O Mundo que Vivemos
Atualizado dia 10/04/2014 12:08:18 em Espiritualidadepor Nadya Prado
“Tentar mudar o mundo sem mudar a nossa mente é como tentar limpar o rosto sujo que vemos no espelho esfregando o vidro”.
- Chagdud Tulku Rinpoche
O planeta parece cada vez mais conturbado. Guerras, violência urbana, fome, destruição, desprezo à natureza, desrespeito com o outro, com a fauna e com a flora.
O sol continua iluminando o dia , a lua continua brilhando entre as estrelas, as chuvas e os ventos, os ciclos naturais.
Nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer. As árvores continuam dando frutos, as flores colorindo e perfumando.
As aves continuam a cantar. Os animais seguem seu destino.
A perfeição de Gaia, o nosso planeta Terra, perante os nossos olhos. Deus representado em cada elemento da natureza.
Podemos sentir a Divindade expressa na natureza e em cada um de nós.
Mas, a humanidade ainda movida por seu egoísmo e pela ilusão da separação, não compreende que não tem como escapar do ciclo natural de viver e morrer.Continua tentando driblar o que imutável, tornar permanente a impermanência.
Dizer que desejar é amar, confundir conceitos, trocar palavras, justificar o que não se justifica.
Querer controlar e mudar o ciclo da natureza, sempre guiada pelo ego.
Limpar o espelho que reflete o seu rosto, maquiar e esconder as rugas.
Vestir-se não para afugentar o frio, mas para mostrar o que não é.
Consumir sem limites, como negação a realidade da morte. Desejar para não morrer.
Confundir esse desejo com um sonho inocente. Querer possuir, querer dominar...
Vemos o reflexo da humanidade no mundo que ela construiu em bases egocêntricas.
Negar a sua sombra não muda o mundo, apenas aumenta o desconforto, a dor e o sofrimento. Projetar no mundo todo o bem e todo o mal que está em nós.
O homem não conseguiu ainda dominar a si mesmo, aos seus próprios instintos.
Como querer dominar o mundo? Dominar o outro?
Mas a morte, derradeiro encontro consigo mesmo, desmancha as ilusões, como o mar que avança e desfaz os castelos de areia.
Temos a escolha, o livre arbítrio para escolher e optamos, até então, por não assumir a responsabilidade.
O vazio que a humanidade sente e, sua busca por preenchê-lo continuará.
O mundo não mudará, enquanto o homem não mudar a si mesmo e reconhecer que o espelho é apenas um reflexo.
Conscientizar-se que a vida é como Platão descreveu no Mito da Caverna.
Ele utilizou a linguagem da filosofia, para mostrar o quanto o homem estava preso à sua ilusão. A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam voltados para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da parede. Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu se aventurar para o lado de fora da caverna e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com natureza, cores, “imagens” diferentes do que estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e revoltados, o mataram.
Quando a humanidade irá despertar?
Se não desperta pelo amor despertará pela dor.
Aos poucos os homens estão saindo da caverna e compreendendo que a vida é um reflexo, é um espelho.
Expandir a consciência, sair do automatismo e se libertar da máscara que ainda envolve e engana.
Assumir a responsabilidade de mudar o mundo a partir de si mesmo. Reconhecer sua sombra e trazê-la para a luz.
A dor é necessária mas continuar com o sofrimento é uma escolha.
Namastê
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 6
Psicoterapeuta Transpessoal Técnica Naturopata, com extensão em Psicopatologias Psicanalíticas e Psicossomática Contemporânea., estudiosa dos estados alterados da consciência e transtornos psicológicos, inclusive mediunidade transreligiosa. Atendimentos online no skype Informações e agendamento envie email para [email protected] E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
Veja também