REESTUDANDO O EVANGELHO 13



Autor Dante Bolivar Rigon
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 11/09/2012 21:13:09
NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON
1) Ninguém pode servir a dois senhores porque ou odiará a um e amará ao outro, ou se afeiçoará a um e desprezará o outro. Não podeis servir ao mesmo tempo a Deus e a Mamon.
Outro ponto interessante onde é necessário observar a intenção, o momento e para quem Jesus se dirigiu ao enunciar essa sentença. Nós sabemos que não só na antiga Jerusalém mas em todos os povos da época os sacerdotes desenvolviam inúmeras atividades paralelas à religiosa, principalmente a política e a administração dos recursos amoedados pertinentes aos impostos religiosos cobrados compulsória e invariavelmente de toda a população. Essas atividades eram tão intensas, que os principais sacerdotes, escribas e fariseus empregavam quase todo o seu tempo nessas atividades, ficando as coisas religiosas relegadas ao segundo plano. Para Jesus era impossível alguém servir a Deus com toda a devoção estando com os pensamentos e sentimentos voltados para a política e a economia. Para ele, os bens materiais deveriam ser geridos por pessoas encarregadas de fazê-lo, e os espirituais por outras destinadas às coisas do espírito, da família e da coletividade carente. Em algumas passagens advertia que deveria haver uma separação de intenções aludindo ser necessário dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Em outras ocasiões chamava atenção a seus discípulos e aos sacerdotes para darem de graça o que de graça recebiam.
Nessa passagem Jesus falava a todos os médiuns de todos os tempos, pois se alguém recebe um determinado compromisso usando a mediunidade deve exercitá-lo gratuitamente, pois essa atribuição não lhe pertence, servindo apenas de intermediador entre os dois planos. A Vida ao brindá-lo com essa possibilidade coloca junto a ela os recursos necessários para que desenvolva atividades remuneradas para o seu sustento e o de sua família. O que acontece, é que médiuns despreparados vendo nessa prática um filão de ouro se desinteressam do trabalho penoso e menos lucrativo para usufruírem dessa alternativa rendosa cobrando os serviços prestados dos que recorrem a seus préstimos.
No Espiritismo, por exemplo, os médiuns jamais cobrariam por seus serviços junto aos seus necessitados. A magia mediúnica cristã segue o mesmo exemplo pois parte do mesmo princípio, e caso venha a necessitar de algum material ritualístico, o médium adquire com os próprios recursos tendo ou não sobras financeiras para tal aquisição.
A lei é clara: dai de graça o que de graça recebeste. Jamais um espírito de escol iria unir-se a mediadores que usam seus dons mediúnicos para se amoedarem. Se espíritos responsáveis não se unem a eles, por certo serão assistidos por companheiros menos dignos que se aventuram nos mesmos propósitos, recebendo de uma ou outra forma a paga por seus serviços nem sempre honestos. Da mesma forma, religiosos que à troca de dinheiro prometem preces e milagres aos que os procuram, no mínimo estão se enganando e aos que a eles recorrem. São os verdadeiros servidores de Mamon, que teimam em alardear que são assistidos por Deus ou por Jesus em seus delitos inconfessáveis. Muito caro irão pagar à Vida.
2) Havia um homem rico cujas terras tinham produzido extraordinariamente, e ele mantinha em si mesmo estes pensamentos:
- Que farei, porque não tenho lugar onde eu possa encerrar tudo o que colhi? Eis, disse ele, o que farei: derrubarei meus celeiros e construí-los-ei maiores e aí colocarei toda a minha colheita e todos os meus bens; e direi à minha alma: Tu tens muitos bens reservados para vários anos; repousa, come, bebe, ostenta. Mas Deus ao mesmo tempo disse a esse homem: - Insensato que és! Vai ser retomada a tua alma esta noite mesmo, e para quem será o que amontoaste? É isso o que acontece àquele que amontoa tesouros para si mesmo, e que não é rico diante de Deus. Tende cuidado de vos guardar de toda a avareza, porque em qualquer abundância que o homem esteja, sua vida não depende dos bens que ele possua.
Neste segundo pensamento, Jesus alerta para que haja equilíbrio entre as coisas da matéria e do espírito. Todos os bens materiais são proporcionados para que possa haver equilíbrio entre o mais abastado e os menos assistidos, chamando a atenção para o fato de que na verdade ninguém é dono de nada, pois a qualquer momento poderá deixar tudo que armazenou juntamente com seu próprio corpo, levando como bagagem apenas o resultado de suas obras.
Jesus não prega a eliminação da poupança mas o apego excessivo aos bens materiais. Entre os vícios do egoísmo e da vaidade há também o da avareza muito mais condenável. O avaro não auxilia, não participa, não vê os benefícios que poderia prestar à sociedade abrindo seus cofres para transformar os recursos retidos em oportunidade de emprego, educação, saúde, etc. Fecha-se em si mesmo usando a máquina arrecadadora que mantém sovinamente em suas mãos para retirar o máximo possível dos que estão a ele vinculados sorvendo-os sobremaneira, seja no trabalho escravo ou escravizante, ou nas tantas outras atividades a si lucrativas. O espírito-aluno deve exercitar-se em todos os segmentos da Vida cumprindo os diversos estágios de um programa antes de ser promovido a outro.
O avaro é alguém ainda fixado nas experiências pretéritas quando não havia possibilidade de armazenar por longo tempo seu alimento, passando às vezes fome por não encontrar disponível o alimento necessário. Vivia basicamente da caça, da pesca e frutas selvagens, ficando gravando em sua memória espiritual como instinto adquirido a necessidade de guardar os mantimentos da melhor forma possível para não passar fome nos próximos dias. E assim, de encarnação em encarnação foi fixando e dilatando esse instinto tornando-o habito. Ainda embrutecido, embora estando centenas de séculos mais crescidos, ao ver-se na posse de tamanhos recursos, os mede com a mesma medida que fazia nos primeiros anos de sua infância espiritual, não se desprendendo dessa atitude egoística de forma nenhuma. Sem dúvida, após o decesso das vestes biológicas será necessário retornar inúmeras encarnações vivendo à dependência de terceiros amoedados ou não para aos poucos aprender a lição, e aí sim retornar para o teste final, nascendo em "berço de ouro".
Continua na próxima semana
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