O Amor na TV
Atualizado dia 28/04/2011 16:26:54 em Espiritualidadepor Maria Cristina Tanajura
Durante meses, convivemos com traições, muitas pessoas invejosas, más, mentirosas, desonestas. Um ou outro personagem bom, que alivia a carga.
O Amor não acontece naturalmente. Resulta de uma luta renhida contra intrigas, maus-tratos, mulheres sedutoras que buscam tirar o companheiro de alguém e vice-versa. Enfim, ficamos com a nítida impressão de que amar é um prêmio por uma batalha descomunal, até desumana.
Mudam os autores, os contextos e as estórias continuam sendo parecidas. Nossas crianças, nossos jovens, convivem com isto diariamente. A pergunta é a seguinte: isto é a realidade? Sabemos que é parte dela, infelizmente, mas que não é de amor verdadeiro que está se falando nesses intrincados relacionamentos cheios de desenganos, chantagens e armadilhas.
Por que não nos rebelamos contra isto? Por que aceitamos que essas estórias negativas e tendenciosas façam parte de nossas vidas e até embalem os nossos sonhos – desde quando muitos de nós dormimos apenas após as novelas das nove?
Amor é puro como tudo que é verdadeiro. Nasce sem pressões, de um olhar, no reconhecimento de duas almas que se encantam sem saberem sequer por que. Não comunga com desonestidades, traições, intrigas, interesses materiais, brigas, negatividades. Amor é a força primeira que move e cria tudo que existe, inclusive cada um de nós. É o outro nome de Deus! Não necessita de papéis assinados para ser abençoado, nem de cerimônias, sejam elas quais forem, para ser sacramentado. O AMOR É.
Estamos nos equivocando, com essas noções errôneas de amor, que os escritores de um modo geral, principalmente os de televisão, primam por criar. Elas nos levam ao desencanto, a um cansaço existencial – antes de iniciar um relacionamento, precisamos saber se teremos força suficiente para o levarmos adiante...
Gente, como tudo que é natural, o Amor é simples como o brotar de uma flor, como uma gota de orvalho que brilha numa folha enquanto precisa. Como um nascer do Sol, como a brisa que nos acaricia o corpo enquanto espalha frescor e esperança, limpando a atmosfera de fluídos negativos, do calor e de energias mortas.
O Amor nos alcança em qualquer esquina, em qualquer elevador, na farmácia, no supermercado e quase sempre chega como uma surpresa, nos deixando atônitos, maravilhados, encantados, energizados.
Essas tramóias veiculadas pelas novelas nada têm de Amor. Não passam de contratos de interesses os mais variados, de desencontros, de ligações predestinadas a ser um fracasso desde o início, por nada terem de puro e verdadeiro nelas.
Como fazer, para que nossos filhos e netos voltem a acreditar no Amor que é eterno, mesmo que não possa se eternizar no tempo de uma única existência? Que tem sua escolha desvinculada de quaisquer outros interesses materiais de um mundo ganancioso, com valores invertidos?
Vamos imaginar uma novela que conte uma bonita e verdadeira estória de Amor! Que desde o primeiro, até o último capítulo, vibre este sentimento que é vital para todos nós... Tenho a certeza de que seria campeã de audiência e de que nos ajudaria no nosso viver diário, nos trazendo uma esperança renovada nos valores essenciais do ser humano. Embalaria o nosso sono que já costuma não chegar como antes, depois de tantas notícias ruins que assistimos nas nossas televisões.
Não estou sugerindo que a gente invente uma realidade ilusória, não. Estou implorando para que criemos para os que nos lêem ou nos escutam, mensagens verdadeiras que brotem de nossas essências saudáveis e puras. Que substituamos esta terrível realidade violenta, nojenta e desumana, por uma imagem de um viver pacífico, feliz e amoroso, que podemos criar, a partir de sentimentos que brotem de nossos corações.
Abaixo a mídia que desencoraja o melhor no ser humano! Abaixo o negativismo e a falta de esperança na existência do Amor – força criadora nossa e de tudo que existe! Abaixo esta desonesta descrição de uma realidade parcial suja, hipócrita, má, que esses escritores teimam em veicular, imaginando que vão ter, com isto, um alto índice de audiência.
NÃO AGUENTAMOS MAIS! Vamos desligar as TVs quando os assuntos humanos forem tratados de forma tão desonesta e tendenciosa. Cada cena dessas é virulenta e terrível e vai encharcando as mentes e os corações dos espectadores, de sentimentos densos de desesperança, de falta de fé na vida e no Amor. Se não dermos IBOPE, certamente os que decidem a programação dessas empresas serão obrigados a mudar.
Texto revisado
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Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |