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Qual família é a “sua família”?

Atualizado dia 25/07/2013 12:32:53 em Espiritualidade
por Alex Possato


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Hoje li a frase de Mooji: "Assim que você percebe a Verdade que é, de quem você é, você vê que a sua família, de alguma forma, se expandiu para se tornar o mundo inteiro".

É uma verdade que sempre passo para as pessoas que estudam constelação familiar sistêmica: uma vez livre dos pesos emocionais e sistêmicos que carregamos dos nossos pais e antepassados, estamos prontos para abraçar o mundo. As pessoas do mundo não nos causam mais medo. E você não se sente mais "preso" nos problemas do seu pequeno núcleo familiar.

Porém, vejo muitos amigos ainda presos. Principalmente pela culpa: "tenho que ajudar". "Tenho que fazer alguma coisa, pois eu sou responsável". Questões de herança, doença, relacionamento entre irmãos, problemas com os pais, dificuldade de lidar com as famílias diferentes dos pais que se casaram outra vez, falta de controle sobre os filhos, problemas financeiros, enfim, é um mar de questões que surgem nestes pequenos núcleos...

Bem... por que chamo de pequeno núcleo? Porque, você, quando gasta sua energia física, mental, emocional e seu tempo para tentar (e não conseguir, né?) resolver as questões de meia-dúzia de pessoas, não está apto a atender centenas, milhares de pessoas que poderiam ser o grande-núcleo de irmãos, não de sangue... mas irmãos universais.

Na realidade, esta atitude de estar preso nas neuras familiares é um jogo de codependência, mantido pela culpa, pelo sofrimento, pela carência e pela cobrança que a pessoa tem em relação aos pais e à família. Geralmente, por achar-se carente emocionalmente, fazemos de tudo para "ajudar" a família, quase que numa atitude de sacrifício. Inconscientemente, gostaríamos que nossa ajuda fosse reconhecida. Mas ela nunca será, até porque a origem desta carência se perde na curva dos tempos. O termo carência, que vem do latim, significa "falta de algo essencial". E logicamente, é muito comum que, desde a gestação até a nossa fase adulta, nos sentimos não vistos, não amados, não queridos, não aprovados. Mesmo em famílias que aparentemente estavam estáveis, estas marcas ficam impregnadas na psique, pois é impossível os pais suprirem todas as necessidades emocionais das crianças. Até porque eles mesmos -os pais- também têm suas carências, seus medos, seus traumas e seus bloqueios, e não estão totalmente presentes. Não poderiam.

Pela constelação familiar sistêmica, percebemos que este padrão vem de geração em geração. É uma "carência herdada". Somos humanos e assim é a vida.

Amadurecendo emocionalmente

A família é muito importante. Seja ela uma família formada tradicionalmente pelo pai, mãe e filhos, ou as famílias mais comuns, formadas por mais de um casamento dos pais, meio-irmãos, pais divorciados, mãe sem parceiro, filhos adotivos, famílias paralelas e assim por diante.
Querido(a), é fundamental entender: você nasceu na família certa. E todo o tipo de família é... família. É neste meio que aprendemos a nos desenvolver como seres humanos. Levamos porrada, somos feridos emocionalmente, passamos dificuldades, e também pessoas cuidam de nós e nos amam, no jeito e na intensidade que conseguem. Criamos relações boas com alguns e péssimas com outros. E tudo isso nos faz amadurecer. E entender que o Amor Universal transcende o sofrimento, os bons e os maus tratos.

Sei que muitos não conseguirão passar pelas mágoas e pelo sofrimento. Carregarão nas costas, durante toda a vida, as marcas de um passado difícil e doloroso, e recriarão nos seus próprios relacionamentos e vida o sofrimento que carregam. É como um sacrifício, onde uma parte da psique da pessoa está dizendo: está vendo, eu sofro! Sofro igual meus pais e minha família! Sou igual a eles!

Por mais que estas pessoas reclamem da vida e do passado, na verdade, estão totalmente presas a ele. E estão presas por um profundo amor ao passado e aos pais. Mas é um tipo de amor distorcido, irmanado na dor e na carência. É um amor que recria a sombra, ao invés de trazer luz. Muitas vezes, não há o que fazer numa situação assim. Costumo dizer para meus alunos de terapia, que um cliente precisa procurar a solução. Precisa ir atrás de soluções para a sua vida. Não é a quantidade de problemas nem a gravidade deles que determina a vontade de se curar. Mas é o se cansar de sofrer que propicia a abertura para algo novo.

Renascendo para a família humana

Será uma longa jornada. Onde a pessoa deverá investigar suas crenças, seus valores, seus pensamentos, seu comportamento e suas emoções. Abrirá a mente inconsciente como quem abre um porão trancado, numa casa antiga, e lá encontrará sentimentos escondidos há séculos, que ele nem tem noção. Raivas, mágoas, ciúme, ódio, inveja, medo... enfim, um repertório natural de sensações que temos e não sabemos. Iremos fazendo amizade com elas, uma a uma. Passo a passo, a medida que estamos em paz com nossas emoções distorcidas, o universo começa a apresentar situações onde podemos exercer nosso novo talento: abraçar outros irmãos, auxiliando-os também a entrar em contato e fazer amizade com os seus sentimentos mais íntimos. Percebemos que não há diferença entre nós e aqueles que julgamos como seres perversos e desprezíveis. Somos absolutamente iguais. Somos um. A única diferença é que, por não rejeitar nem a luz, nem a sombra, navegamos com serenidade e paz por todos os meios e todas as situações. Santos e demônios. Deuses e pecadores. Somos todos um. Diante desta nova realidade, a única coisa a fazer é oferecer esta conexão profunda que se estabelece com a Verdade, ao próximo. Estarmos a disposição de auxiliarmos os irmãos nesta jornada de descoberta. A família se amplia. Em geral, percebemos que nossos irmãos consanguíneos não estão abertos para aquilo que temos a dar. E por isso, passamos a oferecer nossos préstimos a outros irmãos. Os que nos procuram. É importante perceber que, às vezes, nos sentimos fracos e necessitando de proteção e cuidados. E com certeza, desta "outra família", surgem os curadores e cuidadores. Sempre. A certeza de que nunca estivemos e nunca estaremos sozinhos nos preenche. Dá ânimo e alegria para prosseguir. Deus nunca nos abandonou. Somos uma só família.

 

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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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