UMA VISÃO SOBRE O KARMA - PARTE 1
Atualizado dia 3/9/2009 1:51:05 PM em Espiritualidadepor Marcio Isael(ZAYASH)
O propósito do homem não é gozar, mas sim conhecer. A felicidade, assim como as outras coisas passageiras, têm o seu fim. É um erro supor que estamos aqui para gozar ou fazer da vida uma incessante busca de prazer. O motivo da miséria e infelicidade do homem está no fato dele achar que a meta da vida é gozar os prazeres do mundo. Depois começa a compreender que tanto o prazer, como a dor, são os seus mestres. Se não aprender pelo bem, aprende pelo mal.
O desfilar do prazer e da dor ante sua alma lhe sulca diferentes traços, e estas impressões combinadas formam o seu caráter. Se considerarmos o caráter de um homem, notaremos que ele nada mais é do que um agregado de suas tendências (no Budismo, estas tendências são conhecidas como Skhandas), a soma das inclinações de sua mente e veremos que a desgraça e a infelicidade são fatores equivalentes na formação de seu caráter.
Em seus efeitos sobre o caráter, o Karma é o poder maior que o homem tem que enfrentar. O homem é um centro que atrai para si todos os poderes do Universo e, uma vez reunidos, os emite novamente numa poderosa corrente. Este centro é o homem real, o onipotente, o onisciente, e atrai a si todo Universo. Bem e mal, felicidade e miséria, tudo corre para ele e se reúne ao seu redor, modelando a poderosa corrente das tendências que formam o seu próprio caráter e as atira para o exterior. Assim como tem o poder de atrair, também tem de emitir.
Somos responsáveis pelo que somos e podemos nos converter naquilo que gostaríamos de ser. O que somos agora é resultante de nossas boas ou más ações passadas. Devemos atuar bem no presente, a fim de modelar bons resultados para o futuro que está por vir. Entretanto, não devemos nos apegar a idéias de futuro e passado, pois o agir correto é uma coisa que deve ser praticada independentemente do tempo psicológico. Direis: "Qual é a utilidade de aprender a atuar? Cada qual faz como quer?" Porém, não devemos desperdiçar nossas energias.
Falando sobre Karma, o Bhagavad Gita diz que devemos executar o trabalho ou qualquer outra ação (que não deixa de ser trabalho) sem identificação, sem apego, pois no momento em que nos apegamos a algo qualquer, criamos uma dependência psicológica e, para desatar o laço desse apego, temos duas possibilidades: a reta compreensão ou a dor.
A ação nada mais é do que a exteriorização do poder da mente, que já existia nela. O poder está dentro de cada homem, da mesma forma que o conhecimento. As ações são golpes que o despertam e fazem-no surgir.
Existe Karma porque o homem necessita de experiências, de estímulos externos e internos a fim de aprender com os resultados desses estímulos. O homem se move por vários motivos; não pode haver ação sem um motivo aparente ou que a determine.
Algumas pessoas desejam ser famosas e trabalham para isto. Outras ambicionam dinheiro e lutam por ele. Outras buscam o poder e se esforçam por alcançá-lo. Há as que desejam o céu e tentam alcançá-lo. Há as que querem imortalizar o seu nome. Há também aquelas que desejam ir para a guerra a fim de honrar o nome de sua pátria ou ainda simplesmente pelo “prazer” de lutar e saciar um instinto belicoso e vil. Independente da diferença de todos estes desejos, desde o mais refinado ao mais grosseiro, sempre há o querer e, enquanto houver o querer, haverá Karma, bom ou ruim, pois do ponto de vista factual, ambos são condicionantes se motivados por algum interesse pessoal. Mas, é justamente a ação do desejo que determina os resultados dos quais o homem deverá corrigir seus erros e gozar dos acertos. Com o tempo, conforme a Alma ascende a patamares mais elevados de consciência, ele começa agir de acordo com a sua função no mundo e visando o bem geral. A partir desse momento, ele começa e sublimar o Karma em Dharma(Dever).
Na Ciência Esotérica, sabemos que a constituição do homem é dual, ou seja, existem dois princípios maiores que o constituem. Esses dois princípios são conhecidos no Esoterismo Cristão como Logos e Lúcifer. Lúcifer significa "O Portador da Luz", ou a porção do Cristo (Logos) moldada para trabalhar nos planos de evolução inferiores (infernos). Esse princípio luciférico é constituído por quatro corpos: vital, astral (corpo de desejos), mental ou corpo do intelecto (mente concreta) e, naturalmente o corpo físico, que é o mais grosseiro de todos. O Cristo ou Eu Superior é constituído pelos princípios Causal (Mente Abstrata), Búdico (Intuição) e Átmico (Espírito). Lúcifer foi elaborado pelo Cristo como um fragmento de sua potente luz no mundo inferior, já que os princípios superiores são sutis demais para atuarem diretamente aqui no mundo fenomenal. Lúcifer é a personalidade, a máscara que a Alma usa para processar os estímulos externos. Todavia, quando Lúcifer se identifica por demasia com as experiências exteriores tende a achar-se separado do Cristo; a serpente do intelecto lhe oferece todos os prazeres terrenos. Aí o desejo se torna o carro chefe da vida e o livre-arbítrio é focado unicamente para a acumulação, para o ter, para o meu.
Assim é o homem nos estágios iniciais e intermediários do seu desenvolvimento: ter, possuir, acumular. Trabalha no plano horizontal, circular, pois o fogo da razão ainda não está forte o suficiente para aquecer as águas do desejo egoístico para vaporiza-las em aspiração espiritual. O homem luciférico gerar karma compulsoriamente. É ele que gera conflitos consigo e com seu ambiente por ignorar a realidade espiritual. No livro "A Chaves da Teosofia" de Madame Helena P. Blavatsky, está escrito pela pena da autora, que o karma “é uma lei cega e natural da natureza dando a todos tudo o que lhe diz respeito nas devidas proporções, nem demais e nem de menos". Logo, podemos entender, em parte, o porque de tanto sofrimento e de tanta agonia, pois vive o homem enaltecendo tudo que lhe proporcione prazer, não lhe interessando as consequências de tal ganância.
O homem, como sabemos, vive em três mundos: O físico, o emocional e o mental, e é colocado em contato com cada um desses mundos através de um corpo fornecido por esse tipo de matéria. Ele atua em cada um desses planos por meio de um corpo apropriado. Portanto, ele cria resultados em cada um desses corpos, de acordo com as respectivas leis e poderes, e todos eles estão dentro dos limites da Lei do karma que tudo abrange. Durante a vida diária, quando acordado, o homem cria karma, isto é, resultados nos três mundos, que chega pela ação, pelo desejo e pelo pensamento. Quando o seu corpo físico está adormecido, o homem está criando carma em dois mundos: o emocional e o mental. A quantidade de Carma então criado por ele, depende muito do seu estágio evolutivo.
Texto revisado por: Cris
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