UMA VISÃO SOBRE O KARMA - PARTE 3
Atualizado dia 3/9/2009 6:29:02 PM em Espiritualidadepor Marcio Isael(ZAYASH)
As relações familiares são relações Kármicas, sejam boas ou ruins. O pai que maltratou o filho espancando-o por ele não querer seguir as aspirações paternas, poderá, nessa mesma vida, sofrer do ódio que seu filho gerou e, ainda, voltar na próxima vida como filho daquele a quem ele maltratou. Isso não passa de uma reação mecânica, inerente a vida, verificável em toda natureza, mas dotada de um valor educacional ainda incompreendido por muitos e ignorado pela maioria.
A Lei do Karma obedece a uma matemática absolutamente exata. Os diversos membros de uma família e de uma nação estão a cumprir seus deveres diante da grande Lei. Tudo o que foi posto em atividade de forma maléfica ou benéfica, terá a sua compensação. Nada é dado a mais ou a menos, senão de acordo com o débito, podendo o devedor, caso tenha dinheiro suficiente(ou seja, consciência e vontade), pagar a dívida em grandes parcelas; caso contrário terá que parcelar o seu saldo devedor por um crediário de longa duração. A analogia, apesar de grosseira, é eficiente para o intelecto visualizar o processo.
Os hindus classificam o Karma em três modalidades que agem de forma recursiva. Essa divisão nos ajuda a compreender como atua essa Lei. Primeiramente temos o "Sanshita Karma", que é o karma acumulado de vida em vida; temos o "Prarabhda Karma" que é a porção do karma acumulado, que "despenca" numa determinada fase da vida de um indivíduo a fim de quitar as prestações assumidas antes da descida. Podemos dizer que o Karma Prarabhda se manifesta mediante determinadas conjunções astrológicas que propiciam a precipitação de energias acumuladas, formando assim, um link energético propício à atuação da Lei Kármica. Por fim, temos o "Kryamana Karma" ou as ações que geramos a todo o momento em qualquer um dos três planos imediatos ao ego.
Quanto mais evoluído é o homem maior é a sua capacidade de modificar seu destino, pois não é movido pelo desejo egoístico e nem pelas pulsões básicas de sobrevivência. Ele age pela Vontade Espiritual, podendo por novas energias em atividade a fim de transcender as velhas, saindo assim do plano horizontal/determinista para o vertical/versátil. É relativamente fácil para um clarividente predizer com segurança qual é o destino do homem comum, pois sua vida é tão linear e condicional que dificilmente conseguirá modificar suas ações. Ele não cria,copia.
O homem no caminho ascendente já não se identifica com as vibrações densas que trepida a matéria dos corpos do homem comum, pois na medida que o homem evolui, ele percebe que apenas os valores do Espírito são realmente verdadeiros, compreendendo que o corpo físico é apenas um veículo para que o Eu Real ponha em atividade suas potencialidades criadoras e co-criadoras em Deus. O homem que já não encontra resposta nos objetivos e valores correntes na sociedade, que faz do gozo egoísta o único objetivo da vida, começa a entrar no processo de auto-inquirimento,passa a reavaliar(e isso gera as famosas crises de transformação) todos os seus conceitos de vida e os conceitos coletivos que regulam a massa.
O Iniciado (uma condição que o Eu conquista nos planos internos) tende a esgotar seu Karma mais rapidamente, já que a intensidade da sua consciência Interna é maior no ego externo. Ele possui uma síntese que se expressa como um discernimento aguçado e causal, capaz de distinguir o real do ilusório imediatamente; a partir dessa discriminação, ele segue o caminho da verdade sem se opor ao que é ilusório. Todavia, grandes dificuldades são enfrentadas pelo Iniciado, sendo para ele difícil conciliar o seu ponto de vista universalista com a maneira de viver territorial do homem comum. Além disso, ele enfrentará uma verdadeira guerra entre o seu ego mundano e o seu Eu Divino, pois é necessário que haja a transmutação dos agregados inferiores para que a sua mente possa agir livre da gravidade exercida pela forma e com maior disposição para lidar com o ego coletivo, esse sim, um poderoso obstáculo que se volta contra àqueles que se libertam da sua teia e que podem inspirar a libertação de outros. Tudo o que foi sedimentado no subconsciente ao longo de vidas surge diante do Iniciado como uma grande tentação, apelando para os milhares de anos de experiência acumulada no plano telúrico. O episódio da tentação no deserto serve para ilustrar o que foi dito: deve o Iniciado fazer do seu ego mundano um servidor do Eu, um eficiente instrumento para que o Cristo Interno se manifestar na forma para “QUE O VERBO SE FAÇA CARNE”.
Sabemos que quando a humanidade atingir uma condição consciêncial superior, afinada com a Hierarquia Espiritual Planetária, a Lei do karma não mais existirá como agora, pois ela dará espaço para a "Lei de Ciclos", uma Lei que regula todas as formas de vida para que cumpram as funções designadas para um determinado ciclo evolutivo, ou melhor, em conformidade com a IDÉIA DIVINA a ser precipitada. Na Lei do ciclos, o Livre Arbítrio é vivido na suia mais perfeita essencia: ser livre para cumprir o plano maior e está aberto para aceitar o que surge do infinito.
A função original das Religiões era instruir a humanidade quanto à existência da Lei do karma, mas não pela culpa e pela vergonha, mas antes, pela compreensão e pelo aprimoramento pessoal, pelo serviço e pela cooperação com todas as ordens de ida mediante a conscientização de que vivemos e nos movemos dentro de uma grande vida. E que a essa vida maior devemos devotar cada ação como um ofício sagrado(sacrofício, decaído em sacrifício).
Parte 2
Texto revisado por: Cris
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