REESTUDANDO O EVANGELHO 7

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Autor Dante Bolivar Rigon

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 31/07/2012 15:50:29


 

BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

1) Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque eles próprios obterão a misericórdia.

Difícil também seria compreender essa mensagem anotada por Mateus na época em que compôs os evangelhos. As pessoas daquela época não se colocavam solidárias entre si a não ser raramente em família ou pessoas de relações mais íntimas. As anotações de Jesus eram consideradas estanques e o resultado da aplicação ou não desses ensinamentos era sempre entendido como fruto do julgamento divino. "Se eu faço isso ou aquilo conforme Jesus mandou, Deus há de me premiar com o reino dos Céus". Esse tipo de julgamento era o usual, principalmente para o povo hebreu cujo deus era enérgico e exigia obediência irrestrita. Aos outros deuses, gregos, romanos, egípcios, babilônios, etc., suas vontades poderiam ser interpretadas, mas não se devia provalecer da boa vontade deles por serem irascíveis e mal humorados, embora suas memórias não fossem tão perfeitas, esquecendo com o tempo as ofensas. Contudo, pelo sim pelo não, ninguém deixava de homenageá-los com sacrifícios e incensos nos altares de seus templos. Mais tarde, quando o Deus desconhecido passou a ser visto como um pai magnânimo e a tudo perdoar, podia-se desconsiderar os ensinamentos de Jesus, desde que não se esquecessem de contar ao padre no confessionário pedindo-lhe sua absolvição. Ninguém na verdade poderia imaginar que os ensinamentos de Jesus não eram exigências descabidas de um Deus parcial e autoritário, mas Leis Naturais corretas e de aplicação necessária sem o que o aluno da Vida não poderia ascender ao próximo degrau evolutivo na sua escalada em direção à eternidade. Ser misericordioso é um assunto consciencioso, subjetivo, íntimo, pois o homem colocado na sociedade que lhe é imposta pela Vida, pode ou não sê-lo, pois é bem mais fácil espezinhar que amparar, maldizer que corrigir, destruir moralmente que acolher amorosamente. Quem se vê envolvido por suas próprias imperfeições procura esconder dos outros seus erros mais acerbos a fim de não ser por sua vez passível do escárnio ou do desprezo de seus pares. A antítese desse item, a misericórdia, na verdade é um exercício mental e sentimental contínuo, pois a norma é bisbilhotar as deficiências alheias para torná-las públicas, ou revidar com maior rigor os que o difamam ou denigre.  A misericórdia encerra inúmeras propriedades indispensáveis para o equilíbrio do homem moderno. Uma de suas principais atribuições é a fraternidade, poderoso elo que fortifica o homem nas sociedades, nas coletividades. Se eu for misericordioso com quem me prejudica mesmo que intencionalmente perdoando-o em vez de levá-lo à justiça ou praticar contra ele castigo mais avassalador a mim disponível, não só esse de que fui vítima mas outros que tomaram conhecimento do caso irão respeitar-me mais, e por simplesmente eu interromper por esse ato algo que poderia perpetuar-se num digladiar sem trégua com comprometimentos futuros imprevisíveis ver-me-ei livre de novos e indesejados dissabores. Ela é um estado de espírito e não uma mercadoria disponível. O misericordioso sempre estará isento de martírios maiores, pois sabe que a humanidade é imperfeita e sempre está errando contra si e os outros, e por isso é bem quisto e passível de boas amizades. Aqueles que agem no olho por olho, dente por dente são desprotegidos não só por si mesmos mas pelos que os rodeiam pois temem suas atitudes agressivas ao menor deslize que venham a praticar contra sua pessoa. Assim que puderem distanciar-se deles o farão, e quando esses não misericordiosos menos esperam estarão sós e abandonados, sem amigos ou parentes que por sua vez possam ser misericordiosos para com eles auxiliando-os nas necessidades em que a própria imprevidência os colocou. Por isso a sentença: sejam misericordiosos para que quando necessitarem dos outros eles também o sejam para com vocês. É a própria Lei da Vida impondo sua condição.

2) Se perdoardes aos homens as faltas que eles fazem contra vós, vosso Pai celestial vos perdoará também vossos pecados, mas se não perdoardes aos homens quando eles vos ofendem, vosso Pai também não vos perdoará os pecados.

Outra proposta de Jesus dentro do conhecimento relativo ao povo da época. Seria impossível naquele tempo lembrar que Deus não julga, portanto não perdoa nem castiga, e todas as criaturas estão irremediavelmente comprometidas com a Lei por ele determinada, e sua aplicação correta acelera o progresso contínuo rumo à felicidade suprema. Simplesmente essas idéias não caberiam nas mentes de espíritos infantis, sendo bem mais difícil implantar o evangelho na terra se em seu bojo estivesse toda a verdade, pois sem base de sustentação conhecida desapareceria logo após sua morte. Era necessário que suas idéias fossem colocadas conforme o entendimento dos que o ouviam e programar sua sequência melhorando-as através dos tempos de acordo com o amadurecimento e avanço do aluno na escola da Vida. Obviamente se não perdoamos os que nos ofendem é porque não estamos aptos para maiores avanços, pois o perdão eleva e dignifica o homem colocando-o em níveis mentais, morais, sentimentais e vibracionais mais avançados e sutis, ao passo que não perdoando o mantém ferrado ao próprio desafeto, envolvendo-se em simbiose de vibrações destruidoras, densas e pestilentas, ancorando-o nessa faixa fluídica inferior.

3) Se vosso irmão pecou contra vós, ide lhe exibir sua falta em particular, entre vós e ele; se ele vos escutar, tereis ganho vosso irmão. Então Pedro se aproximando, lhe disse: - Senhor, quantas vezes perdoarei meu irmão quando ele houver pecado conta mim? Será até sete vezes? Jesus lhe respondeu: - Eu não digo até sete vezes mas até setenta vezes sete.

Nessa passagem narrada por Marcos Jesus recomenda o diálogo como importante meio de resolver esse angustiante problema. Normalmente quando alguém ofende ou fere outro, o faz por certo antagonismo em que de uma ou outra sorte ambos estão envolvidos. Se o ofendido em vez de revidar tenta dialogar com seu ofensor buscando entendimento, certamente dá um passo importante para a regularização da pendência encerrando o litígio ali mesmo, pois sabemos que a inexistência do perdão tem feito grandes inimizades, quando famílias inteiras ou mesmo países ou reinos se colocam em processos beligerantes intermináveis, pois às vezes essas "diferenças" chegam a perpetuar-se através das gerações com prejuízos inevitáveis a filhos ou netos dos protagonistas. Jesus na verdade não nos impunha condições sentenciosas, mas nos alertava para os perigos decorrentes de nossos próprios deslizes, e ensinava como deveríamos portar-nos para vencermos as naturais dificuldades impostas pela Vida para enobrecer o nosso aprendizado. A misericórdia, por si só é uma das mais importantes conquistas do espírito infantil na infinita escalada rumo à eternidade...                                                   Continua na próxima 

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