PRECONCEITO
Autor Melissa Bergamini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 3/30/2012 6:53:45 PM
Ainda temos muito que aprender e, quem ensina aprende muito mais. Descobri que através de um testemunho, podemos levantar multidões, e é por este meio de comunicação que deixo o meu. Nunca apoiei qualquer tipo de racismo ou preconceito, seja por crença, cor, religião, conduta, meio social, profissão, status, poder. Mas também nunca pensei que pudesse ter uma espécie de medo no fundo da alma, que se diga de passagem, tudo que se teme, é desconhecido, logo pré julguemos algo - preconceito.
Tive uma infância muito feliz, graças a Deus, e agradeço por isso todos os meus dias, porém foi muito movimentada por causa do dom que trouxe para esta encarnação. Sempre via mãos sobrepostas em minha cabeça quando acordava de súbito durante a noite. Via animais na parede da garagem, como uma coruja numa parte oca do tronco de uma árvore, e apontava falando que era um bicho, e algumas raras vezes em vigília via espíritos de encarnados passeando à noite pela casa desprendidos do corpo pelo sono, avisava sobre algumas coisas para meus pais, mas pouco entendiam, então com o tempo desisti.
Mesmo assim essas e outras visões continuaram, passei a puberdade e adolescência com impressões ainda maiores do mundo astral, e uma vez flagrei um espírito de um menino negro volitando e me observando pela janela pelo lado de fora, eu estava assistindo um programa de TV, foi muito engraçado porque eu e ele nos assustamos. Houve um momento que pedi a Deus pra estas coisas pararem, pois estava ficando louca com o assédio espiritual, visto que já tinha um homem que me esperava sair para o trabalho, ou ainda uma criança que queria brincar através do muro de uma casa abandonada durante o trajeto até a linha de ônibus.
Enfim, foram e ainda são muitas experiências, das quais alguns períodos cessam e outros voltam. Depende das necessidades dos amigos espirituais e deste Universo grandioso.
Passei a infância sem dizer nada a ninguém, simplesmente por defesa, para não ser diagnosticada pelos psicólogos ou médicos como louca ou esquizofrênica, que para ajudar já tinha certo probleminha neurológico, que foi curado durante os meus primeiros 15 anos de idade.
Ainda na adolescência tive o primeiro contato com livros espíritas de Kardec, fiquei deslumbrada e me identifiquei instantaneamente.
Uma vez aos 21 anos de idade, fui literalmente chamada à presença de uma entidade na Umbanda, através de colegas que freqüentavam a tenda e fizeram um convite discreto, com medo de serem rechaçados por outras pessoas. Aceitei sem pensar, mas com reservas a respeito do que eu ia ouvir. Chegando lá, a entidade que me perdoe pois não lembro seu nome, mas lembro da sensação que seu coração imanava e também dos sentimentos de simplicidade e amor que se viam apenas em uma troca de olhares, avisou apenas que eu estava amparada por meus mentores que inclusive me acompanharam até a casa, mas que eu deveria manter-me sempre no Kardecismo ou na Umbanda, o resto não era permitido falar ou não se tinha necessidade. Eu disse que permaneceria onde estava no Kardecismo, e achei muito estranho este aviso, embora acreditasse piamente que era pra seguir a risca.
Depois disso e durante muito tempo freqüentei os centros espíritas Kardecistas, muitas vezes buscando auxílio, outras como aprendiz, depois como trabalhadora em uma das casas, e foi aí que percebi que não mais me preenchia como antes. Fiquei muito preocupada, no centro espírita as coisas já não davam mais certo por mais que me empenhasse, até que em um momento resolvi largar tudo e esperar a poeira abaixar pra pensar melhor.
Rezei aos céus para receber orientação, sabedoria, entendimento e discernimento. Abri minha cabeça e minha alma para receber informações novas, foi então que muitas outras coisas aconteceram. Eu mergulhei em livros, virei uma estudiosa da espiritualidade em todos os aspectos, pesquisei sobre outras religiões, dediquei-me primeiro em ver e ouvir para depois digerir a informação. Aprendi muito sobre pedras, energia, plantas, germinação e transformação da Terra para um dia ser também invisível, símbolos, mantras, outras orações, visitei lugares por meio físico ou por livros e conheci outras culturas, ufa! Enfim não parei mais de aprender, e toda vez que tinha uma dúvida, eis que a informação caía em mãos.
Comecei a me identificar muito com a energia das plantas, frutos e flores, a tentar manipular esta energia para cura de doenças físico, mental, espiritual e emocional, e num ímpeto de fé, busquei várias ervas, muitas importadas e dificílimas de encontrar, outras sazonais e regionais, e comecei a aplicar a energização dos vegetais. Mal sabia o que realmente estava fazendo..
Há alguns anos, ajudei um ex-namorado com problemas de magia negra e outros, consultando um guia espiritual no lugar dele que morria de medo. Eu não sabia de novo que se tratava de uma entidade também da Umbanda (nome que vou revelar apenas sob autorização), na verdade pra mim pouco importava, apenas queria resolver o problema embora tivesse todo o respeito pelo local e as pessoas. Lá não era uma tenda como as habituais, e apenas fui para ajudar outra pessoa, por fim das contas esta entidade me ajudou muito sem eu perceber, obrigada de todo o meu ser!
Eu sempre fiz reservas à Umbanda, perdoem-me, até descobrir que todo o tempo, e durante toda a minha vida fui preparada para trabalhar de maneira similar, porém sem o pretexto da religião e sim com o propósito que todas as religiões têm, a Vida e sua conservação, a Luz Divina e as maravilhas que podemos ser e aprender, ao progresso da alma e espírito, sendo o UM e o Todo ao mesmo tempo, o receber Deus no coração e compartilhar a humildade, e realizar o bem em todas as direções e principalmente auxiliar ao próximo.
Isso me faz feliz, é isso que ilumina a alma de todos nós, fazermos o que gostamos inclusive em auxílio de nossos irmãos. Esta é a mensagem, não pré julgue apenas observe e aprenda.
Paz e amor!
Avaliação: 5 | Votos: 6
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