Onde encontrar a felicidade nesse mundo?
Atualizado dia 29/08/2013 18:02:04 em Espiritualidadepor Renato Mayol
Felicidade e saúde têm em comum o estado de harmonia resultante de pensamentos e ações de uma mente iluminada, enquanto que a tristeza e as doenças têm em comum o estado de desarmonia. E nesse mundo, certamente não é pequeno o número de indivíduos com alguma doença.
De uma população mundial estimada em sete bilhões, em 2013, há quase dois bilhões de pacientes com doenças não transmissíveis, tais como doenças cardíacas, neurológicas, mentais, hormonais, degenerativas e câncer. Quanto às verminoses, malária, hepatites, esquistossomose, dengue, AIDS, doença de Chagas, tuberculose e leishmaniose, que estão entre as doenças transmissíveis mais comuns, há no mundo todo aproximadamente dois bilhões e quinhentos milhões de pacientes. Números esses certamente aquém dos reais em virtude dos casos que passam ignorados pelas estatísticas oficiais. Também, no mundo, mais de setecentos milhões das mulheres são vítimas de violência física, psicológica ou sexual por parte de algum “homem”. E a desnutrição infantil no mundo atinge cerca de duzentos milhões de crianças menores de cinco anos de idade sendo que, desse total, morrem diariamente cerca de vinte e três mil crianças por falta de comida, ou seja, quase mil crianças morrem a cada hora por falta de comida. E o que dizer dos milhões de homens e mulheres que em estado de perene ansiedade buscam nas drogas a alienação para poderem suportar o cotidiano de uma vida infeliz?
Fazendo analogia com o “efeito borboleta” que teoriza a possibilidade de que o bater de asas de uma borboleta na muralha da China pode influenciar o curso natural das coisas e talvez provocar um furacão nos Estados Unidos, é de se perguntar: como podem os que se acreditam felizes não serem afetados pela dramática situação daqueles em dificuldade?
E apesar de tanta desarmonia à própria volta, embotados pela soberba e blindados pelo pior dos instintos, que é o egoísmo, pois dele deriva todo o mal, há os estultos que acham que nasceram para ser felizes. Indivíduos esses que confundem com felicidade tudo aquilo que lhes satisfaz e alivia as necessidades físicas e emocionais. Porém, alívio e satisfação nada têm a ver com felicidade. E mesmo esses que se alimentam de frívolas miragens, ignorantes da própria ignorância, um dia terão também que se deparar com o inexorável destino dos que por herança maldita são paridos com dor e nascem chorando.
Quando o homem se dá conta disso e começa a perceber que por detrás das esfuziantes atrações da vida há uma assustadora rede de engrenagens criadoras de ilusões, ele entra em crise existencial e então, em depressão e com perguntas para as quais não encontra respostas, em geral ele começa a procurar técnicas para equilibrar os seus centros energéticos ou técnicas de relaxamento para controlar o seu estresse. Técnicas essas que podem dar-lhe a sensação de estar livre e feliz, mas na realidade servem apenas para readaptá-lo ao padrão de prisioneiro modelo. E assim será até o momento em que você decidir mudar sua atitude frente à vida e criar coragem para ver as coisas não como se apresentam, mas como realmente são, e o espírito ao se aperceber intrinsecamente cativo da veste humana suplicará ajuda do mais íntimo do seu ser para libertar-se.
Contudo, libertar-se é muito difícil, pois o corpo está biologicamente atrelado aos desejos do corpo. E o corpo é a montaria que nos leva pela vida. Se a mente conseguir tomar as rédeas dessa montaria seremos capazes de ir por caminhos que levam à felicidade. Mas, se sucumbirmos aos instintos, às paixões, aos preconceitos, à inveja, ao ciúme, à ira, ao egoismo, à luxúria, à gula, à preguiça, à soberba, à vaidade, à ganância e às drogas, será o corpo a nos arrastar por caminhos que conduzem à tristeza.
Se conseguirmos não nos identificar com nosso corpo e com tudo aquilo que o acomete e se percebermos que o corpo serve apenas aos propósitos da personalidade-alma que o habita, então, sim, descobriremos que a verdadeira felicidade pode ser encontrada nessa Terra. Uma felicidade que não depende de “fiz isso”, “fiz aquilo”, ou “a mim, não falta nada”. Uma felicidade que também não precisa ser procurada em retiros exóticos, pois ela encontra-se dentro de nós mesmos, na nossa mente. Procurar a felicidade em algum outro lugar é continuar a se alimentar do fruto proibido do Jardim do Éden.
Felizmente, quando o homem comeu o fruto proibido da árvore do conhecimento para igualar-se ao Criador, o compassivo Pai o expulsou do Paraíso antes que o homem pudesse comer também o fruto da árvore da vida. Com isso, por meio da morte, concedeu-lhe a possibilidade de purificadores renascimentos, para que possa paulatinamente recobrar a consciência maior e aos poucos passar da dimensão da matéria para a dimensão da Luz, onde o espírito liberto finalmente reencontrará então a Paz Profunda e a felicidade eterna.
Texto revisado
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