NOVA CRENÇA PARA UMA NOVA TERRA

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Autor Oliveira Fidelis Filho

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 19/06/2011 13:23:41


O que me leva a revirar os arquivos de minhas memórias no período de minha adolescência é a lembrança de um episódio no mínimo engraçado. A primeira vez que fui sozinho no Jeep do meu pai à pequena cidade, que fica cerca de três quilômetros do sítio onde morava, cometi o disparate de voltar a pé para casa; simplesmente não me lembrei que estava motorizado. Estava condicionado a fazer aquele trajeto caminhando a pé desde muito criança.

Em função do conhecimento oriundo da psicanálise e PNL (Programação Neurolinguística), além das experiências e percepções pessoais, sei o quanto somos condicionados por crenças, formas-pensamento e padrões de comportamentos "instalados" que inconscientemente norteiam a vida e tornam bastante questionável e ilusória a laureada posse do livre arbítrio. Aproximadamente 95% de nossos atos são comandados pelo inconsciente e apenas 5% pelo consciente. Apesar de isso deixar pouco espaço para pensar, sem dúvida dá o que pensar...

As vezes que conduzia o gado, quando criança, pelas pastagens rumo ao curral, com o objetivo de separar as vacas dos bezerros, invariavelmente elas seguiam pelas mesmas trilhas. Percorriam o caminho aprendido, por vezes mais difícil, acidentado, sofrido e demorado, entretanto, era o que estava implantado no "GPS" de seus cérebros de rebanho.

Nosso cérebro também funciona assim, ou seja, funciona a partir das formatações oriundas de caminhos repetidos. Uma vez estabelecidas, as formas-pensamento não se sentem confortáveis em ousar repensar crenças, questionar valores, sair da "zona de conforto". Abandonar o "trilho da vaca", o trajeto por onde caminha o rebanho, não é uma tarefa fácil. Tal realidade pode ser observada nos mais variados vícios. O cérebro não só registra um caminho, mas também se acomoda e "vicia" no caminho estabelecido. Daí a recusa em pensar, sentir e agir diferente do condicionado.

A programação e automatização são de inquestionável valor, quer para a linha de produção industrial, quer para a atividade cerebral, pois poupam energia e otimizam resultados. Seria inviável se todas as manhãs tivéssemos de reaprender a andar, amarrar sapatos, dirigir, enfim viver sempre "Como se Fosse a Primeira Vez".

O problema surge quando estas formas-pensamento geradoras de crenças voltam-se contra nós, fazendo-nos reféns da ignorância e das sombras. Mudar crenças pode parecer muito perigoso, quer para a segurança interna como a externa. Disto dão provas pessoas como Galileu Galilei e Nicolau Copérnico quando de posse de uma nova percepção da astronomia afirmaram que a Terra não é o centro do Universo e nem do sistema Solar. Admitir tamanha inversão de crença soava como um ato de blasfêmia contra Deus e solapava as enraizadas crenças religiosas cristãs de embasamento aristotélico.

O cérebro não tem prazer em ser acordado de seu sono. Não lhe agrada sair da zona de conforto construída a partir das crenças; de livre vontade, não desvia dos seguros caminhos percorridos pelas saltitantes sinapses.

Por preguiça ou medo preferimos não questionar crenças nas quais acomodamos nossa existência. O ego não abandona sua forma-pensamento sem luta.  Assim como acreditávamos que a Terra é o centro do Universo, cremos também que o ego é o centro da existência. Assim como críamos que o Sol orbitava ao nosso redor, muitos ainda creem que a Essência Divina orbita fora de nós.

Acreditarmos estar separados de Deus, esvaziados da essência divina, que somos miseráveis pecadores, é a origem de toda queda. Tal crença não vem de um pecado original; antes, é a origem do pecado gerador de todas as criações distorcidas do ego. Não há caminho de libertação nesta crença. Não há libertação possível na culpa, no julgamento, na condenação e no medo.

Tal crença é concomitantemente o discurso e o instrumento de opressão mais violentos usados pelas religiões que assim pensam. Com tal arma, mantêm "rebanhos" cativos em seus currais. Exercitam assim o mais despótico de todos os domínios, o domínio pelo pavor: de Deus, do diabo, do inferno, de não ir para o céu. Medo inclusive de seus próprios líderes, além do medo de si mesmos.

Há em nós um "gabarito" interno que aponta a verdade que em essência somos, que diz que somos criaturas do Criador perfeito e portanto somos perfeitos, do Criador que é amor e portanto somos amor, do Criador que é Luz e portanto somos Luz, do Criador que é Verdadeiro e portanto somos verdadeiros, do Criador que é Paz e portanto somos paz, do Criador que é puro e portanto puros somos, do Criador que é Deus e portanto somos divinos, pois o Criador não pode criar algo diferente de sua própria natureza.

Aqui está a verdadeira fonte do amor próprio, da auto-estima, do pensamento positivo. Encontra-se aqui o verdadeiro amor que lança fora o medo, a fé que agrada a Deus, a paz que excede a todo entendimento.

A partir deste "gabarito" torna-se possível avaliar nossos erros e acertos e percebermos a separação entre luz e trevas. Torna-se possível expandir a consciência, desenvolver a espiritualidade, avançar na medida em que "retrocedemos" para a nossa verdadeira essência e assim evoluirmos espiritualmente.

Precisamos conhecer o que somos se desejarmos enxergar o que não somos. É preciso olhar para o Self, para a nossa essência, perceber que por traz das mentirosas e amedrontadas construções do ego somos Perdão, Verdade, Amor, Luz, Paz, Justiça e Alegria, enfim, Perfeição. Sentir-se inocente, expiado e parte do Criador.

Todo sofrimento, escravidão e medo resultam de criações mentirosas do pensamento, uma tentativa de negação da Verdade que somos. O pensamento é sempre criador, quer a serviço do ego, quer a serviço do Eu Sou.

 Olhar com este conhecimento permite-nos perceber as causas das incongruências, as mentirosas criações do pensamento que "interrompem" a Luz e projetam sombras. Tais desvios "interrompem" a Verdade oportunizando a mentira, "escondem" o Amor e revelam o ódio,  "negam" a filiação criando a crença na queda, na separação, na culpa, no medo, no julgamento, na condenação.

Reconhecer-se puro, verdadeiro, iluminado, um ser amoroso, uma expressão divina não é orgulho e sim aceitação, não é rebeldia e sim gratidão, não é elaborar em erro e sim retornar à verdade essencial e primordial.

Faz toda diferença pensar e viver assim. É um abençoado ato de coragem rever e mudar "trilhas" de antigas e opressoras crenças, alterar percepções e abraçar conhecimentos que sejam redentores. Das crenças que mantemos resulta o mundo que vivemos. Necessário se faz a renovação da mente para que a realidade interna e externa se transforme.  

Caminhar pelos sombrios e ilusórios caminhos construídos a partir das distorções projetadas pelo ego é conduzir-se pelo hipnótico desvio da verdade que nos impede de vivermos em sintonia com Deus, inconscientes de que o verdadeiro céu sempre esteve dentro de nós. É preciso abandonar velhas crenças e deixar-se guiar pelos caminhos do Amor, pelos frutíferos campos da liberdade e pelo universo da fé que nos faz agradáveis a nós mesmos, ao próximo e a Deus.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Oliveira Fidelis Filho   
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.
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