O FILHO DA ESTRELA
Atualizado dia 30/07/2009 00:14:46 em Espiritualidadepor Valeria Trigueiro
Claro que sim, porém, nesse caso, a sacralidade está mais acima – no coração e nos braços que recebem a criança. Esta mãe não planejou a data em que o filho nasceria, não escolheu a genética perfeita, como temos visto por aí. Entretanto, escolheu ser mãe. Muitas vezes esgotou todas as formas, como inseminação artificial, tratamentos dolorosos e como não obteve sucesso, passou a prestar atenção em seus sentimentos. Interessante é que o corpo grita literalmente pelo filho, o pai tenta acompanhar e quando estão realmente em sintonia, recebem a mensagem clara como um raio de sol – adoção.
Não vemos o ventre crescer, mas podemos notar o brilho dos olhos e até alguns sintomas de gravidez na mãe que se prepara para receber seu filho que vem das Estrelas. Todos viemos, entretanto, nesses casos, é mais fácil notar, se prestarmos atenção, como a Vida vai trabalhando para colocar as pessoas certas diante do casal. É aquela criança o seu filho. Alguém emprestou-lhe o ventre para chegar à Terra e isso nada difere dos filhos chamados legítimos. Eu emprestei o meu para trazer meu filho à Terra, minha mãe emprestou o seu para que eu pudesse estar aqui. Somos veículos de Deus.
Quando alguém nasce é necessária toda uma conjunção de fatores não apenas genéticos, mas espirituais. Aquela criança precisa ter tais características físicas e principalmente emocionais para fazer sua parte naquela família. Tanto assim é que os filhos adotados têm características de seus pais não biológicos, mesmo que pouco convivam com eles por um motivo ou outro. Parece coincidência, mas não é. Quantas vezes achamos pais e filhos parecidíssimos e não são biologicamente pais e filhos? São no coração, a Natureza não engana nunca. Acho até que faz de propósito para mostrar que é Ela quem dá as ordens. A criança se parece fisicamente com o pai e tem o temperamento da mãe. Alguém pode estar pensando: “ora, por conviver com ela é o mais provável ter suas características emocionais!”.
Bem, então preciso contar-lhes: conheço um menininho muito lindo que a semente que o trouxe à Terra foi plantada em dois corações – é, não foi no ventre da mãe (aquela dos braços e coração sagrados). Ela esteve com ele por dois anos e logo depois, foi chamada a trabalhar na Espiritualidade pessoalmente, isto é, não pode mais fazer parte deste mundo aqui na Terra. Dizemos que virou uma estrela, mas a verdade é que voltou para a Estrela de onde veio – aquele Planeta que habitamos antes de encarnar na Terra e para onde voltamos mais cedo ou mais tarde.
Ocorre que o menininho de quem falo tem muitas, digo, muitas características dela. Até hábitos alimentares que não tinha como aprender com dois anos. O temperamento? Às vezes, acho até que a vejo quando diz as coisas de forma assertiva, com vontade forte, ninguém o convence a fazer o que não quer – a não ser que o argumento seja o amor, e que ele possa percebê-lo, senão o bico cresce, cruza os braços e fica zangado. Após alguns momentos, volta como se nada tivesse acontecido. Pensamos: “olha o filme se repetindo, só que o personagem agora é seu filho”.
Muitas pessoas dizem: “ah... não tem mãe, que pena!” As pessoas esquecem que tem sim e como tem! O que acham que acontece com uma mãe que vê seu filho de uma perspectiva mais ampla, com distanciamento físico? O emocional, certamente está ampliado - o peso da matéria não atrapalha as ondas magnéticas do amor. Quem conheceu esta mãe sabe muito bem que transbordava de emoção. Imagina agora!
E lembremos que a Terra é feminina, é mãe. Ele vive com a mãe da mãe dele, que segundo diz-se, é mãe duas vezes. E preciso contar: existe uma outra mulher, que pasmem vocês, foi escolhida inconscientemente pela mãe para tomar conta de seu filho, mesmo sem saber que partiria (será?). Enfim, ele é amado por muitas mulheres que o maternalizam e um pai, bem, com todo respeito, também é uma mãe.
A verdade é que não sei bem porque quis escrever tudo isso, mas creio que é a minha forma de maternalizar todos os menininhos e menininhas que foram adotados pelo amor. E incentivar aos pais que não conseguiram ainda ter “seus” filhos a olharem para os lados. Pode ser que vejam o veículo que trará sua criança, seja ele em forma de instituição, pessoas ou mesmo intuírem o caminho a percorrer até tê-los em seus braços.
Lembremos das funções que temos uns nas vidas dos outros. Com filhos não é diferente. Aliás, não é mesmo!
Texto revisado
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