O milagre da renovação
Atualizado dia 12/29/2010 5:57:02 PM em Espiritualidadepor Claudia Gelernter
Nestes tempos de feriados, uns costumam pedir aos céus que algum divino poder lhes traga um novo amor. Outros, um novo emprego. Outros, ainda, desejam saúde, uma família harmoniosa ou uma viagem para destinos distantes.
Algo mágico, que ao 12º badalar do relógio, entre estrelinhas brilhantes e sons de sinos, faça surgir o novo, destruindo o velho, quase que automaticamente.
O fato é que buscamos viver a vida de forma fragmentada, quando, em verdade, ela é um continuum, onde cada nova ação depende de uma outra anterior e esta será de acordo com o as tendências que já desenvolvemos. Acreditamos que no milagre chamado reveillon, conseguiremos, graças a uma conjunção dos astros [ou seja lá o nome que desejarmos usar] finalizar ciclos, conseguindo alterar o quadro substancialmente.
Não.
No dia primeiro de janeiro, ainda seremos os filhos de determinados pais, pais de determinados filhos, irmãos de determinados irmãos. Continuaremos sendo pessoas que vivem em determinada situação, num determinado local, com uma determinada cultura, em determinado tempo histórico. Não dá para apagar alguns pontos e começar outros, assim, miraculosamente. Tudo o que começar no próximo ano terá, invariavelmente, como base, o que se viveu no ano anterior. Assim como o que conseguimos trilhar neste ano que termina foi alicerçado no outro ano, com nossas ações no mundo, com nossos sentimentos, com aquilo que conseguimos aprender a realizar.
Daí a necessidade de prevermos esta continuidade de nós mesmos, de nosso ambiente e, com muita lucidez buscarmos, sim, realizar desejos, mas sempre com a atenção voltada para a necessidade do nosso empenho em alterar nossas paisagens mentais para melhor, aspirando e trabalhando no sentido de sermos cada dia mais conscientes e pacientes, pois sem paciência e dedicação não há reveillon, signo, meditação ou terapia que dê jeito. Não conseguiremos melhorar o externo sem reformarmos o interno. Nada de harmonia por fora com desajustes por dentro.
Todas as manhãs temos as mesmas oportunidades. E em cada manhã trazemos as bagagens do dia que se foi. Assim também será neste final de ano. Não poderemos negligenciar o que somos, achando que tudo será diferente sem nossa mudança e que esta mudança depende de tempo, dedicação e muita paciência.
* * *
Neste final de ano, quero me sentar e apreciar a alegria do mundo, em forma de fogos, brindes e promessas. Quero ver sim o sorriso das pessoas, ouvir música alegre, percebendo a esperança chegar em cada irmão. Mas acima disso, quero apreciar a beleza da noite, vislumbrando no céu o silêncio majestoso de Deus, que com sua Amorosidade nos trará em poucas horas mais um novo amanhacer, carregando com os raios do sol as novas oportunidades do dia que chega. As tantas experiências que nos tornam pessoas melhores.
Este, sim, é o verdadeiro milagre da renovação.
Texto revisado
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Tanatóloga e Oradora Espírita, professora e coordenadora doutrinária E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |