O relacionamento afetivo na ascensão espiritual
Atualizado dia 26/11/2012 11:59:24 em Espiritualidadepor Rodrigo Durante
Desde pequenos cultivamos uma imagem familiar, do pai e da mãe, dos diferentes papéis de cada um e não nos damos conta de que inconscientemente tendemos a reproduzir o padrão em nossos relacionamentos afetivos.
Projetamos no outro não só os moldes pré-programados, mas também toda nossa sombra, nossos medos e carências. É complicado o que vou dizer agora, mas se analisarmos nossos antigos relacionamentos veremos que 90% do tempo (ou mais) era nossa sombra que estava ali se relacionando.
Quando estamos neste caminho da iluminação, buscamos nos conhecer por inteiro e integrar todas as nossas partes, nossa parte consciente e a parte inconsciente, luz e sombra, masculino e feminino e assim por diante, tornando-nos cada vez mais quem nós realmente somos, seres completos, unos.
Sabemos que nos mundos superiores, as trocas afetivas são diferentes das daqui e quanto mais experiências conscienciais vamos tendo, mais tendemos a gerar uma grande dúvida em ralação às nossas trocas na matéria.
Temos grande dificuldade em lidar com isso, pois neste corpo de 3D de consciência não unificada sempre haverá uma polaridade masculino/feminino.
Quando entramos em um relacionamento enquanto estamos no caminho da unidade, temos que tomar o cuidado de manter esta consciência (ainda que temporariamente seja apenas no intelecto) de que somos unos, inteiros, e não nos perder do nosso centro, que é nosso coração, não o do outro.
No momento da relação sexual, aí sim, ocorre uma polarização, ele no masculino e ela no feminino e também uma expansão mútua da consciência, quando um sente não só os seus corpos sutis e fluxos de energia, mas também os do parceiro. Porém, devemos estar atentos para voltar ao nosso centro logo em seguida e nos reunificarmos em nós mesmos, sem perda de identidade e consequentemente de energia.
Muitas vezes, após estes momentos de polarização, podemos sentir uma queda energética, tendendo a transferir a culpa para a relação. A sensação que dá quando projetamos nossa consciência no outro ou permanecemos com ela fora de nós mesmos é que a perdemos, ou que ela caiu porque perdemos energia com o sexo. Quando nos damos conta, estamos cansados e perdidos, fora de nosso eixo. Por isso, quem começa a despertar, tem certa tendência ao isolamento ou a sensação de não poder dividir seu caminhar com ninguém.
Porém, não é nada que um exercício rápido e disciplinadamente constante de aterramento e centramento em nosso coração não resolvam. Existe um yogi (casado e com filhos) que atingiu todos os níveis de iluminação possíveis enquanto ainda no corpo físico (começou a entrar em estados de iluminação espontaneamente aos 3 anos de idade), chama-se Yogiraj Gurunath Siddhanath, que diz o seguinte: "se o sexo acontecer com você, aproveite e depois Samadhi". Ou seja, não existe nada "anticonsciencial" em uma relação, apenas nas confusões entre ego e coração que fazemos.
É interessante ressaltar que no caminho da ascensão o que mais fazemos é nos purificar, tomando consciência do Eu espiritual e do Eu personagem e nos liberando de nossas programações mentais e emocionais, entregando à Fonte nossos desejos e vontades. E na medida em que isso ocorre, nos relacionamos muito melhor com nós mesmos e consequentemente estamos mais aptos a nos relacionarmos com o outro.
As trocas em um relacionamento neste nível são mais leves e desprovidas de crenças associadas, de rótulos e de julgamentos. Não existe um "isso é bom" ou "isso me fez mal", pois tudo partirá do coração e o entrosamento é cada vez mais perfeito e fluido.
Os pontos onde existe um bloqueio ou um julgamento são cada vez mais facilmente identificados e a energia gerada nos momentos de união do casal se encarrega de curá-los e liberá-los.
Assim, sob o olhar da Pureza e colocando o Amor em todas as questões do casal, o relacionamento que originou-se em um chakra inferior, juntamente com seus integrantes, faz sua rota ascensional rumo à Iluminação.
Texto revisado
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