O PAI NOSSO DA FILOSOFIA ESOTÉRICA



Autor Amigos da Teosofia
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 28/01/2013 11:08:25
:: Uma Interpretação Universalista Dessa Prece Cristã ::
:: Autor: Carlos Cardoso Aveline ::
Assim como os livros sagrados de outras religiões, as escrituras
judaico-cristãs trazem em si, em forma velada, inúmeros ensinamentos da
sabedoria eterna e esotérica. Vejamos um exemplo prático.
No Evangelho segundo Mateus, 6: 9-13, encontramos o Pai Nosso [1].
Trata-se de uma das orações mais famosas e recitadas do mundo. Infelizmente,
ela é muitas vezes repetida de modo mecânico e dogmático. Assim, ela nem sempre
ajuda de fato o despertar espiritual dos devotos.
É preciso olhar cada trecho de uma grande escritura a partir da
compreensão do Todo Universal, para que se compreenda verdadeiramente o trecho
em questão.
Uma vez conhecidas algumas chaves de interpretação da tradição cristã, o
estudante percebe a mensagem transcendente implícita em vários textos,
inclusive o Pai Nosso. Então esta oração deixa de ser obscura ou monótona.
Ela ganha um significado universal que é profundamente místico, mas
também tem um efeito libertador e estimulante no plano racional e intelectual,
e ensina ao peregrino que ele deve libertar a si mesmo ao invés de esperar por
alguma salvação externa.
Há pouco mais de um século, Helena P. Blavatsky publicou uma
interpretação teosófica do Pai Nosso em seu jornal mensal "The Theosophist".
Hoje quase esquecida, a versão esotérica desta oração faz parte de um texto
raro intitulado "Christian Mysticism", escrito pelo místico alemão Barão von
Ekartshausen e publicado em duas partes, nas edições de fevereiro e março de
1885 da publicação. [2]
Diz a oração interpretada, que traduzo diretamente do "Theosophist" de
H.P.B.:
O "Pai Nosso" do Iluminado.
Pai Nosso - (Supremo princípio criativo, fonte original de toda
existência;)
Que estás nos céus, - (que ora está ativo, ora latente, dentro de nós
como em todo o universo;)
Santificado seja o teu Nome; - (e encontra sua expressão fiel
nas qualidades mais elevadas do ser humano;)
Venha o teu Reino; - (que nossos desejos e atividades sejam tais que
este princípio supremo possa manifestar-se universalmente em sua mais alta
perfeição;)
Seja feita a tua Vontade - (em nossa consciência e através de nós,)-
Assim na Terra como no Céu; - (no universo visível assim como no
universo invisível;)
O pão nosso de cada dia nos dá hoje: - (a cada dia que passa, nós
bebemos da fonte da vida e temos novas oportunidades de obter mais conhecimento
e perfeição;)
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores -
(estamos fazendo esforços para libertar-nos das nossas imperfeições e para
ajudar os outros a que se libertem do mesmo modo, porque na medida em que
ajudamos os outros, elevamos a nós próprios;)
Não nos deixes cair em tentação - (os estados inferiores de
consciência perdem seus atrativos para quem alcançou o mais elevado,)
Mas livra-nos do mal - (e tal pessoa deseja apenas o que seja útil
para obter aquele estado de perfeição.).
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A calma leitura da oração acima pode, e deve, ser feita de várias formas
sucessivas.
Uma primeira é uma leitura corrida, como texto contínuo, incluindo tanto
o Pai Nosso tradicional como os seus comentários.
Uma segunda é apenas ler apenas os comentários, como se eles fossem um
texto independente, e consultando só eventualmente a linha correspondente do
Pai Nosso para ver qual a relação com o texto principal.
Uma terceira leitura possível consiste em olhar novamente o texto total,
fixando bem a sequência de conceitos e meditando sobre seu significado
interior. O texto ampliado ensina a autonomia do aprendiz, e dá alguns
elementos para que ele possa melhor colocar-se - por mérito próprio, embora
lenta e gradualmente - em sintonia direta com as forças cósmicas.
Deste modo, o estudante percebe profundamente um significado novo e mais
amplo do Pai Nosso. Agora esta oração é uma chave prática pela qual ele pode
aumentar a sua ligação consciente com a comunidade ilimitada de inteligências
divinas que constitui o universo.
NOTAS:
[1] Veja também Lucas, 11: 1-4.
[2] "The Theosophist", Adyar, Madras, Índia, fevereiro 1885 (pp. 100-101) e março 1885
(pp. 128-129). A oração, especificamente, está na edição de março, p. 129.
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