A ética da alma
Atualizado dia 01/09/2008 21:40:58 em Psicologiapor Flávio Bastos
A ética profissional, portanto, segue um conjunto de valores que orientam o psicoterapeuta a ter uma conduta conforme rege o código de ética da entidade de classe a qual ele é vinculado.
Em recente encontro internacional de terapeutas de Vidas Passadas ocorrido na cidade de São Paulo, tive a oportunidade de conversar com uma psicóloga que experenciava um conflito entre seguir a linha tradicional de sua formação acadêmica, ou abrir seu coração e expandir a sua consciência para o exercício da Psicoterapia que analisa o psiquismo além da situação intra-uterina do indivíduo.
Era perceptível a dúvida que lhe angustiava porque nos bastidores do conflito escondia-se um sentimento de culpa em que o sentido da ética profissional era muito forte e que entrava em choque com a possibilidade de repensar a sua práxis através de um novo conhecimento que transcenderia o saber acadêmico.
Estou sendo ética? Era o questionamento que representava a sua dúvida e o dínamo de seu conflito interno. Não que códigos de ética não tenham o seu valor, pelo contrário, eles são a referência e base de consulta para certos casos que realmente ferem um sistema de valores morais e éticos que devem ser respeitados, preservados e cumpridos. No entanto, pelo fato de ser de natureza "sistêmica" e muito ligado ao aspecto racional do ser humano, os códigos de ética tendem a frear a expansão do conhecimento de nível transcendental do psiquismo humano, inibindo, por alimentar sentimentos de culpa ou medo, a iniciativa de profissionais da saúde mental que gostariam de expandir seus conhecimentos no âmbito da psicoterapia transpessoal.
Herdamos valores éticos e morais que encontram-se latentes no superego, uma instância de nossa personalidade. Volta e meia estamos sendo controlados por esse verdadeiro código de valores que trazemos internalizado em nossos inconscientes e que nos ditam o que é certo e o que é errado.
Quando as nossas vivências anteriores e as nossas experiências de infância sofreram influência de valores marcadamente materialista, passamos a apresentar uma tendência de racionalizar os acontecimentos da vida e darmos nenhuma ou pouca importância para valores que transcendem o "aqui, agora" da materialidade palpável e concreta, ou seja, nos tornamos seres condicionados a pensar e agir de uma forma padronizada.
Essa visão padronizada e horizontal dos acontecimentos da vida, levam o indivíduo a limitar-se em relação à possibilidade de expansão do conhecimento (e da consciência) em busca de novos valores que possam agregar-se a valores éticos e morais que ele já traz consigo.
São os novos valores adquiridos pela experiência de nível espiritual que farão o indivíduo refletir a sua existência e, gradualmente, modificar padrões de comportamento e de conduta que o condicionava a uma visão limitada da vida.
O psicoterapeuta, portanto, passa esse novo olhar sobre seus valores éticos, à medida que decide investir no conhecimento que transcende o saber acadêmico. E esse novo olhar verticalista da práxis terapêutica ganha altura em busca de novos valores que contemplem a visão da transcendência humana. Um conhecimento que ao adentrar pela "porta aberta" deixada por Jung, incorpora-se a valores de uma nova visão ética da vida: a ética da alma.
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
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flaviobastos
Texto revisado: Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |