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A Arte do Encontro - Regina Ramos

Atualizado dia 16/08/2011 17:06:20 em Psicologia
por Regina Ramos


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O eminente teólogo, filósofo e educador espanhol Alfonso López Quintás, fundador da Escuela de Pensamiento y Creativid, fala-nos do estarrecimento provocado nas pessoas quando ocorreu a 1ª Grande Guerra, já na Idade Moderna, pois se acreditava que o desenvolvimento científico produziria também um novo homem e sendo a 2ª Grande Guerra mais monstruosa do que a 1ª, a perplexidade foi ainda maior.

Ora, Quintás nos pergunta que homem é este, tão predador, tão destruidor, tão agressivo e como fazer nascer o novo homem? Na abertura de sua conferência, ele afirma: “O grande cientista e humanista Albert Einstein disse, pouco antes de morrer, esta dramática frase: “A força desencadeada pelo átomo transformou tudo, menos nossa forma de pensar. Por isso caminhamos rumo a uma catástrofe sem igual”.

Mudar a forma de pensar é o que nos propõe Alfonso Quintás. Mais do que isso: ele nos propõe a mudança de ideal de vida, para formar um homem essencialmente fraterno, solidário, tolerante, ético. “O ideal do domínio deve ser substituído pelo ideal da solidariedade: o que importa não é que eu te domine ou que esta nação domine outra, mas, sim, que lhe seja solidária. O ideal da arrogância deve ser substituído pelo ideal da simplicidade. O ideal do ter deve ser substituído pelo ideal do ser. O ideal que consiste em dominar os outros, em ser mais que os outros, deve transformar-se em um ideal de serviço”.

Segundo Alfonso Quintás, o ideal de vida deve consistir em cultivar as relações; cultivar as relações é a autêntica cultura. Promover o encontro, este é o ideal que ele nos propõe. “Há como um consenso em todo mundo para dizer o seguinte: o ser humano é um ser de encontro. Vive como pessoa, desenvolve-se, aperfeiçoa-se, criando encontros”.

Para Quintás, a cultura do espírito está ligada ao ideal de vida, que deveria ser o ideal de servir a um propósito que nos entusiasma e dá sentido profundo à vida. “Qual é a chave para fundamentar bem a nossa vida e, portanto, para criar este novo homem? Um homem que não volte a fracassar em outra guerra mundial, um homem de uma nova época? Qual é a chave? Eu creio que, segundo a pesquisa atual, a chave é a compreensão do encontro, compreender bem o encontro, a fundo.” O pensamento de Quintás é extraordinariamente belo e de uma profundidade ímpar. Ele nos explica como nos tornarmos este ser de encontro, por meio do cumprimento de algumas exigências, sem as quais pode haver proximidade, mas, não, encontro. As exigências são: ser generoso, ser verdadeiro (não mentir), ser fiel, ser cordial e compartilhar valores elevados.
E ele segue nos ensinando, por exemplo, que a palavra latina lar (focus) significa lugar onde arde o fogo do amor, lugar onde há encontros. “Se alguém sai de casa sem avisar aonde vai, nem a que horas pretende voltar, está em desencontro com seus familiares – tem uma casa, mas não tem um lar”.
“Eu posso conviver com você a vida inteira e não lhe encontrar rigorosamente uma única vez – porque o encontro não é mera proximidade”.

O encontro não significa somente o encontro entre pessoas; há encontro quando algo nos toca, quando nos emociona, quando eleva nosso espírito. Ao ouvirmos uma orquestra tocando músicas eruditas, ou presenciarmos uma cerimônia sagrada, ou contemplarmos um pôr- do- sol exuberante, sentimo-nos tocado pelo belo, pela perfeição e esse sentimento possibilita um encontro com algo maior, que nos dá sentimento de plenitude.
Alfonso Quintás nos mostra que os frutos do encontro são “paz interior, repouso interior, amparo e júbilo festivo, alegria festiva”. Então, fica evidente que os antivalores cultivados pela sociedade de consumo são contrários à cultura do encontro, daí o vazio e não a plenitude. O ideal é o servir a algo que nos preenche verdadeiramente. “É necessário um novo homem, o homem que prefira o amor ao ódio, o homem que se pergunte todas as manhãs:

“A que me sinto chamado? Qual é minha vocação hoje?”
Quando servimos a um propósito que nos faz feliz, que dá sentido a nossa vida, somos propensos a praticar o que promove “encontros”.

*Artigo escrito com dados extraídos da conferência proferida pelo autor na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), em 1999, disponível no site www.hottopos.com.br e nos livros do autor: Descobrir a Grandeza da Vida (Editora ESDC), O Amor Humano (Editora Vozes), A Formação para o Amor (Editora Paulus), Inteligência Criativa: Descoberta Pessoal de Valores (Editora Paulinas)



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Conteúdo desenvolvido por: Regina Ramos   
Professora de Português, Francês, História da Educação e Filosofia da Educação. Orientadora Educacional e Consultora Pedagógica. Palestrante. Taróloga.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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