OS DROGADINHOS - Segunda parte - 6/11

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Autor Dante Bolivar Rigon

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 6/1/2012 6:09:40 PM


  Continuação.  Segunda parte 6/12           

- É necessário um hiato. Nosso irmão não tem experiência no exercício mediúnico, e o ambiente fluídico da cidade espiritual onde reside é muito mais diáfano que o nosso, e por isso sente esse mal estar. Acompanharei nosso amigo ao seu lar, e após reequilibrar-se o trarei novamente. Se for de vosso interesse, poderão analisar a narrativa, anotar as particularidades confusas ou solicitar complementos de fatos, e amanhã pela manhã se tudo estiver a contento com sua saúde o traremos de volta.

- Perfeitamente! - respondeu Jonas. - Pedimos escusas por não percebermos antes sua dificuldade, mas estávamos tão envolvidos na história que qualquer outro senão nos passou despercebido. Muito obrigado por sua atenção, e aguardaremos ansiosos sua presença assim que for possível.

Com uma boa tarde, Cartolinha despediu-se desaparecendo com sua companhia.

O décimo dia de nossa estada neste maravilhoso mundo mágico amanheceu festivo com o sol nascente a brindar-nos com a graça de seu esplendor. Após passarmos pela mesa magistralmente sortida, reunimo-nos na varanda norte dispostos a continuar as pesquisas. O relato de A.R.C. foi de impressionante impacto, pois não se caracterizou como uma das milhares comunicações de espíritos assistidos nas casas mediúnicas, mas uma realidade vivida em toda a sua crueza que nos daria subsídios para análise dentro da proposição em que nos colocamos. Após a partida do jovem, repassamos e analisamos sua exposição anotando algumas passagens, dúvidas e curiosidades. Quando estávamos comparando determinado episódio, Marcos atento anotou a presença de Cartolinha.

- Cartolinha está aqui com quatro lindos garotos entre doze e catorze anos, mas o visitante de ontem não se faz presente. Há um, o mais novo, que realça dos demais pela sua indescritível beleza. Cartolinha avisa-me telepaticamente que não irá incorporar proporcionando mais tempo aos garotos. O mais jovem separou-se do grupo e caminha em nossa direção com intenção de comunicar-se.

- Bom dia meus senhores. - cumprimentou a entidade infantil após Marcos colocar-se receptivo. - Agradeço a bondade de Deus em permitir que comungasse com tão dedicados obreiros do bem. Meu querido amigo A.R. não pôde comparecer por recomendação médica, pois sua ausência prolongada de nossa esfera afetou-o um pouco e necessita de maior tempo de repouso e recuperação. Por solicitação de nossos superiores apresento-me, pois estou estreitamente ligado a ele e poderei responder em seu lugar. Meu nome é M.A. e já estão familiarizados comigo através de A.R.

- Agradecemos a sua e a presença de seus companheiros que por certo interromperam seus afazeres para auxiliar-nos fraternalmente. Que o infinito amor do Pai os compense por esse ato caridoso. - cumprimentou Jonas.

- Estávamos mesmo disponíveis, pois em nossa colônia há sempre alguém espreguiçando-se. - respondeu o garoto sorrindo.

- Sei que vieram para responder-nos algumas perguntas referente à odisséia vivida por vocês na última encarnação e reportarem sobre a continuidade da vida no plano espiritual. Peço desculpas antecipadas em meu nome e de meus amigos se fizermos perguntas impróprias ou infantis, mas nossa sede de conhecimento é grande e nem sempre a bondade do Pai permite tão importante oportunidade de diálogo. Minha atenção prendeu-se no termo colônia ao reportar sua origem. Poderia inicialmente nos reportar sobre ela?

- Operamos em uma colônia espiritual situada próxima à cidade do Rio de Janeiro. Embora esteja fora da região umbralina sofre leve influência da crosta. Ela destina-se a recuperar e abrigar espíritos infantis e adolescentes que desencarnaram dependentes de drogas de qualquer ordem. Foi para o hospital de lá que fomos levados pelo avô de A.R.

- Já ouvi falar em tal colônia, mas pelo que sei nada consta nas literaturas espíritas sobre ela. Como ela é denominada?

- Carinhosamente nós a chamamos de Colônia dos Drogadinhos.

- Pela data de nascimento e posterior morte aos catorze anos, A.R. deveria contar hoje vinte e um anos, e você dezenove; porque ele se apresenta com os mesmos catorze e você não saiu dos doze?

Com um leve sorriso de tolerância A.M. respondeu:

- Os espíritos ensinaram a Kardec que o corpo perispiritual é amoldável e pode apresentar a plástica que quiser. Na nossa colônia, a esmagadora maioria dos trabalhadores é composta de ex-drogados que se afeiçoaram a ela e entre si e solicitaram permissão para engajarem nos seus quadros operacionais. É tradição lá, que todo o assistido engajado continue com o visual da última encarnação.

- Ao seu ver o que incentiva a crescente adesão de crianças ao tráfico e uso de drogas?

- Seria muito fácil eu responder a bela e batida frase: a falta do Evangelho no lar.

- Por acaso não seria isso?

- Quem sofreu na carne e aprendeu a lição sabe e aceita essa verdade, mas é muito difícil ser posta em prática por grande parte da população planetária. Era comum vermos reportagens onde pais desesperados após a tragédia jurarem ante microfones e câmeras de TV não saberem que seus filhos eram drogados. Ora, se os pais não sabiam que seus filhos eram drogados, certamente não lhes davam a atenção necessária. E por não receberem a atenção necessária seus filhos aderiam à droga. É um verdadeiro círculo vicioso.

- Porque justamente a droga e não outras saídas?

- Não é a droga que buscam, mas a companhia. A quase esmagadora maioria de crianças que experimentam a droga são carentes de afeto, amizade, companheirismo, amor. Não encontrando em casa a resposta para essas necessidades procuram-nas fora regidas pela própria lei das afinidades. Dois marginalizados no amor unem-se e completam-se; se um deles é dependente, automaticamente o outro partirá para a dependência, pois não há lastro de sustentação no lar e muito menos na escola. Sendo a droga um produto caro e de aquisição confidencial, o dependente de menor posse tenderá a envolver-se com o traficante entrando na cadeia distribuitiva buscando novas companhias também carentes de afeto, carinho, atenção e amor, envolvendo-as também. O meu envolvimento com o traficante deu-se devido a esse princípio. Envolvi-me sentimentalmente com um colega escolar também órfão de pais vivos que por sua vez era protegido emocionalmente por outro garoto três anos mais velho. Essa amizade tríplice levou-me a quarta pessoa que liderava os moleques e o tráfego no pedaço, jogando-me na cama do traficante. Todo esse envolvimento foi possível tão somente pela necessidade de afeto, amor e amparo, não só de minha parte mas também dos outros envolvidos.

                                                    Continua segunda-feira


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