Ressignificando nosso papel no planeta azul
Atualizado dia 9/14/2022 5:33:15 PM em Espiritualidadepor Íris Regina Fernandes Poffo
Não somos atores da Globo, mas somos atores do Globo, costumo dizer. Assim, a cada reencarnação atuamos como vilões, vítimas, heróis e heroínas; como brasileiros, europeus, africanos ou asiáticos, como católicos, judeus, hindus, espíritas, evangélicos, ricos ou pobres, brancos, negros, amarelos ou índios. Acredite, se quiser.
Lovelock (2006), o cientista que desenvolveu a teoria de Gaia, visualizou a Terra como um "gigantesco ser vivo", nos convidando a refletir sobre como o planeta vem adoecendo, por múltiplos fatores estressantes, no seu livro: "Gaia, a cura para um planeta doente". Por exemplo: desflorestamento, aterramento de pântanos e manguezais, ilimitadas explorações de minerais, alterações irracionais dos cursos de água, poluições diversas das águas, solo e subsolo etc.
Lovelock (2006) afirma que nosso pensamento ainda é profundamente centrado no ser humano (antropocentrismo, egocentrismo), "baseado em vantagens egoístas a curto prazo". Ele propõe que "aprendamos a viver bem com a Terra, enquanto partes dela", administrando primeiramente a nós mesmos".
Estamos no Planeta Terra há milhões de anos. Apesar de estarmos reencarnados no século XXI, já repararam que inúmeras pessoas vivenciam ideias e comportamentos bitolados, típicos de quando estavam na idade medieval?
Evoluímos muito tecnologicamente, mas por que nossa consciência ambiental se desenvolveu tão pouco? Por que a maioria dos governantes e empresários têm o ego tão inflado? Complexo de superioridade? Ignoram que na roda da vida, às vezes você está lá em cima, outras, lá embaixo? Então, o rico e poderoso poderá ser, na próxima vez, o pobre humilhado.
O filósofo, espiritualista hindu, Krishnamurti (1991), conforme consta do livro Sobre a Natureza e o Meio Ambiente, nos disse: "jamais encaramos o mundo como um todo, porque somos fragmentados. E para desenvolvermos esse sentimento de totalidade, é preciso compreender que o mar, a terra, o céu, a natureza, o universo fazem parte de nós.
Ailton Krenak, filósofo, liderança entre os povos indígenas brasileiros, no livro: Ideias para adiar o fim do mundo (2019, p. 8), nos provoca indagando: Como justificar que somos uma humanidade, se mais de 70% está totalmente alienada do mínimo exercício de ser? [...] Fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza.
Mestre Ramatis nos trouxe uma frase para grande reflexão: "se houvesse um mínimo de ecologia consciencial, haveria mais equilíbrio no ecossistema mental e, consequentemente, mais equilíbrio na ecologia do planeta", conforme consta do livro: Viagem Espiritual - vol. 1 de Wagner Borges, 1993.
Então, será que as altas temperaturas dos últimos anos, indicariam febre alta de Gaia, devido ao adoecimento dos rios, mares e oceanos? Seria devido à cabeça quente e estressada de tanta gente desequilibrada, emocional, psíquica e espiritualmente. Ou ambos?
Buda, Jesus e outros mestres que vieram após eles, como Francisco e Clara de Assis, Gandhi e Irmã Dulce, nos ensinaram sobre a importância das virtudes da humildade, do altruísmo, da benevolência para vivermos um mundo melhor. Avaliemos: quantas vezes escutamos estes ensinamentos nas outras vidas que aqui estivemos? Está mais que na hora de sermos bons alunos na escola da vida!
Entender, inclusive, que prevenir é melhor que remediar e investir mais em prevenção, conscientização sobre riscos naturais e tecnológicos, para minimizar os danos em caso de enchentes, deslizamentos de terra, queimadas, poluição por óleo e produtos químicos, entre outras catástrofes socioambientais. É importante afirmarmos que amamos a natureza, os animais, as florestas, e assim, atuar como defensores do meio ambiente. Porém, que isto não seja apenas um dia, uma semana, que seja uma constância diária.
Constância, no livro ancestral chinês, I Ching, significa perseverança e vontade. "Representa a ação duradoura que se inicia com a força da vontade de quem estabelece sua meta, e usa a sua perseverança na busca desse objetivo" (CHERNG, 2015). Este é o segredo dos imortais, seguir o caminho do equilíbrio, integrando-se às energias do Céu e da Terra. Um mundo melhor começa dentro de cada um de nós. Vamos então melhorar nossa maneira de pensar, de ser e de agir. Sejamos instrumentos do bem!
* Dia 5 de junho de 2022, dia mundial do meio ambiente, comemorado desde 1972.
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Conteúdo desenvolvido por: Íris Regina Fernandes Poffo Bióloga, espiritualista, terapeuta holística e escritora. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |