Seqüestro da Subjetividade
Atualizado dia 28/02/2011 15:03:23 em Espiritualidadepor Marcos Spagnuolo Souza
O "arquétipo ideal" e o "arquétipo diabólico" são formas de linguagem, o "arquétipo ideal" é tudo que estabelece alguma forma de compreensão sobre o ser humano reunindo-lhe todas as perfeições concebíveis e o "arquétipo diabólico" é tudo que corta caminho e favorece a perda de rumo em relação a uma imagem idealística de pessoa. Toda e qualquer forma de arquétipo diabólico implica no seqüestro da subjetividade, nas rupturas dolorosas e esquecimento dos valores. Os seqüestrados sofrem nos cativeiros dos apegos aos bens materiais, nas dependências dos vícios, nos campos das autoridades arbitrárias, e das violências veladas. Os seqüestrados não trazem correntes nos pés nem nas mãos, as correntes estão nas almas onde os olhos acostumados à objetividade não chegam. Os seqüestrados foram abduzidos pelo "arquétipo diabólico" não possuindo coerência nos seus pensamentos e não possuem consciência das perturbações mentais que sofrem.
Os seqüestros ou abduzidos pelo diabólico não oferecem pontes, não dão as mãos, ao contrário, cortam as comunicações, impedem as travessias e superações, fazem discursos idealísticos e suas ações são animalescas. Os seqüestrados continuam sendo bárbaros, egoístas, insensatos, horríveis animais que exploram sem piedade os outros seres humanos e cultivam o absoluto luxo.
Os abduzidos vivem o eterno carnaval, no entanto, seus corações são cortados pela solidão, tristeza, infelicidade e quanto maior é a busca para preencher o vazio interior maior é o mergulho na noite demoníaca. Sem ter consciência de suas situações eles estão cometendo um vagaroso suicídio, empurrando a adaga lentamente em suas almas, morrendo aos poucos, entrando vagarosamente no negrume da inconsciência, principalmente quando confundem o ritual com o próprio caminhar.
O existir no mundo implica duas escolhas, ou vivemos para simbolizar o "arquétipo ideal" ou passamos pela vida representando o diabólico gritando o que todos gritam. Devemos ter consciência que seremos mais humanos quanto maior for nossa aproximação do "arquétipo ideal" e seremos cada vez mais animais quanto maior for nossa entropia com o diabólico.
O "arquétipo ideal" intui as pessoas a serem livres e liberdade é manifestar o seu próprio querer sem ser determinado pelo querer do outro; liberdade de romper imposições e eliminar obstáculos. Liberdade é o ato de libertar-se do trabalho cansativo e estressante, libertar-se das superstições e dos dogmas. Liberdade é libertar-se dos privilégios econômicos e dos restritos círculos dos donos do poder e acima de tudo, liberdade é amar Deus do seu próprio jeito, conforme sua própria aptidão.
Vivenciar o "arquétipo ideal" é ter consciência que existem muitos cativeiros a serem abertos e muitas prisões a serem quebradas em nosso próprio interior e saber sempre que quando perdemos o acesso a fonte divina, nós ficamos estéreis, desprovidos de interesse e passamos a ser instrumentos eficazes do diabólico.
Texto revisado
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