A ERA DO OLHO POR OLHO E DENTE POR DENTE
Atualizado dia 1/5/2012 12:07:53 AM em Psicologiapor Tania Paupitz
A competição passa a fazer parte da sua vida e, desde cedo, se esforça para nunca falhar, nunca ser excluído, procurando sempre se destacar, sendo o melhor.
O que temos presenciado, em termos de violência, faz lembrar a antiga "Lei de Talião", onde o agressor era punido de maneira igual ao dano causado a outrem. Se, por exemplo, uma pessoa arrancasse o dente de alguém, a pena seria a mesma. A punição era dada de acordo com a categoria social do criminoso e da vítima. Se um nobre homem batesse num escravo, o escravo não poderia bater no nobre homem.
O que nos diferencia hoje, em pleno século XXI desta antiga Lei?
Acusamos, criticamos, agredimos, maltratamos e ferimos nosso próximo com atos e palavras, não medindo esforços para sermos sempre o grande vencedor de qualquer discussão, briga ou agressão. Na verdade, nosso orgulho ainda é o maior empecilho para enxergarmos além da realidade dos fatos.
Precisamos do fracasso muito mais do que das vitórias. Chegar no ponto alto nem sempre quer dizer que o caminho foi fácil ou que teve graça, porém superar cada derrota com dignidade e maturidade significa que já somos grandes vencedores...
Não reagir, é uma forma de evitarmos confrontos, mas para isso precisamos aprender sobre o controle das nossas emoções, compreendendo que bater de frente com alguem que esta sendo hostil ou agressivo para conosco, nem sempre é a melhor saida.
Quando nos sentimos agredidos , temos sempre duas opções: atacar ou fugir.
Se formos analisar hoje, a melhor opção ainda é a segunda, não fugir no sentido literal da palavra , mas sim , nos protegermos deste tipo de energia negativa, que quando não encontra respaldo em nós proprios, acaba retornando ao seu local de origem.
Os resultados sempre serão distintos: uma faísca vira um incêndio ou, acabo apagando o fogo do outro, não permitindo que aquilo me atinja; então o feitiço acaba virando contra o feiticeiro.
Dar poder para que o outro me magoe, me fira, me desvalorize é a mesma coisa dizer que não gosto de mim mesmo.
No caso da violência, é agressividade que emerge como um vulcão de uma só vez, atingindo tudo o que encontra pela frente. Aquilo que está contido, reprimido dentro de uma pessoa, sob a forma de estresse, acaba explodindo, gerando toda forma de agressão seja ela física ou verbal.
Os exemplos estão aí diariamente; no trânsito é o motorista que xinga o outro , muitas vezes, arriscando a propria vida ; noutras situações , pode ser aquele que nos dá uma fechada repentina, ocasionando um acidente.
As situações são muitas e , geralmente, é neste tipo de situação que acabamos nos deparando com pessoas completamente transtornadas pela raiva, irritação e ódio, que vêm acumulando dentro de si mesmas, ficando tal qual uma bomba atômica, pronta para descarregar seus efeitos no primeiro que aparece pela frente.
Segundo pesquisa, a violência está nas escolas, nas favelas, nos condomínios fechados de luxo, dentro da própria casa e, principalmente, no trânsito.
Hoje podemos ter a sensação de estar convivendo com um inimigo sem saber pois, de fato, nunca conheceremos a pessoa com a qual convivemos por muitos anos , inclusive, a nós próprios.
Alguns médicos defendem a idéia de que a violência, em sua grande maioria, é causada por todo tipo de estresse desde o cansaço físico (sono), o psicológico que deixa as pessoas tensas e preocupadas (assaltos e seqüestros relâmpagos), até o estresse social, que é a ansiedade pelo tempo de espera (trânsito), a falta de dinheiro, a luta diária pela sobrevivência.
Uma face bastante cruel da violência é aquela que entra todos os dias dentro da nossa casa, praticamente, sem a nossa permissão. É a Mídia fazendo a sua parte, através da TV, Rádio, Jornal, divulgando, diariamente, notícias deprimentes, recheadas de dor e sofrimento.
Por que será tão dificil falar de coisas boas e positivas? Será que é porque não gera IBOPE?
Um fato curioso é observarmos nossa reação, frente a uma notícia deprimente, como o caso de pedofilia, crianças abandonadas e assassinadas pelos próprios pais, a crueldade com os animais e assim por diante.
Sabemos que algumas pessoas que assistem televisão, frente a cenas de violência, podem ter os mais diversos tipos de reação:
- Há aqueles que assistem à televisão, vendo-a apenas como uma "máquina de mentirinha", dizendo para si mesmo: isto não faz parte do meu mundo, não me atinge diretamente pois, acontece com alguem que desconheço.
- Há também aquelas pessoas mais sensíveis, que se enternecem com o sofrimento alheio, deixando lágrimas escorrerem pela face, dando vazão aos seus sentimentos e emoções; pois na verdade, o que gostariam mesmo era poder estar ali, compartilhando a dor daquelas pessoas , mesmo desconhecidas, levando um conforto, uma ajuda , um ombro amigo.
No momento em que começamos a ter "compaixão" pelo sofrimento dos outros, passamos a descobrir o verdadeiro sentido da palavra “amor”.
Sem compaixão pelas adversidades e sofrimentos alheios, o homem continuará alimentando o egoísmo e a maldade em seu coração.
Que possamos refletir na sabedoria da frase abaixo de Martins Luther King:
“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momento de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em temos de controvérsia e desafio”.
Texto revisado
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Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |