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Reencontro

Atualizado dia 27/05/2010 15:44:37 em Espiritualidade
por Verônica Dutenkefer


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Em meu site, há muitos artigos que escrevi, a maioria tentando levar uma mensagem de esperança e fé. Mas houve um que foi um desabafo. O título é: PROFESSOR, UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO". Foi um momento de grande indignação. E foi o artigo que até hoje, recebi (e ainda recebo) comentários. E há duas coisas que me preocupam com esse artigo. Primeiro, que já vi ele publicado em sites, e-mails e jornal, com muitos erros de concordância e citações que não são minhas. E segunda preocupação é o questionamento que me faço:"Por que um artigo de cunho negativo, cheio de reclamações foi o que mais chamou atenção das pessoas?"

Tudo bem, que nesse desabafo, eu coloquei para fora a indignação de milhares de pessoas que estão ligadas à educação. Mas creio que não foi só isso... Acredito que somos "viciados" naquilo que nos faz sentir vítimas. Por isso as manchetes sensacionalistas e os "reality shows" dão mais "ibope".

Alguns dias atrás, li um artigo no qual o autor relatava sobre a "importância dos pensamentos negativos". Citava frases de pensamentos positivos e realmente essas frases, fora do contexto, pareciam absurdas!

Ele relatava sobre a explicação dadas pelos psicólogos, que o pensamento negativo cria uma estratégia de defesa, caso o que desejamos e esperamos não aconteça.

No final, o autor não escolhia exaltar ou condenar, nem um, nem outro pensamento, e fiquei aliviada por isso. Afinal, vivemos num mundo de polaridades e escolher um, em detrimento do outro, é uma ilusão.

Todos nós sabemos que a escuridão existe pela ausência de luz. Que a maldade é a ausência de bondade e etc.... E acredito que a grande questão não é cairmos num dos pólos (pois  cairemos, sem dúvida), mas, sim, a quantidade de energia e tempo que vamos desprender  em apena um deles.

Muitas vezes o que tememos é uma grande ilusão, fruto de nossa criativa imaginação. E criando defesas para esses medos, estamos reforçando seu poder. O poder no que é ilusório.

O excesso de otimismo cria um jogo de faz-de-conta e deturpa a realidade. E isso não deixa de ser uma fuga. E fugir também é uma defesa.

O excesso de pessimismo também deturpa o modo como percebemos a realidade e gastamos tempo e energia levantando hipóteses absurdas de como iremos sobreviver  aquele mal. E isso é uma defesa.

Mas, o que é a realidade?

A forma como percebemos a realidade é única. Podemos encontrar pessoas que tenham um modo de percebê-la muito parecido conosco, mas jamais idêntico. Poque nossas percepções estão contaminadas por vários fatores: cultura, maturidade, personalidade, experiências, etc. Então, como podemos padronizar o modo de percepção da realidade?

Como podemos julgar os fatos e pessoas, se a nossa percepção é tão pequena?

Queremos sempre escolher apenas um lado das infinitas polaridades (pois julgamos até mesmo as emoções que elas nos trazem).

Queremos lutar contra a lei da gravidade e nunca mais levarmos um tombo. Queremos evitar a dor  a qualquer preço, queremos enganar a morte e a velhice. E fazendo isso, não vivemos, apenas sobrevivemos. Ficamos, feito crianças mimadas, nos debatendo e fazendo birra, exaurindo nossa energia e força com coisas que não podemos mudar. E deixamos de ter tempo e energia para as coisas que temos o poder de mudar através da aprendizagem.

É...mas a aprendizagem leva tempo, e  muita dedicação e disciplina e gostamos daquilo que é fácil, cômodo e rápido.

Talvez por existir outra lei da física que diz:"Tudo tende a inércia".

A vida é um presente grandioso e misterioso demais e, no fundo, talvez pensamos que não vamos dar conta de tudo aquilo. Ou que não somos merecedores de um presente tão lindo e maravilhoso!

Mas somos.

Cada ser humano é também grandioso e misterioso e tece a rede da vida.

Está na hora de despertarmos e deixarmos de ser tão preguiçosos e arrogantes e abraçarmos, com maior confiança e esperança, a Vida.

Já é tempo de olhar, com maior atenção,  as diferentes lições que nos são apresentadas diariamente. Perceber o hoje, o agora e permanecermos mais tempo nele, para que a nossa poderosa imaginação sobre o futuro seja de um caminho com inúmeras possibilidades mais felizes e não o fim de um caminho.

Que o passado seja apenas minha leitura do que já escrevi, e como todo livro, trazendo os registros das lições já vividas.

Temos de deixar inúmeras ilusões. E uma das mais perigosas, é a ilusão da perfeição e do equilíbrio permanente. Sem desequilíbrio não há aprendizagem.

Li num maravilhoso livro que as emoções são "o arco-íris da alma". Todas as emoções. E escolhendo sentir e vivenciar apenas as emoções julgadas positivas (ou negativas), tornamos esse arco-íris cinza e cheio de nevoeiro. E é geralmente nos nevoeiros que perdemos a direção.

O oposto do medo é a fé.

Onde há luz, não há escuridão!

Que a nossa jornada nos leve ao reencontro da paz, da confiança e do amor que existe em nosso relacionamento com a energia que rege todo o Universo. 

Verônica Dutenkefer
27/05/2010
 

Texto revisado


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