SOB O COMANDO DA PAZ
Atualizado dia 7/20/2010 9:19:23 PM em Espiritualidadepor Oliveira Fidelis Filho
O desejo do árbitro Howard Webb, escolhido pela FIFA para apitar a final da Copa do Mundo de 2010, entre Holanda e Espanha, em Joanesburgo, era que a partida não apresentasse lances polêmicos, que sua atuação fosse discreta. Para o juiz inglês, apenas os jogadores deveriam brilhar. Em entrevista disse: "Espero que não haja nenhuma polêmica. Se houver, não vou conseguir dormir mais à noite".
No jogo da vida comumente julgamos e somos julgados, orientados por regras externas, por leis que se fazem necessárias pela ausência da Lei do Amor.
Nem sempre atentamos para a orientação do Mestre Jesus quando disse: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também". Via de regra, a vida funciona como um espaço cheio de espelhos a refletir nossas crenças e pensamentos, ou seja, vemos o que projetamos. Julgamos a partir dos critérios que possuímos ou que nos possuem. Perceber este fato é um importante passo para quem ainda não aprendeu a enxergar a si próprio, a partir do próprio coração.
Conscientemente ou não, colhemos o que semeamos; toda colheita é fruto da semeadura. Somos feitos de nossos pensamentos, produtos de nossas escolhas e, portanto, temos o que merecemos. Somos 100% responsáveis pelo resultado do jogo que jogamos.
Assim sendo, urge agir consciente e objetivamente, povoar a mente de pensamentos iluminados e criadores, pois o inconsciente executa, sem juízo de valor, os comandos dados e é poderoso para fazer surgir realidades pensadas.
Gerenciar os pensamentos e, se necessário, renová-los a partir da energia da Luz e da Lei do Amor, é imperativo para colher fruto bom, agradável e perfeito.
Para o jogo da vida, travado dentro e fora de nós, existe apenas uma Lei da qual depende a validade e a beleza de cada jogada. À lei do Amor, todos os lances, atos e comportamentos são inexoravelmente submetidos, validados ou invalidados.
Sob a Luz da Lei do Amor a vida floresce e frutifica. Movidos pelo amor, seguimos por caminhos aplanados, deslocamo-nos com desembaraço, leveza e suavidade. Alimentados pela energia do Amor, expandimos a essência divina que nos habita, passamos a ser atraídos pela gravidade ascensional na direção da Perfeição.
Ser conduzidos por esta Lei resulta em plenitude de vida em nível individual, social e planetário.
Para determinar se estamos jogando o jogo da vida sob a Lei do Amor, contamos com a infalível competência do Árbitro chamado Paz que apita, ou arbitra, a partir do coração. Até mesmo o livre arbítrio não escapa ao campo de ação, ao julgamento deste árbitro. O som de seu apito, ou o resultado de seu arbítrio, chega aos ouvidos da alma por meios de sentimentos de alegria ou de tristeza, de harmonia ou descompensação, de consciência tranqüila ou intranqüila, de sensação de relaxamento ou de tensão, de bem estar ou mal estar.
Quando jogamos o jogo da vida, sob a Lei do Amor, o árbitro chamado Paz libera uma sensação de leveza, de doçura, de harmonia. Os pensamentos se aquietam, os argumentos descansam e não há necessidade de explicar, justificar; o coração se expande.
Aprender a ouvir o apito deste árbitro interno, perceber suas expressões, abre caminho rumo à Sabedoria. Para tanto, é necessário aprender a silenciar a mente, livrar-se da pressão dos pensamentos. A prática do silêncio, da meditação e da oração, torna-nos aptos a reconhecer o comando deste imprescindível juiz, capaz de conduzir-nos da mente para o coração, da aparência para a essência, do corpo para a alma, e erguer-nos na direção de Deus.
Quando o árbitro chamado Paz nos deixa em paz é prova de que estamos alinhados à Lei do Amor, à Lei Cósmica, ao Criador. Significa que o jogo está correndo solto, com belos lances de bondade, de solidariedade, de perdão, de compaixão, de misericórdia, de acolhimento, o que proporciona alegria a qualquer expectador, sobretudo ao jogador do jogo da vida.
Quando houver um lance polêmico, com muita manifestação dos pensamentos, busque em silêncio ouvir o coração. À medida que nos deixarmos comandar pelo árbitro chamado Paz, mais profundamente conheceremos a Lei do Amor.
A melhor comprovação de que no jogo da vida jogamos corretamente é a paz interior e, quando ela existe, quase nada precisa ser provado.
O Rei e Poeta Davi ao dizer "Em paz me deito e logo pego no sono." mostra que a Paz é, também, um excelente sonífero!
Portanto, atentemos ao conselho de São Paulo e permitamos que a Paz de Cristo, a Paz Crística, seja o árbitro em nossos corações.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 12
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |