Problema é solução e solução é problema
Atualizado dia 5/8/2013 10:43:19 AM em Espiritualidadepor Alex Possato
Veja bem, amigo, amiga. Quando fazemos algo da forma que eu fiz, buscando somente resultados, conforme eles eram agradáveis a mim, via como solução. Conforme eram desagradáveis, via como problema. Não é isso?
Descubra o prazer de agir diante dos fatos – os resultados pertencem a Deus
Somos ensinados desde pequenos, pelos pais e escola, a fazermos as coisas para alcançarmos uma aprovação. Um beijinho da mamãe, uma boa nota do professor. Uma sensação de ser aprovado e bom garoto pelo papai, um status de alguém diferente e melhor, diante da sociedade. Fazemos as coisas para elas darem certo. E dar certo, significa que seremos, de alguma forma, aprovados. Essa aprovação nos dá uma sensação emocional rápida, fugaz, de prazer. É um “ufa!”, deu certo! Consegui! Você não percebe, mas esta sensação foi gravada quando você conseguiu uma boa nota, ou quando o pai e mãe não lhe deu bronca porque você fez algo “certo”. Essa busca do “dar certo” irá lhe perseguir a vida toda, e você agirá baseado nela, a não ser que descubra este mecanismo e deixe esta roda de eterna busca de satisfação através dos “certos” que devem acontecer na sua vida. Não existe “dar certo”. A vida é recheada de fatos, acontecimentos absolutamente desprovidos de significado, de sentido, de emoções. Alguém cortar ou não um pé de abacate é somente um fato, não é nada pessoal, não fazem isso ou deixam de fazer por minha causa. Nem me conhecem!
Mas a mente acredita que o mundo gira em torno dela. Colocamos a insana ideia na cabeça de que as coisas boas da vida são por nós merecidas, e as coisas más são alguma energia distorcida que age contra nós. E já que colocamos esta crença de que o mundo é fazer e resultados, inventamos que temos um papel x, y ou z para desempenhar na vida. Eu, eu, eu. O umbigo do universo!
Diante da vida, existe somente um caminhar. Um agir. Um fazer e um não-fazer. Aprendemos muito quando agimos e as coisas fluem. E aprendemos muito quando não fluem. Igualmente, quando não agimos e as coisas acontecem. Como o corte das árvores: eu nem estava esperando! E às vezes, não fazemos e aparentemente, nada se move. Porém, o universo continua se movendo, apesar de nós. Nossa vida é extremamente insignificante, diante da grandiosidade do mundo. Nosso planeta é absolutamente um grão de areia diante da imensidão das galáxias.
Caso percebêssemos esse fato tão óbvio, de que somos um nadinha no mundo, talvez deixaríamos de nos apegar tanto para preservar o nosso papel de “fazedor”. E simplesmente agiríamos pelo mundo, sem a necessidade de aprovação. E sem fugir da não aprovação. Talvez tivéssemos a coragem de sermos “nós mesmos”, fazendo as coisas que queremos, do nosso jeito, sem esperar resultados, saboreando tudo o que vem da mesma forma. E deixando de fazer o que não queremos. Afinal, sempre vem algum resultado. E que importa o resultado? Não virão outros pés de abacate para serem cortados? Quantas habilidades e dons despertamos, ao nos empenharmos em algo, na vida?Me parece que, neste jogo do universo, a questão não é vencer o jogo, mas somente... jogar. E o prazer que a vida traz está na forma como jogamos, na consciência que adquirimos a cada jogada, nas sensações percebidas a cada movimento. Só isso. Talvez eu nem chegue ao final do tabuleiro. Ou talvez eu jogue várias e várias rodadas. O que importa?
Faça algo ou não faça nada. Mas esteja consciente, presente. O mundo continua girando. Você pode dançar com ele, ou achar que está empurrando com a barriga, ombros, levando um fardo pesado e doloroso. Em ambos os casos, o mundo continua girando.
Alex Possato é terapeuta sistêmico e coordena a Casa Amor em Movimento
Texto revisado
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |