Ser feliz, você já tentou?
Atualizado dia 05/05/2010 15:31:35 em Espiritualidadepor Nelson Sganzerla
É fato que, desde os primórdios, os povos lutam por sua sobrevivência e contra a sobrepujança dos poderosos. Foi assim com a maioria dos impérios, “povo sempre foi povo” e assim é sempre tratado como tal pelo poder que ora se traveste de lobo, ora de cordeiro, mas sem nunca perder o vício.
Muito bem. Dito isso, acredito que seja bastante difícil a nós, mortais, tentarmos mudar a infelicidade do mundo, quando se trata do “macro”, quando se trata de culturas fundamentalistas, xiitas radicais e por que não dizer, às vezes até idiotas, com todo respeito a todas elas.
O ponto mais uma vez é: o que fazemos nós com a nossa vida? Com o nosso dia-a-dia, com as fotos que tiramos da nossa vida e armazenamos no HD do nosso computador, com as manchetes que procuramos divulgar dos valores que temos em nosso pequeno mundo em relação ao “macro“.
O mundo do nosso trabalho, da nossa família, dos nossos amigos, das pessoas com quem interagimos a todo momento, seja na rua, em nosso trânsito louco, no restaurante onde almoçamos todos os dias, muitas vezes apressados, preocupados com relatórios por fazer, propostas para fechar e reuniões para organizar.
O que fazemos com a nossa felicidade que tanto buscamos, se corremos atrás do vento e não percebemos, que estamos deixando de lado o foco daquilo que mais queremos que é ser feliz. Fazemos tudo automaticamente, dirigimos automaticamente, pensamos automaticamente, agimos automaticamente, a ponto de não valorizar o outro.
Certa vez, marquei uma reunião com uma pessoa bastante próxima a mim e ela me disse:
- Podemos falar somente por meia hora, ok? Das 10h às 10h30min, pois não tenho mais tempo. Naquele momento, ela me disse na entrelinha que iria me atender simplesmente por um simples favor. Imaginei: se sou próximo a essa pessoa e assim sou tratado, imagine se não fosse.
Percebem que nos tornamos superficiais em nossas relações, seja no trabalho, em nossas reuniões sociais e até em casa com nossos filhos? Não temos tempo para pessoas próximas a nós.
A cultura de massa não permite que tenhamos tempo, nossas conversas não têm mais consistência, discutimos programas de televisão absurdos, defendemos tese no futebol, a última capa da revista masculina... somos até juízes. É tudo tão superficial que nos esquecemos de falar de vida, de sentimento, de atitudes em direção à felicidade. Nossas vidas giram em torno da moda, em torno da viagem do momento (afinal, todos estão indo para tal lugar) está muito barato fazer um cruzeiro que pagamos para nos sentirmos mal em alto-mar, afinal, dizem que é chique e poderemos contar na roda social e artificial, no Buffet da moda onde comemoramos o aniversário do nosso filho.
Nas baladas, as casas noturnas repletas de pessoas iguais, rostos e corpos deformados artificialmente como se fossem flores artificiais em vasos de plástico.
Sim, algumas mulheres estão parecendo flores artificiais em um vaso de plástico, na tentativa de serem felizes, na tentativa inútil da busca da felicidade.
A felicidade está no simples, está na conversa ao redor da mesa com os amigos, sem a comparação daquilo que um tem e o outro não, amigos se parabenizam, ficam felizes com o crescimento do outro. Na verdadeira amizade, não tem lugar para a inveja, tudo deveria ser muito simples, mas as amizades são cultivadas de acordo com o que o outro pode nos oferecer.
O simples é o chique, o simples é a felicidade. O chique não é ostentar uma casa bonita e bem arrumada, mas vazia de vida, sem a companhia dos reais amigos para desarrumá-la e achar que se é feliz se empanturrando de comida em um sofá de grife.
Quanto a seu filho? Será que você já tentou levá-lo a um parque ao ar livre ao invés de acotovelar-se em um shopping? Mostrou a ele uma uma tartaruga, um coelho ou até uma galinha, ou deu a ele o último game da moda? O tênis igual ao do amiguinho da escola? Dessa maneira você estará criando o seu algoz.
Não somos felizes simplesmente porque não tentamos, vivemos presos àquilo que achamos que é o certo, àquilo que todos fazem, nossos valores são superficiais, porque pensamos e agimos de acordo com essa cultura massificada das telonas em cada uma das casas, dos games, do tratamento superficial com que tratamos a todos que convivem conosco.
Enquanto esse nosso pequeno mundo ao nosso redor não tiver a nossa consciência de mudança, não poderemos jamais reclamar e dizer que o mundo anda uma droga e que está complicado de se viver. Este mundo que está aí é feito por pessoas tão egoístas como nós. Este mundo que está aí, eu diria que é simplesmente o nosso espelho.
Pense nisso.
Texto revisado
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