O Ritual Cátaro do Consolamentum
Atualizado dia 2/25/2021 10:38:38 PM em Espiritualidadepor Lisandro
Tenho um cuidado muito grande ao escolher o nome de minhas músicas. Acredito que cada uma delas está carregada de energia e possui uma história (tanto que cheguei a escrever 2 livros procurando expressar o que elas queriam dizer. Após escolher o nome, procuro pesquisar bem para ver o que ele significa. Se o nome traz algo negativo trato de trocá-lo, mesmo que seja um nome bonito. Um exemplo foi quando batizei intuitivamente uma música como "O Canto do Cisne". Depois descobri, pesquisando no Google, que reza a lenda o cisne nunca canta, exceto antes de sua morte. Para mim isso não soou bem e abandonei o nome, deixando apenas como Cisne. Para mim, escolher um nome ruim pode amaldiçoar uma canção e não gosto disso.
Algumas vezes, levo dias para escolher o nome da música. Para mim é um ritual, é algo muito importante e sagrado. Muitas vezes fico frustrado, pois o resultado parece nunca chegar. Acabei de compor uma canção cuja tonalidade modifica no meio do andamento (é uma das singularidades que costumo imbuir em minhas composições). E a escolha do nome estava difícil: Ritual de Passagem me lembrava morte (não que seja ruim, existem outros rituais de passagem, mas não me senti bem); Devido à mudança de tonalidade, tentei "O Caminho da Autotransformação", nome de um excelente livro; Em seguida O Vazio Criador, nome de um artigo que escrevi anteriormente a este; Mas nada estava harmonizando.
Até que finalmente a inspiração chegou, repentinamente, de forma mágica, como sempre acontece quando queremos muito algo. Olhei para o meu teclado, no visor o nome do instrumento principal que rege a música, Consolament e achei o nome muito bonito. E melhor: combinava perfeitamente com a música. Pesquisei na maravilhosa enciclopédia chamada internet e descobri que consolament, em inglês, remete a um ritual Cátaro, o consolamentum. Apesar do ritual do consolamentum também estar ligado a passagem, em nada me desagradou e nada de negativo pairou em minha consciência. Admirei a história do catarismo (apesar de não concordar com algumas privações cátaras) pelo fato de haver uma certa "oposição" à igreja e decidi que cabia perfeitamente em minha música.
E novamente eu me senti um tolo, por duvidar de que a Inspiração Divina surge sempre e que nunca ficamos sem resposta. Basta esperar, confiar e maravilhar-se da forma simples e reveladora com que ela nos chega, sempre nos preenchendo com sua sabedoria e autoconhecimento.
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Conteúdo desenvolvido por: Lisandro Lisandro é músico new age. Conheça seu site www.lisandros.com E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |