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O sentido da vida é...

Atualizado dia 26/03/2013 10:17:24 em Espiritualidade
por Alex Possato


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Tenho visto, nos meus trabalhos com constelação familiar e também com o grupo de imagem profissional que conduzo, que muitas pessoas estão se deparando com um enigma tenebroso: o que eu quero da minha vida? Quais são meus verdadeiros objetivos do coração? Qual o meu caminho?

Tá certo que eu sou bem sacana: com muita lógica, argumentação e principalmente, um trabalho de autoinvestigação racional, emocional e sistêmica, permito que todos percebam que a maioria esmagadora das suas metas - assim como também das suas dúvidas, são crenças herdadas dos pais e das pessoas que os ensinaram. São condicionamentos impostos pela sociedade de consumo, através da mídia, das propagandas e que se multiplicam através das próprias pessoas, que vivem robotizadas atrás de felicidade fácil, prazer instantâneo e alívio da dor imediato.

Em algum momento este sonho de Hollywood se desfaz. O reino encantado desaba quando a onda da consciência invade a área onde o castelo de areia estava erguido. E aí dá um medo danado! Porque se percebe que as relações que existiam até então eram somente recriação do sistema familiar. Percebe-se que a carreira, a ideia de como ganhar dinheiro, até metas espirituais estavam contaminadas pelo vírus do "tem que" e "é assim que se faz" que aprendemos com pessoas que nunca se realizaram plenamente na vida e nem viveram felizes: nossos pais e professores. É assim que se faz pra ser feliz! - dizem eles, enquanto reclamam da vida, dos outros, de Deus e do mundo... e principalmente: não confiam em si mesmos! É isso que pega: quando as pessoas mais importantes da nossa vida falam o que é certo, mas não acreditam em si, sabemos que estão mentindo. Não importa o que eles conquistaram, nos conectamos com o sofrimento, a insatisfação e frustração deles. E temos a tendência de repetir o mesmo padrão, pois até certo ponto, funcionamos como animais condicionados.

O momento de romper com o passado

Passamos anos e anos trabalhando com as crenças e metas dos nossos pais: seja fazendo o que eles falaram, ou seja negando o que eles falaram, não estamos no "nosso caminho". Basta verificar se você está em busca de reconhecimento, seja através de aplausos, carinho, amor do outro, dinheiro, fama ou poder. Qualquer destas formas de reconhecimento, mostra uma distorção da sua busca. E tudo bem ter estas distorções. Mas em algum momento, percebemos que queremos mais. Você não está satisfeito: quer mais! Quer prazer, quer viver plenamente, em abundância total, e não limitado por alguns reais na conta bancária. Mesmo que este limite seja de milhões, isso ainda não é abundância. Mesmo que você seja querido por milhares de pessoas, isso ainda não é prosperidade. Você quer tudo! E você merece tudo, afinal, é o filho do Criador de tudo.

Só que... não foi isso que papai e mamãe lhe ensinaram. Eles mostraram dia a dia, momento a momento, que a vida é dura. Difícil. Injusta. O pior: eles mostraram que você é incompleto. Insuficiente. Não sabe. Não pode. Porque geralmente, eles não tinham autoestima, não acreditavam em si mesmos. Logo, filho de peixe...

É necessário encarar todas as verdades a respeito da sua criação. Sim, papai e mamãe também deram coisas importantes. Muitos dos ensinos que eles deram serão eternamente úteis. Porém, se você ganhou um martelo, poderá fazer dele o que quiser. Não é necessário usar para martelar, como eles ensinaram. Pode ser um instrumento musical. Uma arma. Um enfeite. Um peso de papel.

Para chegar até o ponto onde conseguimos ressignificar o que recebemos dos pais, é necessário intensa autoinvestigação. E também penetrar nas dores que eles nos deixaram, de brinde grátis: as dores já vem com o kit família. Dores de rejeição. De castigos injustificados. De não validação. De falta de contato. De ausência, desprezo e abandono. De cobranças intensas. De insatisfação. De fraqueza e submissão. De agressividade. Aos poucos, você verá que todas estas dores vão se desfazendo. A compreensão vem chegando, e conforme você assimila o seu passado,sem negar uma vírgula do que foi, tanto de confortável, quanto de desconfortável, você percebe em si mesmo uma força incrível se mostrando. Uma força física, mental, intelectual, emocional e, principalmente, espiritual. A vida começa a ganhar um novo sentido.Você começa a sentir em si a vontade de servir, de jogar o seu barco ao mar e navegar... Navegar é preciso, viver não é preciso, dizia Pessoa. E aí começa a sua jornada. Quando você entende que a jornada é o caminhar, o partir, o deixar os pais para trás, de cabeça erguida, confiante e alegre."Fala-se muito de procurar um sentido para a vida, mas o que realmente se está procurando é uma experiência de vida", diz Joseph Campbell, em A Jornada do Herói.

A jornada, a partir do coração

Quem caminha o caminho do coração é você. Você, que é belo, capaz, perfeito e confiante. Mesmo que você não perceba que é assim, você é assim! Não há nada pra acrescentar em si. Não há nenhuma vírgula a ser tirada. Não há nada a ser negado, consertado. Todas as culpas e desculpas são crenças do papai e da mamãe. E das religiões. Talvez você não tenha se tocado, mas a sua vida está acabando. E a sua jornada já se iniciou lá atrás. Lembra-se? Quando você nasceu, quando era uma criança saltitante, curiosa e feliz? Pois é. Agora você cresceu. E está na hora de resgatar aquela criança saltitante e feliz, que está aí dentro. Mas com vários acessórios: toda a experiência de vida que você teve com seus pais. Todo o aprendizado, a maioria deles vindo por "vias tortas". E toda a força que você tem. Pois o sofrimento lhe deu forças, não é mesmo?

Neste caminho, as setas são bem visíveis. Existem pessoas que estão necessitando da sua experiência, do seu amor, do seu trabalho, do seu conhecimento. Não é necessário ir atrás delas. Coloque-se na jornada, respire profundo, abra o peito e caminhe. Elas irão cruzar com você na jornada. Perceba que ir atrás dos "aparentemente necessitados" também é uma crença do papai, da mamãe e das religiões. Não existem carentes. São todos filhos de Deus, prósperos como você. Talvez eles não tenham a consciência que agora você tem. É só isso. Permita que essas pessoas descansem alguns segundos ao seu lado, e elas estarão bem para continuar a jornada. E você também. É só isso.

O sentido da vida é... caminhar. Livre. Amorosamente. Compartilhando com o próximo a sua paz. Aprendendo a se despedir de tudo. Caminhando sempre.

Alex Possato é terapeuta sistêmicoconsultor de imagem profissional e comunicaçãotrainer de formação em constelação familiar

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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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