O trágico tratamento moderno das doenças espirituais
Atualizado dia 3/2/2010 6:23:18 PM em Espiritualidadepor Lucya Vervloet
Quando me deparei com a narrativa do autor sobre as provações e humilhações supervisionadas que o iniciado deve passar na senda do amadurecimento e como os outros membros da aldeia reagem diante de seu comportamento, lembrei-me de que no mundo moderno e civilizado todos passamos por situações indignas, violentas e até infames, que de uma forma ou de outra nos desequilibra e por vezes nos faz rever nossos conceitos sobre nós mesmos e a vida. Penso que nunca estivemos tão sós, apesar de o número de habitantes do planeta chegar a quase 7 bilhões de seres! É impressionante como estamos carentes de atenção, mendigamos até mesmo por um simples sorriso de um semelhante, que às vezes de já tão perdido no emarranhado de pensamentos e mágoas não percebe mais nada a sua frente. A consciência por vezes nos escapa e o que nos resta são seres quase mortos ou, quase vivos.
Nas ocasiões em que não damos conta do que nos acontece, nem todos têm a sorte de serem devidamente cuidados. Uma ruptura do ego na tenra idade, por exemplo, devido a algum evento traumático pode vir a desenvolver um quadro de esquizofrenia ou de divisão da personalidade que nem todos os pais, mestres, terapeutas e amigos são capazes de compreender. Daí vamos nos arrastando décadas até que alguns encontram através desta abertura a grande oportunidade de crescimento pessoal e espiritual, mas nem todos. Encontramos diversas pessoas perdidas, desconectadas de si, da Divindade, do Todo. Enfim, a desconexão espiritual na qual vivemos atualmente nos grandes centros é trágica. Não somos mais uma tribo pequena e preocupados uns com os outros; tornamo-nos tremendamente egoístas e individualistas. Sem falar dos oportunistas de plantão, prontos para nos vender o que quer que seja que prometa aliviar nosso grande vazio interior. Estamos deveras preocupados com nossa sobrevivência, bem estar e aquisições. Engraçado, e não era para ser assim! Realmente esquecemo-nos das palavras de Cristo: "Não vos preocupeis com o dia de amanhã". Infelizmente, podemos constatar que caímos nas armadilhas várias. No entanto, como seres humanos temos a sábia e compassiva alternativa de retornarmos ao lar, basta um pouquinho de atenção, carinho e consciência.
Lembro-me que li há um tempo que quando um membro da tribo era considerado “louco”, os outros o cercavam e o abraçavam, o perfumavam e o enfeitavam com flores. Os xamãs, curadores espirituais altamente treinados, ministravam passes e orações e todo o processo era observado e direcionado pelo Chefe do Clã. Quem de nós pode garantir que nossa sanidade está sendo realmente mantida? Quem de nós pode realmente acreditar nas habilidades de quem procuramos para nos ajudar? Sem falar na infinidade de medicamentos que são ofertados no mercado a cada dia. Sendo que às vezes só o que precisamos é de atenção e amizade, ou seja, segurança e amor.
Não somos devidamente apresentados e instruídos a lidar com nosso lado sombra e tão pouco com o do outro. Então, depois de anos de dor, aflição e confusão, se dermos sorte ou merecimento (dharma) podemos enxergar, enfim, a luz depois do túnel. Esta tem sido a herança de uma sociedade altamente intelectual e tecnológica, que vem esquecendo o básico sobre os seres: os sentimentos e emoções, e, portanto estamos todos “na corda bamba da vida”, frágeis e indefesos diante de toda e qualquer circunstância desconhecida e que foge ao nosso controle. Não somos treinados a agir com criatividade a cada momento e movimento, estamos robotizados, com medo, na realidade, tão apavorados quanto um rebanho fugindo dos predadores. Trágico!
Estamos todos diante de mais uma mudança radical na consciência humana e na geografia do planeta. Vide terremotos, tsunamis e o que mais pode vir. Estamos preparados para tais tremendas transformações internas e externas? Não chegou a hora de abandonarmos as futilidades e acordarmos para o que realmente importa?
Nossa alma cansada pede refúgio, nossa mente intelectual esgotada, e a psique percebendo todos os temores e horrores aos quais poderemos estar sujeitos em um planeta em ebulição, procurando acomodar-se dos vários incômodos que tem sofrido ao longo dos tempos. O que me alivia são a crença e a experiência de que unida ao caos está a solidariedade da humanidade que, enfim, para adentrar no Quinto Mundo de Paz, como afirmam os nativos americanos,definitivamente será solicitada a desenvolver o chacra do coração: do amor incondicional.
Namastê
Texto revisado
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Astrologia (básico na Regulus/SP) e autodidata. Participei de workshops de Runas, Tarot místico/terapêutico com Veet Pramad. Estudei Numerologia e quirologia. Iniciei-me na energia Reiki. Estudei 12 meses do Curso de Psicanálise/ES. Com uma visão universalista da vida dediquei-me ao aprendizado de idiomas e culturas estrangeiras. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |