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Autor Camile Milagres

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 16/10/2009 11:09:03


  Se ligarmos a tv por poucos minutos, podemos ver que um grande mal em nosso país é a violência. Dentro das famílias e nas ruas; violência sofisticada em forma de corrupção e ganância; violência social. Onde está a origem de tudo isso? Estamos fazendo algo de errado?  De onde vem  isso? Existe mesmo solução na educação?

Pode ser que sim, desde que se reconheça que a educação básica e primordial engloba muitos aspectos e dimensões. E que começa muito cedo, dentro na família de origem de cada indivíduo. Os primeiros anos na vida de uma criança são responsáveis pela formação da personalidade de cada pessoa, e por mais que se dê educação mais tarde, é praticamente impossível reverter um caráter que já foi formado até os 7 anos de idade. Pesquisas mostram que muito antes de ter habilidade cognitiva, a criança já incorpora no sistema neurobiológico automatismos baseados nas relações que viveu e no ambiente em que estava inserida.  Numa família ou grupo familiar, existem papéis importantes a serem exercidos. A função principal da mãe é ensinar o amor. O amor primário vindo da plenitude da alma, que apesar do cansaço está atento; amor que invade os hábitos, os pensamentos e as palavras. Amar é querer o bem, dividir a dor, perceber as necessidades,   ouvir mais que falar, não poder aceitar para si situação que não seja assegurada também ao outro. Isso se estende à a sociedade.
O pai não é necessário? A família sem um pai balança sem estrutura: o pai maduro e equilibrado está presente, provendo apoio emocional a todo este processo. O pai é quem vai ensinar a moral e a ética. Observe a sociedade. Como está a ética?  Onde estão os pais? Pai e mãe se apóiam, se cuidam, defendem os filhos quando um dos dois está em desequilíbrio; Sabem que também são humanos e erram. Sabem reconhecer seus erros. Sim, podem existir variações nesta estrutura familiar, que funcionam simplesmente porque conseguirão exercer estas mesmas funções e prover este mesmo ambiente ainda que de forma modificada.  A realidade é que isto não está acontecendo. Estamos perdendo esta escola. E tentando terceirizar os papéis que deveriam ser nossos. Os resultados aparecem na sociedade, de forma trágica.
A falta do amor original gera uma carência no indivíduo, desde muito cedo em várias camadas. Resultado: crianças abandonadas, tristes, deprimidas, sem limites, violentas.
A fase em que a pequena criança mais precisa de cuidados é comumente chamada de fase ORAL. Neste período, o objeto de amor da criança é principalmente a mãe; a perda deste objeto, seja por ausência contínua para trabalhar, seja por morte, ou por incapacidade de amar - ainda que esteja por perto - gera dor, raiva, carência, e uma falta que dará eterna sensação de precisar ser preenchida por algo externo. A qualquer custo. Surge uma emergência de ser preenchido, que desconsidera as necessidades de qualquer outro indivíduo, a favor de sua necessidade não realizada. Como se fosse questão de sobrevivência, aparece então o que conhecemos como egoísmo.
A pessoa sente que precisa receber: receber cuidados, atenção, receber elogios, receber substâncias químicas, receber roupas novas, dinheiro, carro do último modelo, receber admiração, receber poder, receber, receber....
Quase ninguém está apto a doar verdadeiramente. Muito se doa de forma superficial, para aparentar bondade ou para receber fama e até recompensas vindas de Deus. Dar para receber. Quem não recebe na fase certa, vai precisar receber pelo resto da vida. Este mecanismo é a origem dos vícios e compulsões. Eles podem ser mais ou menos graves conforme o grau de carência que o indivíduo suportou. Cada um vai preencher sua compulsão com um substituto do amor. Exemplos de substitutos muito conhecidos são: substâncias químicas, compras, paixões, comida, chocolate, bebida alcoólica, trabalho excessivo, sono, drogas. O conforto é passageiro, e a emergência reaparece com força. O indivíduo não fecha seu processo de amadurecimento, quando se tornaria adulto e estaria apto a doar, prover, construir, viver o prazer de forma plena. 

Por isto conhecemos uma realidade repleta de pessoas que sempre estão pedindo, reclamando do que têm, sem capacidade para a gratidão, viciadas, que formam nossa sociedade com esta configuração que ela atualmente apresenta - cheia de insegurança, de adultos infantilizados, auto-centrados e com raiva - uma sociedade cheia de violência.   O que fazer? Primeiramente reconhecer. Humildemente reconhecer-se envolvido nesta cadeia doente, seja em que posição for: aquele que fica tentando preencher o vazio dos outros na esperança de também receber alguma atenção? ou na posição de pais que trabalham o dia todo, distanciando-se dos filhos física e emocionalmente - para depois desculpar-se dizendo que "a qualidade do tempo juntos é melhor que quantidade". Ou como patrão que também não se contenta com o razoável e exige em excesso do empregado distanciando-o da sua família? Talvez você seja aquele que reclama de tudo que os outros fazem, aponta defeitos, mas não se envolve em soluções.
O grande problema é a nossa dificuldade de AMAR. DOAR. DIVIDIR.
Então qual é a educação que está faltando? O amor. Como fazer? Acredito que todos temos a semente. E que mesmo quem não sabe, está buscando o amor. Só que, para se chegar nele, é preciso abrir o coração, e lá dentro também tem muita dor. Por medo, fechamos o coração para a dor, e como a porta é a mesma, fica fechada também para o amor. Sem perceber isto, procuramos satisfação de coração fechado. Claro que não vamos encontrar. O segredo é encarar a dor, sentir paixão, para depois surgir a compaixão - paixão com, paixão junto - que é o remédio de que o mundo necessita.
Quando pudermos chegar a este sentimento, vamos então sentir o legítimo prazer de sermos adultos formados, completos, vivos, participantes do processo de desenvolvimento do homem e do mundo. Mas que também tem estima por si próprio, e respeita seus limites não exigindo de si mais do que o razoável. Veremos então que não há contentamento tão definitivo e pleno. Concedemos a nós mesmos o preenchimento que merecemos e buscávamos fora.
   Mas para conseguirmos esta transformação, precisamos de mudanças em nossos hábitos. É necessário dedicar atenção e energia a um tratamento de transformação pessoal. Todo adulto maduro precisa buscar uma estabilidade financeira, e ajudar na construção também concreta do mundo, mas para isso não pode ser necessário vender sua alma. Precisamos de uma reforma trabalhista e de valores.
Para trabalharmos pelo resgate das convivências que existiam no passado mas foram perdidas em nome de uma segurança, que tem destruído e causado mais insegurança.
Poderemos então parar de dizer que tudo é problema do governo, envolver-nos de corpo e alma com o desenvolvimento, sermos nós próprios os heróis da transformação.
E morrer certos de que vivemos uma vida plena, que valeu a pena ser vivida


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Camile Milagres   
PsicoTerapeuta nas linhas: Gestalt, Analise Bioenergética, Eneagrama - Psicologia dos Eneatipos MBSR
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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