O ATOR E O EGO*
Atualizado dia 6/23/2011 3:57:53 PM em Espiritualidadepor Brahma Kumaris
Michelangelo, também, disse em suas esculturas: "As figuras já estão lá, eu só retirei o excesso de mármore"" Estátuas que, apesar do tempo, continuam a ter um forte impacto na vida das pessoas.
A maioria de nós teve momentos místicos parecidos. A diferença entre alguém bom e alguém grandioso é a grande capacidade de desapegar totalmente de sua criação ou performance. Embora não possamos exatamente ser lembrados na história como grandiosos, sempre que experimentamos esse desapego, nos movemos para a dimensão da grandeza por um certo tempo. Essa sensação de grandeza é muito real e um componente espiritual importante na vida de uma pessoa.
Todos nós somos atores. Se olharmos para dentro, somos levados a descobrir uma multidão de personagens. Em um único dia, atuamos com tal variedade de papéis. Alguns papéis são desempenhados com o mesmo traje, e às vezes o traje pode mudar. A cada mudança de cena, um novo personagem interno é projetado no drama de nossas vidas. Finalmente, chega o momento quando nós perguntamos qual deles sou eu, ou "Será que o meu eu verdadeiro pode se levantar por favor?" Esta é uma das perguntas mais difíceis de responder.
Os seres humanos são criaturas de hábito. Nossos personagens internos têm seus hábitos também. Quando usamos um personagem de forma inadequada, é inevitável que algo vai dar errado. Se o nosso observador permanece adormecido, nossos diferentes personagens, por pura força do hábito, podem continuar a agir de forma inadequada. Mas, se o nosso observador está desperto, ele pergunta: "Ei, o que está acontecendo? Este não é o que você deveria estar fazendo".
O objetivo na meditação é despertar o eu observador. Nossa atenção nos permite enviar o personagem para os bastidores e chamar o próximo ator. Quando o observador é qualificado, competente e confiável, isso funciona bem. O ator e observador são opostos complementares. Um mestre espiritual é hábil ao se mover entre os dois e equilibra ambos rumo a perfeição.
Normalmente, na cultura ocidental, a perfeição é um extremo da escala e tudo o que não é esse extremo não é perfeito. No entanto, a perfeição é o fiel da balança. Ficamos sem equilíbrio quando nos movemos em direção ao sucesso extremo e perpetuamos esta exposição. Isto é chamado um problema de ego. Ego é escorregadio e difícil de se ver em si mesmo, embora seja fácil de ver na outra pessoa. Estudo e prática espiritual nos convidam para trabalhar em níveis muito profundos, mais profundos do que os do ego.
A nossa consciência pode atuar como um barômetro para identificar instantaneamente quando estamos certos ou errados. O trabalho espiritual aumenta a nossa sensibilidade e habilidade em ler o nosso barômetro e ver a nossa atividade de cada dia. Como sabemos quando estamos agindo corretamente? Quando nos sentimos bem.
Em última análise, nós somos os diretores, e é através de nossa maestria e auto-estima que podemos assegurar que toda a peça, desempenhada por nós mesmos como os principais atores, se desenrole para nossa satisfação total.
Denise Lawrence é inglesa, bacharel em Filosofia e Línguas Modernas pela Universidade de Kent no Reino Unido e primeira professora ocidental da Brahma Kumaris. Trabalhou para a BBC e a Canadian Broadcasting Corporation em Londres. Coordenou as atividades da Brahma Kumaris em Los Angeles, San Francisco, Texas, Toronto e Frankfurt. Produziu vários programas para a TV e videos sobre meditação.
*Versão editada do artigo original publicado na revista Retreat Magazine, Nº7.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 10
A Brahma Kumaris é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, criada na Índia em 1936. Com 8000 escolas em 110 países, há 28 anos oferece cursos de meditação no Brasil. Através da compreensão e aplicação de valores espirituais, proporciona melhoria da qualidade de vida pessoal, familiar e social. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |