O sentimento de não ser bom o suficiente




Autor Flávia Sant Anna
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 11/26/2012 8:42:13 PM
Vou falar sobre o caso de uma cliente com problemas em seus relacionamentos que foram gerados a partir de pontos fracos em sua auto-estima. Ela sentia que não era "boa o suficiente". Vou detalhar mais sobre como esse sentimento é criado dentro de nós.
No caso da cliente em questão, vamos chamá-la de Adriana (nome fictício). Esse sentimento foi gerado a partir da relação com a mãe na infância, que nunca ficava satisfeita com nada que a filha fazia. Sempre que Adriana executava alguma tarefa em casa, fosse limpar, arrumar ou cozinhar, sua mãe a criticava dizendo que não estava bem feito e que ela não sabia fazer nada direito, e refazia a tarefa. Por mais que tentasse o seu melhor, a reação da mãe era sempre negativa. Nunca recebia elogios e incentivos.
Com isso Adriana foi desenvolvendo problemas em sua auto-estima, dificuldades de confiar em si mesma e nos outros, e uma sensação de não ser boa o suficiente. Quando internalizamos esses sentimentos na infância e eles não são curados, vamos projetar essa insegurança ao longo da adolescência e vida adulta trazendo problemas nos relacionamentos, vida pessoal e profissional. Foi o que ocorreu com Adriana.
A sensação de não ser bom o suficiente normalmente surgirá na infância. A criança tem necessidade de receber amor, aprovação através de incentivo e elogios para desenvolver sua auto-estima e amor próprio. Entretanto, na maioria das relações entre pais e filhos o incentivo e elogio são escassos. E para piorar o quadro, há bastante crítica, de forma direta ou indireta que leva a criança a baixar sua auto-estima.
Vou listar alguns tipos de situação que costumam gerar problemas no desenvolvimento emocional dos filhos:
Cobrança excessivas - Pais muito cobradores dificilmente demonstram satisfação. Freqüentemente demonstram estar decepcionados, irritados, frustrados com o que ele consideram falhas e erros dos filhos. Os filhos tentam agradar muitas vezes, mas raramente conseguem. O que os pais desejam com a as cobranças é incentivar o filho a melhorar. A intenção é boa. Mas, a mensagem que os pais passam, inconscientemente, é: você não é bom o suficiente. A criança se sente culpada e responsável pela eterna insatisfação dos pais.
Comparações negativas - Isso ocorre quando dizem para a criança coisas do tipo: "você deveria ser igual ao seu irmão que é estudioso, educado, obediente...". O objetivo dos pais é incentivar, mas a mensagem que a criança recebe é: "meu irmão é melhor do que eu. Tento e não consigo ser igual; não sou bom o suficiente; para ser amado e reconhecido pelos meus pais. Tenho que ser igual ao meu irmão".
Elogios às pessoas de fora: Em algumas famílias, existe o hábito de encontrar qualidades nas pessoas de fora, nos filhos dos outros, e falar diante das crianças em casa. É uma comparação negativa velada. Assim, os pais tentam incentivar os filhos a melhorar e ser igual a outras crianças que consideram como exemplos. Mas o que esse hábito, aliado ainda a falta de elogio e incentivo em casa, gera na criança é a seguinte sensação: "todos são melhores do que eu; meus pais ficam satisfeitos com os outros, mas não comigo; não consigo agradá-los; não sou bom o suficiente...".
Críticas e repreensões - Dar limites e ensinar a criança é bem diferente de criticar e repreender. Críticas e repreensões vêm normalmente carregadas de raiva, irritação e julgamentos que passam para a criança a mensagem de que elas não são dignas de receber amor, e que tem algo de errado com elas. Quanto mais baixa a auto-estima dos pais, mais insatisfeitos eles são consigo mesmos e maior será a tendência em projetar essa insatisfação nos filhos, em forma de críticas e repreensões carregadas de emoções negativas.
A habilidade de educar com amor e respeito à criança, e ao mesmo tempo firmeza e dose certa nos limites, está diretamente ligada ao nível de auto-estima dos pais. Essa auto-estima dos pais, por sua vez, está diretamente ligada à maneira como foram criados pelos seus pais. Nossa auto-estima costuma ser bem parecida com a dos nossos pais e tendemos, de modo inconsciente, a repetir o mesmo padrão de criar os filhos.
Observe que a intenção dos pais é sempre a de incentivar a criança a ser uma pessoa melhor, mas acabam provocando sérios problemas de auto-estima. Até mesmo aquele pai severo que bate no filho, faz isso por achar que é o melhor caminho, que e a única forma que funciona, e por não conhecer na prática nada diferente que realmente dê resultados. Normalmente o que esse pais pensam é: "fui criado dessa forma e hoje sou uma pessoa decente; filhos que não são criados assim, perdem o respeito e não crescem na vida; se eu não criticar, bater e repreender estarei incentivando meu filho a ser tudo que não presta; esse é o problema dos jovens de hoje..."
Crianças e jovens que não respeitam ninguém, certamente não receberam limites de forma adequada pelos pais. Mas é plenamente possível educar de modo firme e com amor, sem precisar de violência (seja física ou emocional) para ter uma criança ou jovem bem equilibrado. Entretanto, conforme já dito anteriormente, normalmente somente pais com boa auto-estima (e bem informados) conseguirão agir da melhor forma. Explicar esse tema em detalhes levaria algumas páginas.
As emoções e impressões negativas das experiências que a criança passa vão se acumulando, dando origem à sensação de não ser boa o suficiente, além de vários outros pensamentos e sentimentos parecidos: "não sou competente; tudo que faço dá errado; não sou digno de receber amor; tem algo de errado dentro de mim; ninguém vai me amar (se nem meus pais me amaram...); tenho que agradar as pessoas; não consigo agradar ninguém etc.. E todos esses sentimentos, por sua vez, vão gerar diversos problemas na vida profissional e nos relacionamentos.
Com a ajuda de profissionais capacitados podemos acessar e dissolver essas impressões emocionais que ficaram marcadas dos eventos vividos desde a infância até hoje, o que traz excelentes ganhos na auto-estima.
(André Lima - www.eftbr.com.br)









Formação em Parapsicologia e Psicoterapia Reencarnacionista. Trabalho com regressão terapêutica, hipnose clínica, mesa radiônica e meditação orientada. Sala na Tijuca, pertinho do metrô . E-mail: fs.terapeuta@gmail.com | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |