Pedras na Sacola
Atualizado dia 26/05/2010 07:43:30 em Espiritualidadepor Aurora de Luz
É uma infância marcada pela perda da mãe, por uma madrasta malvada, pelo descaso do pai. Seguidos por problemas de relacionamento (que por sinal todos temos). E os desgostos naturais da vida fazem com que a sacola se encha com ódios, mágoas e ressentimentos que pesam a tal ponto de se tornar impossível continuar a caminhada pela estrada da vida.
Então, estaciona na beira da estrada. Solicita ajuda para carregar a pesada sacola aos que passam, mas todos que ali passam já têm suas próprias sacolas.
Fita a sacola em desespero, não pode simplesmente abandoná-la no meio do caminho. Olha o conteúdo, pedra por pedra, mas não consegue jogá-las fora, nem uma sequer, não depois de tudo o que passou. Simplesmente não dá.
Assim passa o tempo, ali na beira da estrada da vida, estacionada, vendo os passantes. Bate tristeza profunda, medo e pânico assaltam seu ser. Ansiosa, não sabe o que fazer. É a síndrome do pânico, a depressão, a ansiedade e todos as doenças modernas batendo à porta.
Como resolver?
No fundo, sabe o que fazer, mas não consegue. Não tem coragem. Não depois de tudo o que fizeram. Uma mistura de mágoa e ódio sobe pela garganta como refluxo gastroesofágico.
Assim segue, cada dia pior. Até que, um dia, vencida pelo cansaço, desiste e se entrega a Deus, virando no chão todo o conteúdo da sacola. Todas as pedras caem no chão empoeirado. Cada mágoa, cada ódio, cada rancor, colecionados ao longo de toda uma vida jazem ao chão.
Enfim, a sacola está leve novamente, como na infância. Alívio toma conta do ser. Olha para frente e segue pela estrada novamente, desta vez com Deus forte no coração.
A todos os que se apegam às suas pedras na sacola.
Joguem-nas fora o quanto antes.
A caminhada fica mais fácil!
Ditado pela Equipe da Casiophea.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 16
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