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Processos: aprendendo a voar!

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Autor Heloisa Aragão

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 05/07/2010 10:17:18


 De repente fechei os olhos e respirei profundamente e me senti como aquele passarinho que mora na linda gaiola dourada. Há espaço suficiente para ele abrir suas asas e voar pelo espaço, que é limitado, mas limpo e aconchegante. Uma mão delicada abre a portinhola quando acha por bem fazê-lo, afaga o pássaro com carinho e coloca comida e água suficientes para alimentá-lo. A cena se repete dia após dia e o pássaro voa feliz em sua gaiola. Tem carinho, tem comida, tem espaço, tem privacidade, o que mais pode querer? Todos os dias ele acorda, admira o mundo através de suas grades, bica o resto de alpiste que sobrou da véspera e aguarda, mais gordo, pelo momento do afago e da comida. Aos poucos vai ficando pesado e já não tem mais tanta vontade de voar pela gaiola, mas ainda anseia pelo único momento bom de sua restrita vida, o afago e a comida. Passado um tempo, a comida já não é tão gostosa assim, mas o pássaro está viciado em comer, não faz mais nada, nem sabe fazer. Não cisca, não admira o mundo através das grossas hastes douradas, não voa, vai perdendo o contato com sua essência, se desconecta de seus instintos. Mesmo assim, aos poucos percebe que a mão que o afaga, faz isso por hábito, não por carinho. Observa então que a mão é pesada, áspera, esquisita e metódica. O passarinho começa a se questionar quanto à maravilhosa vida que leva. Olha para cima, olha para baixo, olha para seu corpo pesado, para a argola que o impede de sair quando a portinhola é aberta e uma dúvida assola e arrepia suas penas. Que argola é essa, que o aperta tanto? Quando era mais leve, ela não o  incomodava, não o impedia de voar "livre" em sua gaiola dourada. Agora nota que a  cada vez que a mão o afaga automaticamente e deixa o mesmo alpiste no prato a argola aperta mais. E de tanto apertar, o passarinho se sente incomodado e começa a bicar violentamente a argola. De tanto bicar freneticamente o metal, este se parte. E o passarinho olha mais uma vez para cima e para baixo e não sabe o que fazer. Um dia a mão que o afaga esquece de fazer carinho, mas coloca a comida sistematicamente em seu pratinho, que se mantém limpo, assim como sua gaiola. E a atitude se repete infinitas vezes em que há comida, mas nenhum afago. O passarinho agora está tão pesado que mesmo que pudesse não passaria pela portinhola. Os meses se passam e um dia a mão, vendo que o passarinho está tão gordo que mesmo que quisesse fugir não poderia, não fecha mais a portinhola..

O passarinho olha intrigado para aquela porta aberta, mas não sabe o que fazer. Sente-se pesado, cansado, não tem vontade de voar. Os dias se passam e o passarinho fica encarando a portinhola curioso. Sente vontade de sair, mas tem medo de sair e não poder voltar. Tem medo de passar fome, de cair ou se perder e não saber mais o caminho de casa. Mas a tristeza vai empurrando-o para fora da gaiola e ele um dia se esforça e com muita dificuldade ultrapassa a portinhola. Não voa, apenas cisca pelo quarto onde fica sua gaiola. Fica feliz por sair, mas volta antes da próxima refeição. No dia seguinte come menos porque quer voar pelo quarto, quer se sentir mais leve. E assim que acorda se esgueira portinhola afora e voa pelo quarto fazendo isso repetidas vezes. Aos poucos vai ganhando forma e confiança e tem vontade de voar para mais longe. Sabe que logo cedo todos dormem então sai furtivamente de sua gaiola e ganha os ares da espaçosa casa que agora descobre viver. Depois de um tempo o espaço da casa é pequeno e ele se arrisca a conhecer a vizinhança, mas volta sempre antes de  todos acordarem, a tempo de ser devidamente alimentado pela mão que não mais o afaga.

E assim se passa um ano. O pássaro está mais forte, suas asas estão mais potentes, ele sente que pode voar mais alto. Quando acorda vê que é primavera, as plantas estão em flor, seu instinto o diz que é hora de vôo mais altos e ele resolve arriscar e sai pela manhã. Voa de flor em flor e descobre que seu alimento é muito mais gostoso e rico que o alpiste que lhe é ofertado dia após dia. Mas existe competição, há outros passarinhos fazendo o mesmo, nessa linda manhã de primavera. Ele tem pouca experiência precisa aprender a ser mais rápido e veloz. E assim começa a observar como fazem os outros pássaros, como ciscam, como cheiram, como pousam. Como se defendem, como dormem, como acordam e descobre que embora seja um mundo muito incerto é definitivamente muito mais rico e resolve não voltar mais para sua gaiola. Agora arrisca seus vôos, desperta seu instinto, conecta-se com sua essência. As vezes come mais, as vezes come menos, tem que tomar cuidado com os gatos, com os gaviões, e outros animais que o querem caçá-lo, mas o preço da liberdade vale à pena, ele aprende a entender o tempo, a ler os sinais, a trocar com o meio. Ele cruza o céu cor de turquesa e pousa nas delicadas flores coloridas. Se esparrama na grama, cheira o orvalho e de repente descobre que sabe cantar!!!

Que dia glorioso para o passarinho. Ele canta, ele dança, ele voa, ele é capaz de se sustentar, ele pode qualquer coisa. Ele é o dono de sua maravilhosa vida. E de repente, ele nota outro grupo de passarinhos iguais a ele e descobre que não está só. Então ele voa com seus novos companheiros em busca de novos horizontes, de lugares mais aprazíveis e descobre como a vida é bela. A liberdade é algo que ele jamais conseguiria entender quando estava em sua gaiola. Agora ele faz parte de algo, seus instintos estão perfeitamente afinados, ele é um pássaro real, vivendo uma vida de verdade. O medo é uma ilusão, pois sabe que seu dia dependerá de suas escolhas, e que se fizer escolhas afinado com sua energia terá um dia pleno de novas experiências.

Um dia, ele descobre que um outro pássaro lhe faz a corte! Se apruma e canta afinado para ele. Ele estranha a atitude, mas gosta. Tem vontade de cantar também e assim voam e cantam juntos e descobrem mais flores, mais vida, mais coisas para trocarem juntos e com o seu grupo. O passarinho ganha o mundo e já não tem mais lembranças de seu passado de prisão, até que um dia distraidamente voa perto da sua antiga casa e reconhece sua gaiola pendurada na varanda. Aproxima-se com cautela e vê que outro passarinho voa feliz em sua gaiola. Ele olha intrigado, olha para cima, para baixo, se pergunta o que deve fazer. Chega perto da gaiola e com a destreza que a vida natural lhe deu consegue abrir a portinhola. Sente-se feliz por libertar um colega, mas o passaro que está lá dentro recua assustado. Ele ainda se sente acariciado pela mão que o afaga e não quer fugir. O passarinho então canta e conta sobre as maravilhas do mundo do lado de fora. O outro não lhe dá credito, tem medo de contrariar a mão e passar fome e privação. O passarinho entende que existe um processo e dá adeus ao amigo do cativeiro e voa novamente livre ganhando os céus! E resolve que está na hora de mostrar aos passarinhos que eles podem voar também. Então perde o medo de chegar nas casas e abrir as portinholas e cantar a liberdade. Quem quiser poderá segui-lo, quem não quiser, ele entende, ainda não chegou sua hora.

E você, quer aprender a voar?


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Heloisa Aragão    
Heloisa Aragão é jornalista, ministra cursos de Meditação Ráshuah, dá palestras sobre Frequencias Cerebrais, Os perigos da ilusão, Dramas de Controle, entre outros. Aplica Testes Vocacionais Ráshuah, maiores informações pelo telefone (21) 2484-1571 ou pelo site www.rashuah.com.br
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