Perdas nem sempre são Irreparáveis
Atualizado dia 8/20/2020 9:39:59 PM em Espiritualidadepor Tania Paupitz
Comprei flores e um cartão especial para colocar na lateral da minha cama. Para muitos pode parecer loucura, mas ainda prefiro fazer isto do que ir no cemitério.
Flores entregues virtualmente, como se estivéssemos separadas por um breve momento e recebidas com imenso carinho.
A tristeza, a solidão, a angústia, as saudades e, tantos outros sentimentos contraditórios, deram lugar a uma serena contemplação de um amor que o tempo só fez aumentar.
Tantas coisas a dizer sobre o amor, mas o amor não precisa de muitos efeitos e demonstrações físicas, basta apenas que o sintamos com a alma, o coração.
Relembro a fase transitória da dor fulminante, do momento em que meu mundo desabou e, literalmente, perdi a esperança e vontade de viver. Foram anos difíceis, até começar a me dar conta que o sofrimento e a dor não me levariam a lugar nenhum, apenas cada vez mais para o fundo do poço da depressão, do vazio, da angústia.
Apesar de tudo, vejo que neste momento difícil, sempre temos à nossa disposição anjos, amigos e pessoas especiais enviadas por Deus para que possamos passar por esta fase difícil e fui uma destas pessoas privilegiadas. ELE nunca nos abandona e o fardo com ELE torna-se mais leve!
Dizem que perder uma filha é uma das piores coisas que uma mãe pode experenciar e posso afirmar que esta é uma das provações mais difíceis de se vivenciar, porém, o tempo foi me mostrando que, por trás de todo e qualquer sofrimento, sempre temos duas opções: ficar na vitimização ou seguir em frente firmes e fortes.
Relembro com carinho os 13 anos que vivemos juntas e o quanto aprendi com ela, especialmente sobre o amor...
Vim de uma família bastante deficitária no quesito demonstração afetiva e, na verdade, não sabia o que era de fato o amor, até ter uma filha tão carinhosa e afetiva, que não se cansava de repetir incansavelmente: mãe eu te amo. Diante da minha mudez inicial, pelo fato de não estar acostumada a ouvir e muito menos dizer estas 3 palavrinhas tão importantes, com o tempo, fui me obrigando a dizer: "a mãe também te ama" e, também com o tempo, fui me acostumando a conjugar o verbo amar..
E o amor floresceu de uma tal maneira que hoje agradeço a ela por profundas e verdadeiras mudanças em minha vida.
Após 29 anos, ainda vejo aquela menina doce e sorridente, vivenciando uma simplicidade e amorosidade ímpar, a ponto de muitas vezes, eu pensar que ela não pertencia a esta vida, o que veio a se comprovar alguns anos depois, lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo – capitulo V “Bem aventurado os aflitos” – item 21 – Perda de pessoas amadas. Mortes Prematuras”.
Hoje posso dizer que, apesar de tudo, sou uma pessoa abençoada, especialmente, por ter tido o privilégio de vivenciar um amor tão puro e verdadeiro, através dela e, principalmente, ter aprendido a amar...
Este ensinamento não veio somente para mim, mas, estendeu-se a todos familiares e amigos de modo geral.
Na sua lápide, não poderia deixar de ter a frase: AMAI-VOS COMO EU VOS AMEI!
Texto Revisado
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Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |