Quando as baleias choram... (presença do Anjo da Morte)
Atualizado dia 20/05/2021 21:39:00 em Espiritualidadepor Marilene Pitta
Tenho refletido muito sobre o Anjo da Morte que fincou morada voraz no Planeta Terra. As mortes estão acontecendo de forma esfomeada, brava, cruel, impiedosa. Parece que não escuta as Orações de pedidos em súplicas infinitas. Há uma sentença e ela se cumpre.
Esse processo planetário me levou para um oceano profundo onde as Baleias choram suas dores e perdas. Suas lágrimas se envolvem com a água salgada do oceano e se une na dor que vai se diluindo até ficar somente um registro de um fato vivenciado. Pois é, esse gigante dos oceanos me convidou para ouvir as minhas mortes e lógico de todos nós.
Morava na Rua Duque de Caxias e, com os meus 13 anos, perdi uma preciosa amiga que o coração parou por que se cansou de trabalhar...
E ela tinha a minha idade. O enterro foi longo como os enterros de todos nós. A perplexidade invadia minha memória como agora: tantos conhecidos e anônimos fazendo a passagem. As fogueiras crematórias da Índia não lembram São João da Bahia onde as fogueiras lembram a alegria dos balões em cânticos com gosto de milho verde e canjica. Agora, é o fogo da purificação. Milhares se foram e pode ser que mais milhares irão. E assim o canto fúnebre do Anjo da Morte faz sua toada lenta e como uma chuva fina que não desce forte. O aguaceiro é interno. A alma silencia. O Coração fica mudo. A tempestade é interna.
Logo, veio meu pai. O caixão ia sendo carregado silenciosamente, atravessando a Praça Adami, cheia de gente apressada. A dor da perda foi tão intensa e sem consciência da eterna partida que o meu coração congelou. Fiquei para paralisada como tantos de vocês, agora... Ele se foi e levou o gosto do Nordeste...
E o Anjo da Morte ficou mais fortalecido e foi com sua rede negra apanhando: velho, anciões, crianças, bebês, jovens de todas as raças e todas as idades. A rede chega de surpresa. Pega. Leva. É uma chuva de sentimentos: alívio, raiva, tristeza, lamento, ódio... Desânimo. Indagações sem respostas.
Era uma linda manhã no hospital Santa Cruz, quando um raio de sol entrou e cobriu a minha irmã e a levou. Eu estava junto e fiquei atônita. Só rezei “o Senhor é meu pastor”... Naquele momento, tive um estado alterado de consciência e ( me vi na antiga Galiléia nos caminhos acompanhando o Rabi de Nazaré e os óleos essenciais enrolando os mortos na cerimônias fúnebres).
Minhas queridas irmãs, na hora do caixão, entra, na gaveta do cemitério, o mesmo raio de sol; chegou mansamente e banhou a todos com mansidão e consolo. Lembro até hoje daquele campo energético iluminado... Minha irmã se foi como as irmãs, irmãos, pais, mães, avós, avôs, tios, amigos, amigas, filho, filha, esposo, esposa... TODA UMA LINHAGEM DE SERES HUMANOS DE HOJE E DE SEMPRE.
Por isso, “QUANDO CHORAM AS BALEIAS” todas as lágrimas se juntam e o oceano flui em dor e sofrimento. Quando isso acontece existe outro ANJO DO AMOR DIVINO com seu Manto Azul Turquesa vem nos ajudar a seguir em frente.
Porém, o Anjo da Morte continuou sua travessia. Foi numa manhã de domingo lindo, mas o meu coração estava apertado de algo amargo como fel. Fui entregar a minha querida sobrinha à minha mãe, depois de um final de semana meio esquisito. Toquei a campainha e nada. Um silêncio fúnebre. Eu disse para minha alma: minha mãe foi para os Braços de Deus. Porta arrombada. Ataque fulminante do miocárdio. Silêncio. Dor. Mais uma vez, o Anjo da Morte levou uma pessoa que me educou e me mostrou o caminho da Espiritualidade: uma amada freira franciscana. Outra mãe, nessa vida, Severina abençoada, tons amargos e doces. Assim é.
Suspirei um pouco. Pensei num alívio existencial.
O ANJO DA MORTE foi levando meus amigos e educadores. Conhecidos e desconhecidos, mas todos os seres humanos que uma lágrima derramada chega ao oceano quando as baleias choram.
E, agora nas curvas de uma estrada, o menino que vi nascer a acompanhei sua infância foi levado por um desastre. Os descendentes ficaram e certamente seguirão o exemplo na arte de curar. Entre um desdobramento e outro no plano espiritual, iniciei um processo de RESGATE DA ALMA FAMILIAR. Lá fui eu entrar em contato com pessoas antigas da família, saber noticias, perdoar, ouvir histórias, entender as linhas que se cruzam, os carmas que se apresentam. Encantos e desencantos. A ESPIRITUALIDADE AMIGA me sustentando com tantos desafios em superação.
QUANDO AS BALEIAS CHORAM aconteceu um evento: levantei cedo e na porta da varanda vi quatro majestosos papagaios verdes e exuberantes como sobreviventes em Copacabana. Extasiada em gratidão. Rezei e abençoei. Como trabalho com Xamanismo, entendi que quando as baleias choram, aparecem os pássaros para nos ensinarem a voar. A escrita desse texto tem esse sabor: recomeçar e quando a minha hora chegar que minha Alma possa voar em direção à Luz Divina em paz. Para reescrever a história de vida é preciso ter permissão do Anjo da Morte para abraçar o Anjo da Vida!
Marilene Pitta CRT 24217
Terapeuta Holística (Trabalha com Leitura de Registro Akáshico)
Terapia Holística Multidimensional. Rio de Janeiro
Whatsapp (21) 999665354
Texto Revisado
Avaliação: 5 | Votos: 9
Conteúdo desenvolvido por: Marilene Pitta Formada em Registros Akáschicos;Alinhamento Energético;Terapia Floral;Formação Holística de Base (UNIPAZ) com Pós Graduação em Terapias Holísticas;Mestrado em Educação e Desenvolvimento Humano. Consultas em Roda Xamânicas. Animal Poder.Atendimento com Conexão com o Povo das Estrelas (Arcturianos e Pleidianos). Atendimento á Distância e Presencial. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |