O elo que nos une!
Atualizado dia 20/11/2014 13:41:06 em Espiritualidadepor Leandro José Severgnini
O que é a vida? Como podemos defini-la? O que define a existência da vida e qual a diferença da vida e da não-vida? É a vida que está em nós? Nós que estamos na vida ou nós somos a própria vida? De minha parte, creio ser sacrílego tentarmos definir o que parece ser indefinível; tentar traduzir em palavras aquilo que só pode ser sentido ou ligeiramente intuído. Mas justamente por ser tão complexa, a vida deveria ser venerada. Como sabemos, a vida existe em múltiplas formas e aspectos e permeia inúmeros seres, independente do nível de consciência em que se encontram. Em outras palavras, a vida parece ter um respeito ímpar por todas as criaturas; algo que nem sempre parece ser recíproco, principalmente por parte dos seus "filhos sapientes". O mesmo homem que julga-se no ápice da razão, esquece que está aqui graças à uma cadeia de relações que foge da sua capacidade de compreensão, e por ignorar a complexidade da vida, age como se não fosse importante a preservação daquela que lhe preserva. O insipiente homem, mostra a sua insensatez ao pretender que a natureza está aí para servir à sua insaciedade financeira. À natureza (animais e plantas), por ser intelectualmente indefesa da "sapiente crueldade" do homem, não lhe resta mais nada além de sucumbir.
Porém, sabemos que a cada escolha, renunciamos algo! E quando optamos pela destruição, o que é que escolhemos? Para mim, fica claro que estamos optando pela renúncia da vida. Mas esta não é uma questão apenas de quem promove grandes desmatamentos; essa é uma questão que envolve o nível de consciência da humanidade de um modo geral e, como podemos perceber, o foco do homem está todo voltado ao benefício do seu egoísmo inconsequente. Infelizmente, estamos percebendo que a exploração está tornando-se insustentável. Sinceramente, o que me deixa mais abalado é que muitos ainda pensam "que só mais uma árvore não vai fazer diferença", ou "só mais uma garrafa no rio não vai mudar nada". O problema é que a grande maioria pensa assim, e quando a maioria pensa e age dessa forma, então não é somente mais uma árvore, mas a maioria! Falta compreender que, se tratando de planeta, não existe “lá fora”, nem existem objetos ou seres isolados, mas tudo é um “aqui e agora” em relações constantes.
Leis? Decretos? Multas? Parece que nada disso resolve, pois a consciência continuará sendo a mesma. Entretanto, acho improvável que a consciência mude enquanto nosso coração permanecer fechado para esta dádiva chamada Vida. Não alimento esperanças de que poderemos um dia vir a entendê-la se não a respeitarmos e a contemplarmos passivamente. Entendo que será um grande erro deixarmos para respeitá-la quando a compreendermos, pois, sob essas circunstâncias, a compreensão não ocorrerá. Mesmo não a conhecendo completamente, podemos observar que a vida opera sob leis que não condizem com nossos anseios. Sabendo disso, podemos perceber que uma dessas leis, é que só podemos compreender algo quando o amamos com sinceridade e respeito, e não que devemos amar só aquilo que conhecemos, como quer o nosso ego.
Não é necessário esperar que a vida nos ame, não, pois isso já está acontecendo. É necessário apenas que sejamos recíprocos à essa generosa desconhecida.
Texto revisado
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |