher nossos vazios com algo que fazemos, algo que nos deixe animados para acordar cedo no dia seguinte, pelo qual vale a pena viver. Este algo especificamente não existe, esta sensação de preenchimento, ânimo e motivação é resultado de um alinhamento interno, não da conquista de algo e consequente interpretação mental positiva a respeito disso.
Claro que cada um tem suas aptidões e áreas onde seus dons são mais úteis. Viver fazendo uso destas qualidades pode ser o que chamamos de "realizar nossa missão". Mas isso não significa que temos apenas uma coisa que irá nos realizar ou que temos uma obrigação específica para fazer aqui.
Nossa programação para uma determinada encarnação pode incluir algumas curas e aprendizados específicos, mas eles podem ocorrer qualquer que seja nossa profissão, relações ou atividades que escolhemos como caminho de vida. O simples fato de estarmos encarnados já significa que estamos cumprindo nossa programação. A cada respiração transmutamos energias que acumulamos em diversas vidas, a cada experiência vivenciamos emoções reprimidas e escondidas durante séculos... Através de nossas experiências, sempre estamos tomando consciência do que somos internamente e assim cumprindo nosso propósito.
A sensação que buscamos de estar cumprindo nossa missão vem da expressão de nosso coração e não de um entendimento, de uma carreira ou atividade, de uma "forma", como a mente busca. Precisamos apenas estar em contato com nosso ser.
O ser já está sendo, não pára nunca. Não precisamos nos preocupar em ser algo em especial, porque já somos especiais e sempre estamos sendo. Perceber as coisas a partir desta perspectiva requer entrega, desapego e fé. O ser é o puro êxtase, a graça da vida, a manifestação da existência.
Quando nos preocupamos em ser ou realizar algo, estamos bloqueando a percepção daquilo que já somos, passando a direcionar nosso foco e receptores para o produto de nossas interpretações mentais sobre algo que estamos fazendo deliberadamente. Desta forma, com o tempo e excessos que cometemos, perdemos a percepção do ser, não restando sequer a menor noção do que é isso. Tantas coisas para ser, fazer ou conquistar, tantas formas e histórias para perseguir...
Assim ficamos presos no mental, acreditando que um dia alcançaríamos uma perfeição utópica sem precisar sair do conforto do falso equilíbrio que inventamos, fazendo algo que imaginamos ser bom, depois interpretando aquilo como sendo o que precisávamos para ser o que gostaríamos... Tão distantes de quem verdadeiramente somos: o ser, sendo. O Criador, criando. A própria Fonte se expressando... Toda grandiosidade da Criação viva através de nós, vibrando em amor e perfeição a cada batida de nosso coração, a cada respiração.
Agora, pare um pouco e sinta sua respiração, entregue-se ao silêncio da pura existência. Percebe a mente tentando controlar a situação? A mente diz que isso é o nada... Percebe o medo desesperador de "não ser"? Tudo isso são mecanismos mentais ainda em ação, vícios buscando suprimento, maus hábitos resistindo à única verdade que há. Esta necessidade de se fazer algo para nos realizarmos não existe, assim como o mal e o sofrimento de não se fazer algo também não. Então, perceba isso, encare de frente este medo, deixe que o "mal" que você está tentando evitar se apresente. Esta é a única forma de dissolver este vazio que o engana e o sufoca. Você perceberá que nada disso é real, tudo não passa de ideias e condicionamentos. A dúvida e o vazio não existem nesta condição. A busca pela sua missão se encerra aqui.
Uma vez sintonizados no ser, somos capazes de nos desidentificar do mundo das ilusões e sofrimentos mais facilmente, retornando ao estado da pura existência sempre que nos perdermos nos personagens com seus vícios e limitações.
Agora para nos alinharmos com o que realmente somos e entrar neste fluxo de experiências estruturadas sobre o ser, basta começarmos a nos expressar não permitindo que as análises da mente nos interrompa, nos julgue ou nos bloqueie. Uma palavra que saia nestas condições já pode ser um bom começo. Um desenho, uma música, um movimento que não tenha nenhum propósito a não ser o da alegria de ser já é um passo bem dado na direção do coração. Já é o começo deste realinhamento com nossa essência, com o planeta e com o universo. Dessa forma, nossas aptidões se revelam e nossos dons afloram. A partir desta permissão que damos ao nosso coração de se revelar em sua essência, o universo começa a trabalhar para nos trazer o que é nosso, as experiências que nos farão ser mais e mais aquilo que verdadeiramente somos, o caminho da alma.
Isto é o ser, sendo. Expressando-se, percebendo-se. Isto é o coração falando, assumindo seu papel na Criação.
Namastê!
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Texto revisado
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