Sangrando Ouro (dar sentido às perdas)
Atualizado dia 4/19/2013 3:33:41 PM em Espiritualidadepor Marilene Pitta
O caminhar terapêutico tem uma fatia de vida que se ilumina a cada atendimento. A pessoa vem aflita e numa expectativa do “dar certo” que é um portal das infinitas possibilidades: pode dar certo ou pode não dar certo. Pode avançar. Pode recuar. Pode ganhar. Pode perder. Porém, há um ganho: a presença da consciência trazendo esperança, mas sem ilusões!
A ilusão é a marca daquilo que deixamos de contemplar, registrar, apontar, sentir, perceber nos detalhes. O cotidiano vai tomando conta, engolindo como um dragão feroz desnutrindo a relação da alma, do coração. E, consequentemente, o relacionamento vai se esgotando como uma mancha que não incomoda, um mofo acumulado, um cheiro discreto, porém, estraga e muito. Indo.
Interessante que os sinais da relação quando está quase findando aponta pontos como uma sombra ameaçadora que se faz personificar na vida contemporânea de forma elegante “para ninguém ver”... São as máscaras sociais, usam-se os artifícios, as manobras, os olhares, a displicência. Algo como não estou vendo e nem prestando atenção. Já notaram muitos casais na mesa e o tablet ou o toque do celular (é quase alma gêmea das pessoas). Ficam absortos no facebock, nas postagens, nos diálogos e o outro, a relação viva se esgota! O mundo virtual torna-se encantador. A presença fica ausente. Um simulacro.
O olhar displicente para uma relação de amor que está em crise cria sintomas: ah! Esqueci... Não deu para ligar... A viagem foi de última hora... Silêncio. Mentiras. Farsas. Falas murmurantes e monossilábicas.
Sangrar em ouro é uma expressão que encontrei para quando a separação dói tanto que nem o choro acalma o coração, a mente, o corpo. Tudo dói! Só que a pessoa sabe que esse doer é silencioso. O outro já saiu e já se perdeu. Está noutra paisagem da vida.
Dar sentido às perdas tem a ver com esse conteúdo do deixar ir... Complicado! Desafiador! Exatamente por causa do apego, do hábito, do costume, daquele horário marcado, daquele programa de domingo, dos amigos, das viagens... Fica tudo tão amarrado que soltar dá muito trabalho. Uma pipa linda e bela chama atenção porque o vento leva na leveza do movimento; assim são também os relacionamentos. Eles se vão, mas ficam presos num fio de cobre e não arrebentam! É preciso coragem para chegar ao fundo do poço e enxergar que não dá mais... É preciso abrir mão do cotidiano e ir em busca da sua própria realidade. Vejo muito e testemunho que a pessoa não sabe caminhar nos seus passos e compassos. Não tem bússola. Não tem sonhos. Não tem direção. O olhar não vê as estrelas. Não contempla o mar. Tudo se perde. Tudo se dilui.
Há outro lado da história: quando se pega na espada e faz um bom combate. Nesse caso, a fera não foi domesticada. É felina, arrisca, tem brilho e vai em frente... Machucada nas mãos faz com os pés os fios para tecer outra trança, outra andança, outro ritmo, outro movimento. E o tempo, esse companheiro belo e formoso passa lento e suave. Vai sarando. Vai enxugando o pranto. Abre o baú das lembranças e vê que apesar de tudo valeu a pena tem uma história para contar, para registrar, para declarar a vida cheia de vigor e plenitude.
Nesse momento da história, pode-se reescrever e ressignificar a história vivida (olha a Psicanálise chegando)! Agora, tudo muda quando a pessoa adquire a sua espada de luz, o seu manto sagrado o seu poder pessoal. Aí, é outra coisa: presença de uma guerreira iluminada que sabe quem é e quem caminha junto dando força e apontando a estrada mística do bem viver. Nesse momento, é hora de um ritual Xamânico de fogo, água, terra ou ar. Não importa, o éter faz a sinergia.
Honrando o momento vivido, pode-se escrever uma carta de amor. Tudo isso fluiu por causa do show da Maria Bethania “Carta de Amor”.
Não tem jeito, até no show o terapeuta fica junto observando e sorvendo a beleza da transmutação: sagrar ouro (dar sentido às perdas) é isso: poder escrever cartas de amor, de perdas, de dor, de alegria, de santo, de som, de céu, de mar, e ainda por cima nadar com as sereias.
Quem perde... Quem ganha...
Não sei. Jogue os dados. Quem sabe. Dá vermelho 27.
Grata, Maria Bethania, herdeira de Canô.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 7
Formada em Registros Akáschicos;Alinhamento Energético;Terapia Floral;Formação Holística de Base (UNIPAZ) com Pós Graduação em Terapias Holísticas;Mestrado em Educação e Desenvolvimento Humano. Consultas em Roda Xamânicas. Animal Poder.Atendimento com Conexão com o Povo das Estrelas (Arcturianos e Pleidianos). Atendimento á Distância e Presencial. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |