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O Rei e o Servo

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Autor Celso Raimundo Nunes

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 4/2/2009 10:45:18 PM


Disse um rei ao servo: sou muito feliz escravo, e o servo de cabeça baixa lhe indagou: o senhor já pensou quanto custa a felicidade e o que é ser feliz, se ela é uma boa fada ou uma bruxa malvada? Mas o rei por uns instantes calou-se, e o servo sem ter uma resposta prosseguiu: senhor desculpa-me porque não posso falar de cultura a um homem culto, nem de sabedoria a um sábio, porque sou servo e tu és rei, mas queria que seus ouvidos ouvissem minha voz, falarei de longe para que o hálito de escravo não chegue até vós e se misture entre os perfumes de vossa majestade, pois a seus ouvidos mal algum fará, porque voz de escravo não fere ouvidos de rei nem de rei fere ouvidos de escravo.

Então o rei sentou sobre o trono de olhos arregalados, retirou da cabeça a coroa, colocou sobre as pernas e se pôs a ouvir, como se fosse apenas uma conversa entre escravos. E o servo com uma voz cansada da escravidão falou e disse: eu também já vi a tal felicidade, mas paguei por ela muito caro, pois bastou senti-la por uns instantes para ter o coração marcado como chicotadas nas costas dos negros escravos, para toda a vida, e assim senhor, a felicidade é uma espada e quando ela se vai de um coração deixa apenas uma ferida escorrendo saudades. Foi assim uma tarde quando o céu cobriu-se de desenhos coloridos como o salão de festa de seu castelo, eu me senti rei e mesmo sem coroa fiz do mundo o meu reino, mas não durou, minhas pálpebras pesadas pelas mãos do sono quis fechar, então meu coração feliz convidou a dona felicidade a deitar-se, mas minha alma aflita me dizia: não durmas pois a felicidade tem asas como águias e pernas rápidas como alces, e se tu dormes não amanhecerá com ela, pois ao primeiro raio de sol ela se vai. E então senhor, os olhos de escravo deitou-se com sua cabeça branca e cansada sobre um monte de palhas duras e ásperas, e a felicidade, talvez por eu for um escravo, nem ousou deitar na podridão de minha senzala. Nem deitou comigo no castelo que eu imaginava, porque na minha cabeça não havia coroa e no meu corpo roupas cravejadas de ouro e prata. E quando, na madrugada acordei, abri a janela e vi nos céus ainda escuro estrelas quase apagadas como brasa das cinzas da felicidade.

E o servo disse essas coisas e calou-se, e o rei ergueu a cabeça, arrancou de sobre as pernas sua coroa e a colocou calmamente sobre a cabeça do servo que um dia por uns instantes a felicidade havia feito dele um rei.


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