REESTUDANDO O EVANGELHO 18
Autor Dante Bolivar Rigon
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 16/10/2012 19:53:25
BUSCAI E ACHAREIS
Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porque todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e se abrirá àquele que bater à porta.
Qual o homem dentre vós que dá uma pedra ao filho quando lhe pede pão? Ou se lhe pede um peixe lhe dá uma serpente? Se, pois, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas a vossos filhos com quanto mais forte razão vosso Pai, que está nos céus, dará os verdadeiros bens àquele que lhos pede.
Uma das mais fantásticas portas abertas entre o espírito e a divindade estando ele encarnado ou desencarnado. É o filho em permanente comunhão com o pai estando onde estiver. É o princípio básico da prece onde o filho de bons propósitos sabe agradecer ao pai os favores recebidos e solicitar auxílio para atingir seus objetivos, ou o de maus propósitos usar esse maravilhoso meio de ligação apenas para exigir facilidades imerecidas. Há quem alardeie aos quatro ventos ter pedido a Deus para conceder-lhe a graça de ganhar em concurso lotérico e ser atendido; são diversas as experiências em que o solicitante se encontrava às portas da morte em decorrência de determinada doença incurável, e após solicitar auxilio em prece foi curado; milhares de estudantes dizem ter recebido o auxílio dos céus nos exames de vestibular por terem solicitado à divindade essa graça; enfim, há uma ilimitada lista de concessões divinas atendidas em decorrência de pedidos diretos de seus filhos. Tudo isso é possível? Basta usarmos a lógica que teremos a resposta: no caso do ganhador do concurso lotérico, sabemos que normalmente um concorrente é agraciado com o prêmio maior. Será que em um concurso como os inúmeros proporcionados pela Caixa Econômica tão somente uma pessoa solicitou a Deus a oportunidade de acerto? Sabe-se que o espírito renasce com uma programação a ser cumprida dentro de determinado tempo, findo esse retorna à pátria espiritual tendo ou não cumprido sua missão. É verdade que há alguns casos em que os Responsáveis pela Vida permitem a prorrogação do prazo para o retorno de alguns encarnados para que concluam sua missão quando não foi possível fazê-lo no tempo previsto devido a interferências alheias à sua vontade, ou determinar que alguém retorne antes do tempo programado por ter se desviado de tal maneira que prejudicaria irremediavelmente outros que por ventura se encontre em seu caminho destrutivo. De qualquer forma, longe de ser regra essas medidas são exceções. Quanto ao doente solicitar a cura, ele sempre é atendido, mas isso não quer dizer que não deva morrer se seu momento tiver chegado. Que cura seria essa, se o doente morre?
Houve uma passagem muito interessante em uma casa espírita que frequentávamos. Em um trabalho de auxílio espiritual havia um paciente em longo tratamento, e em certo dia quando os médiuns se reuniam particularmente para analisarem os casos em tratamento o médico espiritual que o assistia anunciou que ele estava curado. Dentro de quatro dias o referido cidadão faleceu. Ao indagarmos aos espíritos responsáveis pelo programa porque o médico se havia enganado de tal maneira, recebemos a seguinte resposta: “Realmente ele ficou curado. Por isso pôde morrer”. O tratamento que estava sendo feito nesse cidadão era espiritual, e ao decesso do corpo seu espírito partiu completamente são sem necessidade de maiores sofrimentos ao adentrar seu novo habitat. A sua conduta durante a vida determinou que lhe fosse dada essa possibilidade, pois seu perispírito estava bastante danificado e não fora possível expurgar todas as deformações no período. Era não só a misericórdia divina se manifestando, mas principalmente a Lei que determinava a conclusão do período expiatório. No caso de estudantes passarem no vestibular é bem natural, pois a maioria esmagadora apela à divindade solicitando auxílio. Jamais ouvi falar que pelo simples fato de alguém solicitar a Deus tal favor sem ter se preparado para o concurso ter sido aprovado...
Se em todos esses casos que foram abordados, nenhum se encaixa no “pedi e obtereis” qual o pedido afinal que será aceito e atendido?
Devemos levar em conta duas colocações básicas e irrefutáveis: a primeira, é o fato de que quando um espírito retorna à matéria, o faz de acordo com uma programação mais ou menos rígida com tempo definido e dentro de determinado nível social, cultural e econômico de que ele necessita para esse estágio específico. O segundo é o fato de ser ainda um espírito infantil, e apesar de projetar seus desejos em face das experiências vivenciadas por outros, ainda não está apto a atingir determinados estágios ainda distanciados de sua realidade.
Comparemos o espírito ainda infantil à criança. Mesmo que tenha um pai que lhe alcança tudo o que necessita, não adianta solicitar algo ainda perigoso para si, como sair só à noite, dirigir veículos, ingerir bebida alcoólica, etc. Se solicitar um brinquedo novo, uma guloseima ou brincar no pátio com seus amiguinhos, por certo será atendido. Assim a vida se porta com seus filhos. Como poderia premiar um espírito encarnado em um programa expiatório de pobreza com o prêmio máximo da loteria? Porque segurar no corpo físico alguém que já cumpriu sua missão e está na hora de retornar à grande casa? Que mau profissional seria o que adentrasse a universidade pelas portas da ignorância, despreparo e desonestidade? Pedi e obtereis aquilo que realmente é possível para cumprir vossos compromissos, retornar ao caminho quando errar, recuperar a saúde para poder trabalhar e sustentar seus familiares, ter a oportunidade do estudo para melhorar-se material, moral e espiritualmente, enfim, ficar constantemente ligado a Deus pelo pensamento, sentimento, prece sentida e desejo de acertar. Aí sim faz sentido, pois em contínua comunhão com o Pai, estará sempre propício a receber o estímulo e a oportunidade, pois o aluno que cumpre com dedicação seu estudo sempre consegue compensações extras não previstas no programa inicial. Cada um individualmente constrói sua estrada, e os Senhores da Vida sabem compensar os bons construtores.
Continua na próxima semana
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