Sou contra a redução da maioridade penal: penso como Hillary Clinton
Atualizado dia 10/05/2013 08:33:27 em Espiritualidadepor Regina Ramos
Nesse livro, ela tem a coragem de falar sobre as ações assertivas em relação aos cuidados com as crianças e adolescentes pelas suas famílias e políticas públicas, assim como de tudo o que a sociedade americana não faz no que diz respeito a eles, isto é, às crianças e aos adolescentes, e como esses descuidos e negligências podem torná-los cheios de frustrações e raiva, levando-os à criminalidade.
“Onde quer que olhemos, há crianças sendo assaltadas: pela violência e negligência, pela destruição de lares, pelas tentações do álcool, fumo, sexo e drogas, e pelo quadro de ganância, materialismo e vazio espiritual. Cada um de nós tem um papel na vida de toda criança: é tarefa de uma aldeia educar uma criança”.
Nós, sociedade brasileira, falhamos como aldeia! Nós não cuidamos de nossas crianças e adolescentes: nós todos, não somente os políticos, o governo. Nós somos a aldeia e estamos pensando em encobrir nossas falhas com redução da maioridade penal. Esta é a realidade.
Hillary teve pais amorosos e protetores; desde criança ouvia de seu pai: “Quando trabalhar, trabalhe duro; quando brincar, brinque muito e não misture as duas coisas”. E assim ela chegou onde chegou!
Seu marido Bill Clinton, porém, perdeu o pai antes mesmo de nascer, mas recebeu todos os cuidados e amor de seus avós maternos. No entanto, quando tinha 4 anos, sua mãe se casou de novo e sua vida mudou drasticamente porque seu padrasto era alcoólatra e quando bebia era violento e mau. Todavia, Bill recebia apoio e cuidados da aldeia! Sua mãe era enfermeira e os médicos com os quais ela trabalhava se interessavam por ele e lhe davam bons conselhos e, como diz Hillary: “Os professores e maestros com quem estudou incentivaram seus talentos acadêmicos e musicais. Ele recebeu “valores de família”. Da aldeia.
“Haja o que houver, a família e o ambiente que nos cerca são o pano de fundo contra o qual vivemos toda vida. A família forma o nosso futuro; nossas primeiras experiências em família influenciam fortemente, e até certo ponto determinam como vamos pensar e agir durante o resto da vida. Ao mesmo tempo nossa vida é formada pelas forças que atuam na sociedade e pela aldeia – seja ela um subúrbio ou um gueto – onde a família vive”.
Será que esses jovens infratores brasileiros moram em locais salubres, com saneamento básico, com sistema educacional e de saúde que lhes garantam a dignidade humana? Será que recebem bons exemplos, apoio e bons conselhos da família, ou pelo menos da aldeia? Será que nós, aldeia, lhes demos tudo e eles são na verdade ruins e violentos de nascença? Se for isso, então cadeia para eles, e por muitos anos, para que possamos viver em paz e seguros, pois afinal, não são crias nossas.
Texto revisado
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Professora de Português, Francês, História da Educação e Filosofia da Educação. Orientadora Educacional e Consultora Pedagógica. Palestrante. Taróloga. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |