O relacionamento perfeito
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 4/14/2014 6:43:37 PM
O ser humano possui um instinto natural de buscar o bem estar, a alegria, o prazer e a felicidade. Praticamente tudo o que fizemos converge para essa finalidade. E não poderia ser diferente. Mas cada um tem sua própria concepção do que é a "felicidade", e se a noção de felicidade do outro for diferente da nossa, certamente o seu comportamento também o será e, por sua vez, se este comportamento for contrário àquele que eu considero digno, caímos em uma sucessão de erros lamentáveis começando pelo julgamento, que vai fatalmente acabar nos tirando o foco de nossas vidas e nossos objetivos, que por sua vez vai nos fazer gastar energia com coisas que não dizem a nosso respeito, perdendo vitalidade e trazendo algum nível de desequilíbrio.
Então, surge a necessidade de restabelecermos o equilíbrio perdido e - mesmo que de modo inconsciente - partimos em busca dele. Às vezes o desequilíbrio é tanto que precisamos de vários meios para "tapar" os seus efeitos. Esses meios, diga-se de passagem, não vão trazer de volta o nosso equilíbrio e a nossa harmonia, mas vão nos fazer esquecer de nossas dificuldades. E por darmos preferência a esses fatores de dispersão ao invés da introspecção, as questões mal resolvidas continuarão mal resolvidas e, às vezes, até acumulando-se. Então decidimos que é hora de partirmos para um relacionamento afetivo, encontrar alguém que vá preencher o nosso vazio. E nesse intento esquecemos que na maioria das vezes - por uma questão de afinidade vibracional - acabamos nos vinculando a pessoas que possuem um vazio existencial parecido com o nosso. Então eu questiono: o que é que os casais têm para oferecer aos seus cônjuges? Se cada um possui lacunas emocionais e espera que o outro preencha o seu vazio, haverá outro destino que não a frustração?
Mas, creio, está mais do que na hora de sairmos dessa situação de dependência afetiva e emocional. É claro que podemos perfeitamente nos sentirmos plenos e realizados na companhia de outra pessoa, mas será que essa sensação, esta consciência de plenitude e realização está vindo da outra pessoa ou está em nós mesmos, sendo que foi apenas despertada pelo outro? Imagino que vocês concordarão comigo que a segunda resposta é a mais adequada. Então partindo deste pressuposto, chegaremos à conclusão que se a nossa plenitude pode ser despertada pelo outro, ela também pode ser despertada por nós mesmos em nossa quietude, na agradável companhia de nós mesmos. A partir daí, plenos de amor por nós mesmos, poderemos nos relacionar com outras pessoas, pois não estaremos mais compartilhando o nosso vazio, mas sim a nossa plenitude. Tudo gira em torno do amor próprio e da consciência de que o único relacionamento que não corre o risco de fracassar é a afetividade que nutrimos conosco mesmos, eis o relacionamento perfeito. Pois tudo o que eu oferecer ao outro vai ser apenas uma extensão daquilo que eu ofereço a mim mesmo.
“Se você se sente bem estando sozinho, então você aprendeu o segredo da felicidade” – Osho.
Leandro Severgnini
Avaliação: 5 | Votos: 7
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
