O tempo e a felicidade!
Atualizado dia 29/01/2012 08:38:55 em Espiritualidadepor Paulo Salvio Antolini
Muitos são os motivos que levam o ser humano a protelar, mas há um em especial ao qual devemos dedicar estas linhas: O tempo despendido na administração de conflitos que, não fossem os melindres e as suscetibilidades, as pessoas estariam então realizando. É comum ouvir: "passo 70% de meu tempo administrando problemas de relacionamento entre pessoas, só me sobram 30% para cuidar de fazer, de realizar".
Em família, escuto sempre o "tenho que ficar o tempo todo explicando..., esclarecendo..., intermediando...". Pai com filho, marido e mulher, irmãos, etc e quando se dão conta, já é hora de ir dormir, ir trabalhar, enfim, o tempo "se foi". Na empresa, reuniões e mais reuniões, formais e informais, cujo conteúdo é administrar conflitos, eliminar melindres, levar pessoas repetidas vezes a entenderem que cada um deve se dedicar à sua parte, complementando assim o que deve ser feito. E até na roda de amigos, quanta polêmica para se definir o futebol, o churrasco! Em casais, o que será feito, o que cada um levará, etc. Não é o tempo necessário e útil para se compartilhar e definir. È o tempo dedicado ao diz-que-me-diz, ao "gestar bombas", aos "pedregulhos" que nos fazem torcer os pés e caminhar em ritmo muito lento. Conseqüentemente, os resultados que estamos buscando também levarão muito tempo para serem alcançados.
Quando iniciamos uma construção, após a delimitação do terreno, começa a capinagem. Em vez de começar a construção, é como se só ficássemos rastelando o terreno. A construção não sai e o mato começa a surgir de novo em cantos não observados. Depois ainda se diz: "Esse terreno não é bom para o que eu quero".
O ser humano está com tanta dificuldade de centrar-se em si mesmo e saber o que quer, que onde estiver, perde um tempão em pequeninas coisas cujo valor não agrega nada e dificulta ainda mais o caminhar. E vale aqui chamar a atenção para um fato curioso: Em qualquer que seja o meio onde esse fato esteja ocorrendo, trabalho, amizade, familiar, quando o grupo que está disperso e em desarmonia identifica uma interferência de outra pessoa não pertencente a ele, inicia-se uma imediata ação de "combate" ao invasor, todos unidos contra ele. Olhado de fora, parece até que os objetivos não são os estabelecidos pelas pessoas, mas sim a necessidade que há em transformar tais pessoas em partes vivas de um jogo. Jogo em que se disputa o poder, a influência, a capacidade de criar pontos de incômodo para ver o outro se "coçar", mesmo que isso tudo não leve a nada, não edifique nada.
E aqui vai a pergunta: "Mas se não agrega valor à nossa vida, não constrói nada, por que isso ocorre?". Orgulho e vaidade exacerbada, associados a uma auto-estima distorcida. Em vez de nos dedicarmos às grandes coisas de nossas vidas, que nos trarão realmente resultados positivos, dedicamo-nos às picuinhas e assim vamos levando, com a falsa sensação de sermos grandes. Cada incômodo provocado, cada marca pessoal que se faça no contexto, é uma sensação de: "estão vendo? Estou aqui, mesmo que vocês não queiram me ver".
Disputas e jogos de interesses desnecessários, por eles, sim, nos sentimos importantes e significativos. Esperar o reconhecimento externo é que alimenta esse nosso comportamento. Busque o reconhecimento em si mesmo. Lembre-se: de que adiantaria toda a Ciência e a figura dos médicos, se não houvesse a figura do gari, que diariamente impede que a sujeira de acumule e as doenças se propaguem? Todos, sem exceção, somos importantes. Encontre a sua importância, o seu significado dentro de você. Esta é a prática daqueles que conquistam a felicidade e verdadeira realização.
Texto revisado
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