O poder de ser quem você é
Autor Alex Possato
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 1/8/2013 5:26:24 PM
Quem você é? Ou talvez seja mais adequado perguntar: quem você não é? Porque é bem provável que tudo aquilo que você busca intensamente para si, seus valores, metas, sonhos, não tenha nada a ver consigo mesmo. Se busca algo que poderá completá-lo ou melhorar a si no futuro, isso não é você... Tudo bem, ensinam isso o tempo todo: como fazer as relações ideais, ter a vida correta, o comportamento certo, a vida espiritual virtuosa... quem sabe você olhe para si mesmo, e sem reconhecer esses certos pregados pela sociedade, pelos líderes, pelas instituições, pela mídia, pelo papai e mamãe, veja si mesmo como um erro.Se não estou certo, estou errado. Certo? Não. Errado!
Certo e errado tem a ver com valores. Idéias. Crenças. Na verdade, ilusões. Não tem nada a ver com você. Quem você é, é o que você é agora. Certo ou errado, tanto faz! Você é quem você é. Sua barriguinha, suas atitudes louváveis, seus atos condenáveis, seus vícios, suas mentiras, suas verdades, seu amor, seu rancor, sua luz... Você é quem você é. E tanto faz o que os outros pensam de você. E tanto faz o que você pensa sobre você. Isso não muda nada, com referência a quem você é.
Aquilo que é transitório, não é você
Tudo na vida material é transitório. Tudo muda. Algo surge. Algo desaparece. Para surgir novamente, em outra forma, ou outro estado. Assim é a lei. A lei da matéria. É fácil verificar isso nos objetos materiais. Até em relação ao nosso corpo. Surgiu do nada, ao nada voltará. As idéias também surgem, e desaparecem. Os pensamentos são totalmente instáveis. As emoções, idem. Estamos bem uma hora, na outra... péssimos. Nossas relações afetivas também surgem, e desaparecem. A família é algo transitório. Hoje vivemos uma mudança de padrões familiares muito grande, onde o papel de pai e mãe está se modificando. É fato. Não estou dizendo que é certo, nem estou dizendo que é errado. É assim. Da mesma forma, os relacionamentos afetivos estão sendo chacoalhados por novas formas de convívio conjunto. Homem com homem. Mulher com mulher. Um homem, duas mulheres. Uma mulher, dois homens. Duas famílias ao mesmo tempo. Relações somente por prazer. Ou relações apegadas, codependentes e autodestrutivas.
O dinheiro, a carreira... tudo também tão transitório! Temos dinheiro. Depois, não mais. Estamos numa carreira, mudamos tudo... buscamos a realização em outra carreira. Ou fazemos mais de dois trabalhos ao mesmo tempo. Ou não fazemos nenhum, e vamos para uma vida alternativa. Caretas se tornam revolucionários. Hippies vestem ternos. E depois, mudam tudo outra vez.
Silêncio... permita-me sair disso tudo
Não vou confrontar o que é, o que existe. O mundo está assim. É o que é. Mas eu, eu não sou nada disso. E não preciso viver minha vida buscando me adequar a estes valores tão instáveis. Não preciso saber as últimas informações da mídia. Não preciso fazer um relacionamento que agrade minha família, nem meus amigos. Não preciso trabalhar do jeito que falaram que devo. Não preciso dar satisfações. A não ser ao meu Deus interior. Que me guia, me conduz, me orienta e me traz paz. Eu tenho escolha!
Eu escolho viver neste mundo, trabalhar, compartilhar, trocar, sem me apegar a estas coisas tão transitórias. Conheço os valores, respeito quem acredita neles, porém, sigo o caminho que meu coração aponta. E meu coração aponta para o equilíbrio, a serenidade, o desafio, o prazer da mudança, a entrega à fé. Escolho viver seguro dentro da própria insegurança que é a vida, e dessa forma, vou em frente. Faço o que a intuição diz... e os outros? Bem... os outros devem estar bem com as coisas que acreditam.
Em paz, estou bem também com minha família, que não entende nada do que digo... e tudo bem! Que minha paz atinja a todos eles. Estou bem com o meu trabalho, pois agora os "tem que" desapareceram... O trabalho flui do coração, em meu benefício, em primeiro lugar, e em benefício do mundo. Sem apego, pois o fruto do trabalho é transitório...
A paz
Só é possível estar em paz sendo quem você é. Assumindo-se totalmente. Tomando posse das coisas positivas e negativas de si mesmo, sem negar a nada. Olhando compassivamente para todas as suas partes: aquelas que você gosta, e também aquelas que odeia e esconde. Deixando de se ver de forma fragmentada. Deixando de viver de forma fragmentada. Deixando as máscaras de bonzinho, de educado, de espiritualizado, de trabalhador, de honesto, de isso e de aquilo, que a sociedade exige que você assuma. Você é quem você é. E aquilo que não está confortável dentro de si, só irá mudar no momento em que você assumir, em primeiro lugar. E depois, desapegar-se. Pois isso não é você. Você é aquele que pode observar a si mesmo. E que pode deixar passar todos os conceitos que tem sobre si. Os bons e os maus. E deixar passar suas emoções dolorosas e prazerosas. Para assim, quem sabe, acessar uma área de si mesmo inexplorada, excitante, transcendente, que pode preenchê-lo totalmente, de uma forma até então desconhecida. Este será o vislumbre de quem você é...
Alex Possato é terapeuta de constelação familiar sistêmica. Clique aqui e saiba mais sobre seu trabalho
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
