REESTUDANDO O EVANGELHO 11



Autor Dante Bolivar Rigon
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 8/28/2012 6:24:03 PM
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
1) Aprendeste que foi dito: Amareis vosso próximo e odiareis vossos inimigos. E eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam, a fim que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus e faz erguer o Sol sobre os justos e injustos; porque se não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa disso tereis? Os escribas e fariseus não o fazem também? E se não saudardes senão o vosso irmão, que fazeis nisso mais que os outros? Os publicanos não o fazem também? Eu vos digo que se a vossa justiça não for mais abundante que a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos céus.
Essa passagem completa as anteriores no que concerne a atitude de um indivíduo perante outro indivíduo. Tem que se anotar também as circunstâncias em que Jesus se encontrava ao pronunciá-la sugerindo atitudes totalmente antagônicas às mosaicas: Aprendeste o que foi dito: Amarás teu próximo e odiará teus inimigos. Agora não é mais assim: Não deves odiar teu inimigo, mas amá-lo também como amas o amigo. Por quê? Porque se fizeres ao contrário, nenhum mérito terás, pois até os escribas e fariseus fazem assim. Muito interessante essa colocação de Jesus. Pelo que se deduz o povo já não aceitava mais os escribas e fariseus como seus mestres, pois alertados por Jesus viam neles pessoas destituídas de autoridade moral para ensinar ou exemplificar a religião. Aproveitando-se disso Jesus tomava esses dois segmentos da sociedade judaica como exemplo do que não era para ser feito. De líderes religiosos tornaram-se a antítese de tudo o que Jesus pregava às multidões. Essa sentença destituindo uma das máximas da lei mosaica na verdade foi a mais importante mensagem para a implantação da caridade. Caridade era uma palavra desconhecida no vocabulário, não só do seu mas também dos outros povos, e a partir desse momento seria palavra chave para o novo estágio que a humanidade palmilharia daí em diante.
Jesus fazia essas comparações pois seu povo talvez fosse o que mais se dedicava à religião, ou pelo menos em discuti-la. Nada mais correto que usar esses conceitos básicos milenares para estruturar sua programação e desenvolver propostas mais modernas e objetivas, substituindo as já ultrapassadas por outras mais liberais, magnânimas e futuristas, sugerindo ao indivíduo a possibilidade de segui-las ou não, onde os reflexos de sua aplicação seriam individuais e intransferíveis. Um período curricular estava findando e os conceitos políticos, sociais, morais e religiosos eram parecidos em todos os povos, naturalmente variando de intensidade conforme esta ou aquela proposta em exercício conforme a capacitação individual ou coletiva. Era o fim de um ciclo, de um período ou de um tempo. Iniciava-se outro com propostas mais complexas, um programa mais arrojado onde o espírito desenvolveria o subjetivo e deveria ser preparado para exercitar a integração social, cultural e científica proposta para a faixa etária que se iniciava. Hoje, dois milênios após, podemos sentir a importância desses ensinamentos, pois a não aplicação deles dificultaria a integração dos povos prevista para essa etapa que iniciava. Vejamos a continuidade da idéia de Jesus:
2) Se não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida amam também aqueles que as amam? Se não fazeis o bem senão àqueles que vo-lo fazem, que recompensa tereis uma vez que as pessoas de má vida fazem a mesma coisa? E se vós não emprestais senão àqueles de quem esperais receber o mesmo favor, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida se emprestam mutuamente para receber a mesma vantagem? Mas se vós, amardes os vossos inimigos, fizerdes o bem a todos e emprestardes sem disso nada esperar, então vossa recompensa será muito grande.
As mensagens de Jesus sempre foram de abertura. O estágio exercitado pela humanidade em sua época já pendia para essa proposta mas de maneira ainda restrita às nações. O egoísmo, os medos, as dificuldades do indivíduo dentro de seu próprio povo não permitiam mais abertura, embora houvesse um grande avanço se comparado com o período anterior. A unidade era provocada pela necessidade de se fortalecerem pela união dos indivíduos a fim de vencerem as propostas da Vida em coletividades mais ou menos numerosas, e defenderem-se de outras em litígios quase permanentes. Em suma, a guerra era o fator primordial para que as sociedades se organizassem em coletividades, pois sem isso não sobreviveriam. Como vemos, a proposta sendo a mesma, os motivos eram bem diversos. Seria impossível mesmo formar e estabilizar impérios a não ser pela força das armas permanentemente em ação. A nova proposta foi a continuação desse importante avanço coletivo, mas para isso o homem deveria usar outros recursos e não a guerra para conseguir seus objetivos. Desconsiderando a guerra ou a força da espada, havia tão somente outra maneira para ampliar e estabilizar tais necessidades: o amor. O amor ampliado a todos, fossem amigos ou adversários cumpriria essa tarefa, pois através dele poderia haver paz, progresso e principalmente partilha dos bens de raiz e de consumo, pois sabemos que nem todos produzem tudo, sendo necessário a interligação universal para o equilíbrio perfeito. A natureza é sábia e procura harmonizar seus filhos da melhor maneira possível. Sabemos que a evolução no planeta não é retilínea, e há povos que ainda se portam como nos portávamos no tempo dos Césares. Prevendo o avanço científico e filosófico da maioria dos filhos da Terra, na simples seleção reencarnatória foram enviados para lá determinados espíritos com suas idéias ainda fixas no orgulho e prepotência vivendo um período já vencido pela maioria há mais de três mil anos. Rebeldes e indolentes, foram acantonados por inúmeras encarnações naquele reduto pobre e destituído dos principais recursos existentes nas outras regiões. Como não poderiam continuar estacionados, a Vida deu-lhes a oportunidade da interligação, permitindo que os únicos recursos disponíveis se tornassem essenciais para os outros povos mais avançados. A partir desse episódio passaram a contatar como seus co-irmãos embora com certa dificuldade, pois encontravam-se aquém da realidade atual. De qualquer forma, com esse entrosamento se bem que um tanto imperfeito, tiveram acesso aos recursos oriundos dos avanços tecnológicos alcançados pelos outros, desprendendo-se em parte da estagnação ao serem agraciados com as comodidades materiais oferecidas em troca do já imprescindível petróleo. O passo seguinte será o filosófico e moral, pois a própria formação espiritual determina a evolução do indivíduo. Por certo vencerão também esse difícil estágio em que se demoram libertando-se dele.
Continua na próxima semana
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