O mito de Eros e Psique - a análise
Atualizado dia 27/03/2011 16:07:33 em Espiritualidadepor Marisa Petcov
A primeira tarefa dada por Afrodite (organizar uma pilha enorme de sementes de tal forma que cada uma delas esteja em seu lugar apropriado antes do anoitecer) nos ensina a primeira etapa para amar: é preciso confiar em nossa capacidade inata de selecionar, analisar, avaliar. Devemos dar vazão aos nossos instintos: escutar frases soltas que eclodem em nosso interior quando contemplamos inocentemente nosso amado. Para classificar, não podemos ter medo de nos separarmos da agradável sensação de estarmos fundidos ao outro. Classificar onde sou diferente do outro contribui para que a relação se torne mais rica.
Neste sentido, a primeira tarefa consiste em não termos medo de ressaltar as diferenças de cada um; do contrário, a relação estaria baseada na auto-anulação de ambos. Nesta etapa, aprendemos a nos separar em prol de uma união complementar.
A segunda tarefa (juntar lã dos grandes e agressivos carneiros dourados de sol) nos ensina a lidar com o poder das forças destrutivas, assim como a auto-agressão. O mito nos diz para abandonarmos o espírito da competição para atingir nossos objetivos. Ele nos inspira a negociar ao invés de agredir, isto é, a usar nossa astúcia e a força pessoal no mundo competitivo sem nos deixarmos atemorizar por ele, o que nos leva a nos tornarmos rígidos e acuados.
É interessante que quando um dos parceiros revela com honestidade e amor algo que o incomoda, o outro passa a escutá-lo com mais abertura, pois sabe, intuitivamente, que dessa forma ele também terá a oportunidade de se expressar sem defesas. Assim, gradualmente, o espírito competitivo se dilui e surge a confiança de poder ver o outro e ser por ele visto.
A terceira tarefa (encher um recepiente de cristal com águas que alimentam os rios dos Infernos) nos ensina agora que para amar é preciso escolher e nos sentir satisfeitos com nossas escolhas. Isso não significa que estaremos saciados quando encontrarmos o amor em nossas vidas, mas que agora devemos assumir um compromisso com ele.
A quarta tarefa (pedir a Perséfone, no reino dos mortos, um pote de seu unguento de beleza) nos ensina a cultivar a sabedoria que tem a ver com a habilidade de dar e receber: não podemos deixar que nem mesmo a nossa generosidade nos desvie da possibilidade de nos realizarmos. Nosso crescimento interno não pode ficar paralisado. Para tanto, precisamos ter clareza quanto aos própositos de nossa vida.
Ao final, o mito nos ensina que para amar é preciso saber perdoar e ter compaixão: tarefas próprias daqueles que escolhem o amor como sua meta de vida.
Baseado nos livros "A chave para o entendimento da psicologia feminina", de Robert A. Johnson e "Amor e Psique: uma contribuição para o desenvolvimento da Psique feminina", de Erich Neumann.
Marisa Petcov
Numeróloga, Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, Contadora de histórias.
Comunicadora do site link onde faz o programa Contando histórias e números, todas as terças-feiras, às 17 horas.
e-mail: [email protected]
tel.: 9212 81 69
Texto revisado
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